segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

ARTIGO - Falta à esquerda capacidade de dialogar! (Padre Carlos)



Falta à esquerda capacidade de dialogar! 





Os partidos de esquerda da nossa cidade se dividem entre os que fazem contas e os que fazem de conta. O futuro está com os primeiros. Mas se querem ser democratas, precisam convencer o povo a acreditar na aritmética e na exatidão de seus números. 
Poucos fatos demonstram melhor o nosso fracasso eleitoral, do que a dificuldade em levar adiante a política de aliança e a reconstrução da Frente Conquista Popular, com apoio das nossas lideranças. Não buscar a unidade é irresponsabilidade política, compromete o projeto e deixa as forças de esquerda isoladas e sem perspectiva eleitoral. Sem uma frente política, como poderemos enfrentar as dificuldades que esta eleição vem sinalizando.  
Precisamos juntar forças e construir um discurso que possa nos conectar com o povo.  Que possamos sair do isolamento em relação aos sentimentos da população, não podemos perder a capacidade de refletir com lógica e construir entendimento. 
Desapareceu a política de combinar ideias e sonhos, hoje o que prevalece, são as equações de uma leitura da realidade do poder e da conjuntura eleitoral. Alguns grupos se unem na defesa de ilusões esquecendo do conjunto e que unidos possamos avançar muito mais; outros optam pela frieza das equações sem respeito à opinião da população. Desapareceu o diálogo entre os grupos: o sectarismo político e a voracidade dos mandatos e dos cargos executivos não deixam a política formular alternativas que permitam construir o futuro justo e sustentável com o apoio do povo. 
Esta eleição é um exemplo. Não está havendo diálogo que permita uma convergência entre os partidos e seus eleitores: alguns ajustam os dados para fazer possível vender ilusões; outros se apegam aos números sem convencer a população de que uma candidatura exige concesso; outros não aceitam ficar de fora; grupos que se consideram de esquerda se transformam em conservadores ao defender seus interesses. 
Sem respeitar as outras forças, estamos irresponsavelmente vendendo ilusões da nossa capacidade de vitória provocando a falência da unidade de uma frente democrática na nossa cidade; sem o convencimento, estamos abrindo mão da democracia. 
Sem uma unidade que o momento e o futuro exigem, as forças democráticas da nossa cidade, caminha para uma catástrofe nesta eleição e sem a aprovação do candidato por parte do eleitorado, estaremos provocando a falência política das forças de esquerda de Vitória da Conquista.  
Sem a unidade necessária ou com alianças sem convencimento, a população vai sofrer mais quatro anos porque os políticos de hoje não estiveram à altura do momento, foram incapazes de casar ideias com equação, responsabilidade com liderança. 

Padre Carlos 
  
  
  
  








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