terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

ARTIGO - Chico Buarque receberá O Prêmio Camões de Literatura em junho de 2023, quando levará sua turnê a Lisboa. (Padre Carlos)

 

A Resistência e a Poesia de Chico Buarque



 

Minha geração viveu sob a tirania da ditadura militar no Brasil, mas não se calou diante da censura e da repressão. Encontramos na música, na poesia e na arte cênica formas de comunicação e resistência contra a opressão. Nesse contexto, a obra de Chico Buarque se destacou como uma expressão sensível da luta, da resistência, da beleza e da dor de uma geração.

Conheci Chico Buarque através da música, e sua obra me marcou profundamente. Como poeta e compositor, ele traduziu com perfeição as dores, tristezas e esperanças daquela época. Chico registrou a luta e os sonhos de uma geração e caminhou com ela, semeando esperança na recente história do Brasil em suas canções.

Apesar de ter seu trabalho censurado em vários momentos, Chico retratava as dificuldades vividas no período com crítica e sensibilidade. Ele não fechou os olhos para tudo o que acontecia com os povos de língua portuguesa. Tanto Mar e Fado Tropical, por exemplo, refletem a expectativa e a empolgação do compositor brasileiro em relação à situação vivida em Portugal durante a Revolução em 1974.

Chico Buarque é um poeta e compositor que transcendeu as fronteiras do Brasil e tornou-se um ícone da literatura em língua portuguesa. Por isso, em 2019, ele foi escolhido por unanimidade pelo júri formado por representantes de Brasil, Portugal, Moçambique e Angola para receber o Prêmio Camões de Literatura.

O Prêmio Camões é a mais importante honraria da literatura em língua portuguesa e foi criado em 1988. É um reconhecimento da força das letras e poemas que transcendem cultura, tempo e espaço. Infelizmente, a posição do Ministério da Cultura no governo passado foi que o presidente Jair Bolsonaro poderia não assinar o diploma de atribuição do Prêmio Camões ao compositor e escritor. Depois de todos estes contratempo, Chico Buarque deverá finalmente receber o Prêmio Camões, o mais importante da literatura em português, que recebeu em 2019. Chico deveria ter recebido em abril de 2020, mas a pandemia impediu. Agora, a expectativa do compositor é que ele receba em junho de 2023, quando levará sua turnê a Lisboa. A posição do Ministério da Cultura no governo passado foi que  o Presidente, Jair Bolsonaro, poderia não assinar o diploma de atribuição do Prémio Camões ao compositor e escritor Chico Buarque, esta posição do governo brasileiro envergonha todos os países da língua portuguesa.

Essa posição do governo brasileiro envergonha todos os países da língua portuguesa, pois Chico Buarque é um artista que representa a resistência, a luta e a sensibilidade da cultura brasileira e de toda a lusofonia. Sua obra é um legado que nos inspira a continuar lutando contra a opressão e a valorizar a arte como forma de resistência.


ARTIGO - Minha geração não se deixou intimidar e lutou bravamente pela democracia. (Padre Carlos)

 

Os heróis da democracia



 

Lembro com carinho da minha juventude, era uma época de sonhos e de esperanças, mas também de medo e de repressão. A ditadura militar havia se instalado no país e muitos jovens se viram obrigados a lutar pela liberdade, arriscando suas vidas em nome de um ideal maior.

Não podemos negar que foram tempos difíceis, de pouca liberdade e muita opressão. Mesmo assim, minha geração não se deixou intimidar e lutamos bravamente pela democracia.

         Éramos estudantes, artistas, trabalhadores, intelectuais, enfim, pessoas de diferentes origens e ideologias, que se uniam em torno de um objetivo comum: a luta pela liberdade. Éramos idealistas, sonhávamos com um futuro melhor, um país mais justo e democrático.  Organizávamos passeatas, manifestações, greves e outras formas de protesto, mesmo sabendo que poderíamos ser presos, torturados ou mortos.

Nesta luta tive companheiros que tiveram suas vidas interrompidas pela repressão. Foram perseguidos, presos, torturados e exilados, impedidos de viverem em liberdade e de realizarem seus sonhos. Muitos morreram na luta, deixando um legado de coragem e resistência. Hoje, muitos desses jovens que lutaram contra a ditadura estão partindo e por isto resolvi lembrar alguns que nos deixaram recentemente e que marcaram baste minha caminhada: Carlos Valadares, Zezeu, Haroldo Lima, Edmilson Carvalho, Anilson e tantos outros que sumiram sem que eu tivesse notícias. Nossa geração está idosa, mas ainda carregamos nas nossas lembranças daqueles tempos difíceis. Tem dias que me vem na memória os amigos que perdi, das famílias que foram separadas e das oportunidades que foram negadas. Mas também me lembro com orgulho da coragem e da determinação que tivemos para lutar por um futuro melhor para todos.

Esses jovens das gerações de 60 e 70 são exemplos de como a juventude pode ser uma força transformadora da sociedade. Mesmo diante de circunstâncias adversas, nós não nos resignamos à opressão e lutamos por um futuro melhor para nós e para as gerações que viriam.

Hoje, olhando para trás, podemos ver que a nossa luta foi fundamental para a redemocratização do país e para a conquista de direitos que hoje consideramos básicos, como a liberdade de expressão e o direito ao voto. Mas também é preciso lembrar que muitos de nós ainda sofremos as sequelas físicas e psicológicas da tortura e da prisão, e que muitos dos nossos sonhos foram impedidos de se concretizar.

Ainda há muito a ser feito para que a justiça seja feita e para que essa geração seja reconhecida e homenageada como heróis da democracia. Mas é importante que não nos esqueçamos de seu legado, de sua coragem e de sua determinação em lutar por um Brasil mais justo e livre.

 

 

 


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Os anos cinquenta e a Pituba (Padre Carlos)

 




Os anos cinquenta e a Pituba

 


Nas ruas do arraial da Pituba,

O clima de romantismo e boemia

Misturava-se com o canto do bico de ferro,

Que alegrava o coração de quem passava por ali.

 

As morenas lindas que moravam naquele pedacinho do céu

Faziam os corações acelerarem,

E a Amaralina, destino final do bonde,

Era o paraíso onde tudo começava.

 

No verão, a boemia de um jovem de classe média comprometido.

Com os estudos deixava de existir,

E o arraial da fazenda Pituba

Era o lugar onde se encontrava a verdadeira essência da vida.

Naquela casa de veraneio

O arraial da fazenda Pituba é a vizinhança

E a colônia de pescadores era a essência da cultura local

Quem bebia na fonte da Luz não esquecia jamais aquele povo

 

A simplicidade e a beleza daquela gente

Eram as características mais marcantes,

E veranear significava viver aquelas noites na boate de Aurino,

Ou tomar uma cerveja na Cabana de Pedro.

 

Pela manhã, o Armazém Popular

Era o ponto de encontro dos moradores,

Onde se tomava um café quente

E se trocava boas histórias.

 

O bico de ferro continuava seu canto,

As morenas lindas sorriam para quem passava,

E a boemia e o romantismo

Faziam da daquela estância lugar um lugar mágico e encantador.

, ARTIGO - "Quis custodiet ipsos custodes?", "Quem guardará os guardiões?". (Padre Carlos)

 

A questão do poder e a célebre frase da Roma Antiga!

 



Existe uma preocupação na filosofia política de interpretar a questão do poder e uma célebre frase da Roma Antiga, "Quis custodiet ipsos custodes?", que pode ser traduzida como "Quem guardará os guardiões?" ou "Quem vigiará os vigias?", ajuda o filósofo a se questionar sobre este assunto pela sua relevância ainda nos dias atuais. Ela se refere à necessidade de ter controle sobre aqueles que detêm o poder, pois essas pessoas podem ser tentadas a abusar de sua posição e violar os direitos dos demais.

No contexto da sociedade brasileira, essa frase ganha ainda mais importância. Em um país com altos índices de corrupção e impunidade, é fundamental que os cidadãos exerçam o papel de vigilantes e cobrem transparência e responsabilidade das autoridades. Infelizmente, muitas vezes aqueles que são responsáveis por fiscalizar e punir os que cometem crimes são eles próprios corruptos ou são influenciados por interesses políticos e econômicos.

        Um exemplo claro disso é a Operação Lava Jato, que tinha a intenção de revelar um esquema de corrupção que envolvia políticos, empresários e servidores públicos, infelizmente as intenções dos seus autores eram outras e além de prejuizos incalculaveis, acabou revelando as falhas no sistema de justiça brasileiro. Alguns dos procuradores responsáveis pela investigação foram acusados de conduta inadequada, como a violação do princípio da imparcialidade e a falta de transparência na condução do processo. No Brasil, o sistema de justiça tem um papel importante em garantir que os poderosos sejam responsabilizados por seus atos. Desta forma, temos que chamar a atenção também do escandalo finançeiro das Lojas Americanas e tudo o que aconteceu no varejo destes empresários.  No entanto, a corrupção e a influência política impedem que isso aconteça. Muitas vezes, os que estão no poder controlam aqueles que deveriam ser responsáveis por controlá-los.

Além disso, a sociedade brasileira enfrenta outros desafios relacionados à concentração de poder. Ainda existem muitas desigualdades sociais e econômicas, e a população muitas vezes se sente desamparada diante de um sistema que parece favorecer os mais ricos e poderosos.

Em resumo, a frase da Roma Antiga "Quis custodiet ipsos custodes?" é um lembrete importante de que aqueles que detêm o poder precisam ser vigiados para evitar abusos como ocorreu com o juiz Sergio Mouro. Sem o consentimento e a cumplicidade de quem deveria guardar os guardiões ou de quem deveria vigiar os vigias, o país não estaria passando por esta situação e teríamos evitado muitas mortes na pandemia.

Diante desse cenário, é importante lembrar que cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Devemos estar atentos aos abusos de poder e cobrar transparência e responsabilidade das autoridades, independentemente de sua posição ou influência. É fundamental que aqueles que detêm o poder sejam vigiados e cobrados constantemente, para que possam agir em benefício de toda a sociedade, e não apenas de seus próprios interesses.

 


domingo, 26 de fevereiro de 2023

Texto poético (Sapato Velho)

 


Sapato Velho




A velha casa ainda está de pé

Mas as paredes já não são as mesmas

O tempo passou, as cores desbotaram

E o quintal se encheu de espinhos e teias de aranha


Mas na sala ainda se ouve a música

Que embalou tantas noites de amor

A voz rouca, o violão afinado

E o coração pulsando mais forte a cada acorde


Era um sapato velho, mas confortável

Que te levava pelos caminhos da vida

E naquele tempo, tudo parecia possível

Você e eu, unidos pelo amor e pela música


O tempo passou, a juventude ficou para trás

Mas aquele amor ainda está presente

Em cada nota daquela velha canção

Que ainda ecoa em nossos corações


E quando a saudade bater à porta

E os dias parecerem mais cinzas que o normal

Basta lembrar



daquele sapato velho

E do amor que nos uniu, naquela velha canção.



Padre Carlos

ARTIGO - A JAC e Zorilda são exemplos de como um ideal pode mudar vidas e transformar comunidades inteiras. (Padre Carlos)

 


O legado de Zorilda é um exemplo de amor ao próximo.


 


 

 

A história da JAC e de Zorilda Andrade Santos é uma daquelas que nos emocionam e inspiram a seguir nossos ideais, mesmo quando as dificuldades parecem insuperáveis. O trabalho da JAC começou em um pequeno município do Recôncavo Baiano, enfrentando desafios comuns a qualquer iniciativa organizada, mas foi guiado pelo sentido humano e cristão da vida, que motivou o Padre Gilberto a criar um movimento que levasse os jovens a um trabalho mais profundo.

As dificuldades não impediram que o movimento crescesse e que jovens moças se destacassem no trabalho de dirigir os grupos femininos, como foi o caso da Zorilda Andrade Santos, que logo chamou a atenção do movimento em nível estadual e nacional. Sua capacidade de organização e liderança a levou a ser eleita representante da Bahia no 1º Congresso Internacional da JAC realizado em Lourdes, na França.

Esse evento foi um marco na história do movimento, e Zorilda participou de um estágio de 30 dias no interior da França, onde pôde aprender ainda mais sobre a espiritualidade e os ensinamentos que guiavam a JAC. Seu trabalho continuou, e sua contribuição foi tão importante que é lembrada até hoje, 63 anos depois da realização do congresso.

A JAC e Zorilda são exemplos de como o trabalho em prol de um ideal pode mudar vidas e transformar comunidades inteiras. Sua dedicação e esforço nos inspiram a continuar lutando pelos nossos sonhos, mesmo quando as dificuldades parecem insuperáveis. Que possamos seguir o exemplo da JAC e de Zorilda Andrade Santos, guiados pelo sentido humano e cristão da vida, e trabalhando incansavelmente por um mundo melhor.

Os Miguelenses dedicam uma palavra de gratidão e amizade àquela jovem que participou desde os primeiros passos, na luta por um ideal comum. A Deus e aos Superiores Hierárquicos, principalmente ao Padre Gilberto, coordenador do Movimento em nível de Bahia naquela época, agradecem a honra de ter colaborado com todos estes importantes eventos através deste quadro dirigente que é Zorilda, esta mulher que sempre esteve à frente no serviço da Igreja e das almas, durante toda a sua vida por um mundo rural humano e cristão. Por isto, ao chegar em Vitória da Conquista, esta mulher teve a percepção de juntar os Miguelenses e lhes dá uma identidade como povo e memorizar sua descendência. Um povo que não tem história ou cultura é fácil de ser escravizado.

O legado deixado por Zorilda é um exemplo de amor ao próximo, espiritualidade e dedicação à comunidade rural. Sua história emociona e inspira todos àqueles que buscam um mundo mais humano e cristão.

 

 

 

 


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

ARTIGO - O Projeto de lei do Vereador Luiz Carlos Dudé do (PMDB), cria o memorial do Padre Bené. (Padre Carlos)

 


Memorial é resgatar a memória

 


Apesar de nossa Arquidiocese ter apenas sessenta anos, podemos contar neste percurso vários pastores que deram os melhores anos do seu ministério, para que pudéssemos crescer como Igreja e fizéssemos as escolhas certas. Assim, gostaríamos hoje de lembra ao leitor que Memorial é resgatar a memória é lembrar um determinado dia é fazer com que nós não esqueçamos jamais desta data ou desta pessoa.

Por isto, ficamos contentes com o Projeto de lei de autoria do Vereador Luiz Carlos Dudé do (PMDB), que homenageia o Padre Benedito Costa Soares, (Padre Bené), com a criação de um memorial no local em que ele tombou. O Sacerdote fazia parte do Clero da Arquidiocese de Vitória da Conquista, quando foi brutalmente assassinado em seis de maio de mil novecentos e oitenta e oito. Assim, o local que será construído o seu memorial será no mesmo lugar que foi assassinado, onde ficou demarcado por uma cruz nas proximidades da Rodoviária de Vitória da Conquista.

Resgatar a memória de Bené é importante por vários motivos. Em primeiro lugar, o padre desempenhou um papel fundamental na formação e orientação espiritual de várias gerações de padres e bispos da Igreja local, transmitindo valores e ensinamentos que ajudaram os acólitos e os futuros padres a lidarem com as dificuldades da vida e a encontrar sentido em suas vocações.

Além disso, o padre Benedito era uma figura importante na luta pelos direitos humanos e pela justiça social. Ele se envolveu em questões sociais e políticas, trabalhando para promover a igualdade, a liberdade e a dignidade humana. Ao resgatar a memória deste homem de Deus que lutou por esses valores, estamos lembrando às pessoas da importância de continuar essa luta e de manter viva essa tradição de engajamento social.

Outra razão pela qual é importante resgatar a memória de Benedito é porque isso ajuda a compreender melhor a história e a cultura da nossa cidade. O padre esteve envolvido em projetos sociais e educacionais que refletiam as necessidades e desafios específicos de suas comunidades. Ao estudar e preservar a história desse projeto, podemos aprender muito sobre a história, a cultura e os valores da Arquidiocese de Vitória da Conquista.

Por fim, resgatar a memória do padre pode ajudar a inspirar as pessoas a agir de forma mais consciente e engajada em relação às questões sociais e políticas. Ao conhecer a história de um padre que lutou por uma causa justa, as pessoas podem sentir-se motivadas a seguir seu exemplo e a se envolver em projetos ou atividades que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.


ARTIGO - Rogério Câncio e a paixão pelo Esporte Clube Bahia. (Padre Carlos)

 


A paixão pela Pituba e o amor pelo tricolor




É muito bonito quando podemos homenagear um amigo que é torcedor de um time de futebol e expressar a admiração e respeito que temos por sua paixão. O Esporte Clube Bahia é um dos clubes mais tradicionais e importantes do futebol brasileiro e com certeza, um time que desperta muito orgulho e amor em seus torcedores.

Por isso, ao resgatar esta foto do esquadrão lembrei-me de Rogério Câncio e de Jurinha (Juracy) Meireles, sentir que essa era uma ótima oportunidade para expressar todo o meu carinho e admiração por eles e por sua paixão pelo time. Quando conhecemos alguém que é torcedor do mesmo time de futebol que nós, é como se encontrássemos um irmão de alma. E quando esse torcedor é um amigo querido, a nossa admiração e carinho pelo seu amor pelo time só aumentam.

É o caso do meu amigo Rogério, torcedor fervoroso do Esporte Clube Bahia. Eu sempre admirei a paixão dele pelo tricolor, que é uma das maiores e mais vibrantes torcidas do Brasil. Para o Rogério, o Bahia é muito mais do que um time de futebol, é uma parte importante de sua vida, uma fonte de orgulho e alegria.

Lembro-me de tantos momentos em que encontrei Rogério na antiga Fazendinha no STIEP, acompanhando os trenos e discutido sobre a formação do time. É isso que torna o futebol tão especial: ele mexe com as emoções e os sentimentos das pessoas, criando laços de amizade e união entre torcedores de todos os lugares.

Por isso, hoje eu quero homenagear o meu amigo Rogério, lembrando o Bahia da Fazendinha e que foi o time dos meus sonhos. Este Bahia contava com um elenco repleto de craques e conquistou importantes títulos.

Naquele período, o Esporte Clube Bahia era uma verdadeira potência do futebol brasileiro, com um time que tinha como base a solidez defensiva e um ataque poderoso. O time era composto por jogadores talentosos e experientes, que souberam unir técnica, habilidade e raça para alcançar grandes resultados.

Entre os jogadores que marcaram época no Bahia na década de 70, podemos destacar nomes como Buttice, Sapatão, Roberto Rebouças, Altivo, Baiaco e Ubaldo, que formavam uma defesa sólida e quase intransponível. No ataque, o time contava com grandes jogadores como Natal, Douglas, Picolé, Fito e Peri, que eram capazes de decidir partidas com jogadas individuais ou em conjunto.

Por isto, resolvi fazer esta homenagem a este torcedor fiel e apaixonado pelo Bahia. Sua dedicação e amor pelo tricolor são inspiradores e nos fazem lembrar que torcer por um time de futebol é muito mais do que torcer por onze jogadores em campo, é torcer por uma história, por uma cultura e por uma paixão que nos une em torno de um mesmo ideal.

Parabéns, Rogério, por ser um torcedor tão especial e por levar o amor pelo Bahia no coração. Tenho certeza de que além da sua paixão pela Pituba o amor pelo tricolor continuará a inspirar muitos outros torcedores, assim como tem inspirado a mim. Viva o Bahia e viva a amizade entre torcedores!

 


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

ARTIGO - É preciso resgatar a dignidade e a importância do militante político. (Padre Carlos)

 


Os militantes políticos devem ser valorizados pelo seu comprometimento com as causas sociais, pela sua capacidade de mobilizar a população e pela sua dedicação ao bem comum.

 


Escrever pra mim é antes de tudo, um testemunho e um gesto solidário, para que possa dar notoriedade a vidas a personagens que são esquecidos ou excluídos do projeto que ajudaram a construir. Digo isto porque é preocupante como a valorização dos militantes políticos nos últimos tempos, esteja sendo determinada principalmente pela sua capacidade de angariar votos para um partido ou corrente política, em detrimento de sua história e contribuição para a causa. Isso pode levar a uma visão instrumentalista e superficial da militância política, na qual os militantes são vistos apenas como ferramentas para ganhar eleições.

 Valorizamos apenas os números, as estatísticas e as possibilidades de ganhar eleições.  Essa mudança de paradigma tem consequências graves, pois coloca a política no mesmo nível de uma simples competição esportiva, onde o objetivo é vencer a qualquer custo, independentemente dos valores e princípios que defendemos. Essa lógica eleitoreira é um dos principais fatores que alimentam a corrupção e a falta de ética na política, uma vez que as pessoas são vistas como meros instrumentos de poder, e não como seres humanos com ideias e projetos para transformar a sociedade. 

É preciso resgatar a dignidade e a importância do militante político, valorizando o compromisso com as causas sociais e a capacidade de diálogo e construção coletiva. Os partidos e correntes políticas deveriam valorizar e reconhecer a contribuição dos militantes políticos não apenas durante as eleições, mas também ao longo de todo o processo político, desde a construção de propostas até a implementação de políticas públicas. Dessa forma, é possível construir um ambiente político mais participativo, democrático e inclusivo, que valorize verdadeiramente os companheiros e a luta por um país melhor.

 Ao invés disso, valorizamos apenas o que eles podem nos oferecer em termos de poder e influência. Esse tipo de mentalidade é extremamente prejudicial para a democracia e para a representatividade da população. Os militantes políticos devem ser valorizados pelo seu comprometimento com as causas sociais, pela sua capacidade de mobilizar a população e pela sua dedicação ao bem comum. É preciso voltar a valorizar os verdadeiros militantes e lutar contra a corrupção e o oportunismo político que minam a democracia.

 

 

 

 


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

ARTIGO - A Espiritualidade Quaresmal (Padre Carlos)

 

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A Espiritualidade Quaresmal





A quaresma é um tempo de graça e conversão, um verdadeiro retiro espiritual que a Igreja nos convida a vivenciar nestes quarenta dias de oração intensa, jejum e penitência.  Sabemos que os 40 dias referem-se aos 40 anos do Êxodo. É um tempo suficiente para um caminho de libertação. Desta forma, aprendemos com os exercícios de oração e o Retiro Quaresmal, que este tempo é um caminho pedagógico que forma o homem interior, que o conduz à Vitória Pascal de Cristo. Portanto, Quaresma é saída, saída da vida velha para a vida cheia da esperança de Cristo!
 É neste contexto que devemos entender o que quis dizer Jacques Lacan: "Os teólogos não acreditam em Deus, porque falam dele." Talvez mais importante do que falar de Deus seja falar com Deus. Nosso proposito nesta quaresma tem que ser falar com Deus, Este encontro pessoal com o Sagrado só pode ser feita através da fraternidade e o  diálogo sincero com Ele na oração.
 A Campanha da Fraternidade é o modo com o qual a Igreja no Brasil vivencia a Quaresma. Seu objetivo é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e soluções. A cada ano é escolhido um tema, que define a realidade concreta a ser transformada. Assim, a Campanha da Fraternidade 2023 terá como tema "Fraternidade e Fome: A fome é um escândalo e um contra testemunho! Num país como o Brasil, líder mundial na produção de alimentos, ver pessoas passando fome revela muito sobre nossa economia, nossa cultura, nossa política e nossos cidadãos.
Vivenciar a quaresma hoje no Brasil supõe uma abertura ecumênica, mas também um diálogo inter-religioso no sentido etimológico do termo o que vai além da articulação dos discursos teológicos ou da ação pastoral que é desencadeada com a Campanha da Fraternidade. Implica incorporar Fraternidade e Diálogo no discurso ideológico e na prática política dos movimentos sociais e dos partidos de esquerdas que assumem as aspirações libertadoras do nosso povo. Defender a vida nos dias de hoje, implica para a comunidade de fé, um compromisso que vai além do discurso teológico. É preciso descer do pedestal e encarna-se na vida e na luta de inúmeros irmãos que estão sendo oprimidos e por isto, não podemos se dá ao luxo de separar fé e vida, Campanha da Fraternidade e ação política, salvação e libertação.

Só vivenciando a espiritualidade quaresmal, poderemos assumir a defesa da Fraternidade e do Diálogo e esta só pode se dar com o Dom do Compromisso e o terreno concreto deste compromisso é a política. É nesta arena que se decide a sorte de milhões de seres humanos, mas também a nossa fidelidade ao projeto do Reino e o amor aos pobres. É desta forma que nossa oração passa a gerar nos corações profundamente arrependidos a acolhida do Mistério Pascal, da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Filho de Deus se entregou por toda a humanidade nas mãos dos homens, padeceu todo tipo de suplício, maltratado, injuriado, fizeram-no carregar a cruz, no calvário pregaram-no no madeiro e o ergueram entre bandidos. Sua morte cruenta transformou-se em remédio de salvação para todos nós. Mas o Pai, que é Deus, o ressuscitou glorioso.

A Páscoa é sofrimento vivido com amor, é morte tragada pela vida, é sacrifício oferecido para nossa salvação. Páscoa, numa palavra, é a nossa salvação, é Cristo, o cordeiro imolado por nós. Devemos trilhar o deserto da nossa vida com os olhos fixos na manhã da Ressurreição, sem nos ater nas desesperanças que nos cercam. Isto é Páscoa!

Os 40 dias vão da Quarta-feira de Cinzas até o Domingo de Ramos, neste tempo no qual devemos vivenciar o espírito do Êxodo, temos também de fazer uma reflexão profunda sobre a situação do pobre e como nossa ação pode ser gestos concretos de cuidados. Como Povo de Deus, conduzido pela sua Palavra, sairemos da Terra da Escravidão, do pecado (egoísmo, maldade, injustiça, violência, hedonismo, vícios, da exploração, etc.) para a Terra Prometida da realização das Promessas Divinas em relação à humanidade.

Quaresma é tempo de saída de nós mesmos, mundo de fraqueza e fechamento, para irmos ao encontro do outro, mundo da abertura e fortalecimento, da nossa fé na construção de um mundo melhor.

No caminho quaresmal, a Igreja convida seus filhos ao êxodo existencial, convida-nos a sair da frouxidão na vida espiritual, mas também da defesa da vida humana. Não basta vê a opressão é preciso sentir compaixão e lutar cuidando dele. Quaresma é um tempo favorável para a mortificação. Sabe-se que Adão continua a cair quando pecamos, mas a Igreja recorda sempre que o pecado não tem a palavra final em nossas vidas.

O tempo da Quaresma é um caminho pedagógico que forma o homem interior, que o conduz à Vitória Pascal de Cristo. Portanto, Quaresma é saída, saída da vida velha, saída da nossa inercia, saída para que possamos lutar pela vida cheia de esperança em Cristo!
 Maria, seus filhos que sofrem são seguramente cobertos com o seu manto. Assim como esteve presente aos últimos momentos dramáticos de Seu Filho, Jesus Cristo, nós vos pedimos: Que este povo possa vencer a morte em vida que se abate sobre ele. Que possamos celebrar com alegria a vitória sobre todas as mortes.

Padre Carlos


terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

ARTIGO - A Pituba é um lugar cheio de história e tradição (Padre Carlos)

     Não podemos negar que aquela geração da Pituba da minha infância está partindo.







A saudade chegou ao momento em que soube que Jacira Meireles tinha deixado à gente. Não podemos negar que aquela geração da Pituba da minha infância está partindo.

Para quem não conheceu o bairro da Pituba em Salvador em meados do século passado, temos que informar que era um pouco diferente do que é hoje. Nosso bairro era um balneário na década de sessenta e tinha suas características boêmia trazendo no verão uma classe média que se misturava com os moradores formando uma só família. Que saudade da festa da Pituba, dos amigos de infância e do clube português.

O bairro da Pituba em Salvador, Bahia, é um lugar cheio de história e tradição. Na década de sessenta, era um verdadeiro balneário, com suas praias exuberantes e ares de boemia. O bairro costumava atrair uma classe média, que buscava um refúgio para aproveitar o verão com tranquilidade e diversão.

Os dias de verão eram preenchidos por um clima de festa e descontração, onde os moradores e visitantes se reuniam em torno dos bares e restaurantes para apreciar a culinária típica da Bahia e saborear bebidas refrescantes. A atmosfera era contagiante, e a alegria era sentida em cada esquina.

A festa da Pituba era um evento marcante na época, onde todos se reuniam para celebrar a cultura local. Era uma oportunidade para dançar ao som dos ritmos baianos, provar as delícias gastronômicas e rever amigos de infância que há muito tempo não se via.

Um dos pontos altos do bairro era o Club Português, um lugar onde as famílias se reuniam para socializar e passar o tempo livre. O clube era um símbolo de união e amizade, um lugar onde se podia jogar futebol, nadar e desfrutar de uma variedade de atividades de lazer.

 

Hoje em dia, muitas coisas mudaram na Pituba, mas as tradições ainda perduram. O bairro se tornou um dos mais procurados em Salvador, com uma grande oferta de comércio e serviços. As praias continuam exuberantes, a culinária é ainda mais rica e as pessoas ainda são tão acolhedoras como antigamente.

Para aqueles que cresceram na Pituba, a saudade da festa, dos amigos de infância e do Club Português é imensa. Mas a lembrança desses tempos felizes permanece viva na memória, como um sopro de nostalgia e de um tempo que não volta mais, assim como você minha amiga.




                                                                                                                    Bel

                                                                                                                                                

                                                                        

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

ARTIGO - O país precisa de uma direita humanista, plural e de base liberal. (Padre Carlos) .

 A direita é capaz de apresentar uma alternativa clara e séria nas suas intenções?

 


Como filósofo e articulista, venho percebendo a algum tempo que a forte polarização na sociedade, tem produzido um esvaziamento do centro direita. Este deslocamento vem sendo acompanhado pelos cientistas políticos e demais profissionais desta área desde as eleições de 2018, agora aparece ainda mais forte, com a redução das bancadas de partidos tradicionalmente e aumento das bancadas dos partidos situados no polo da ultradireita e esquerda. Esse movimento aparece tanto nos legislativos estaduais como nas bancadas federais, e pode ser ilustrado pela queda dos números de parlamentares que o PMDB conseguiu eleger e pelo quase desaparecimento do PSDB, partido que ganhou duas eleições seguidas para o Governo Federal e governou São Paulo por quase três décadas, com relação ao Cidadania, só conseguiu eleger meia dúzia de deputados porque estes aderiram em suas bases o bolsonarismo, além do aumento expressivo de partidos como PL, PP e Republicanos, que ganharam peso ao se alinhar explicitamente a onda conservadora e de ultradireita.

Não há dúvida de que Bolsonaro representa hoje as forças de oposição ao governo Lula, isto se deu pela capacidade de promover um total realinhamento do campo conservador.

 Diante desta nova realidade, entendemos que o governo Lula tem sido um guarda-chuva para esta vertente de pensamento, desta forma, a direita democrática deixa seu protagonismo e o seu legado que foi apossado pelos bolsonarista. Sabemos como está difícil o regime democrático brasileiro conter uma direita que seja capaz de captar desejos e valores dos cidadãos, organizando suas pautas de reivindicações, disputando cargos de poder. Por isto, a direita tem a obrigação de apresentar uma alternativa responsável ao perigo do extremismo, com um bom projeto democrático e um verdadeiro sentido de estado. Para isto, não pode se dá ao luxo de criar soundbites, nem narrativas populistas que alimente um público sedento de devaneios e ficções, mas sabendo que materializará a sua missão, convicta de que essa integridade fará o seu caminho pelo eleitorado brasileiro.

Sonho um dia poder contar com uma direita humanista e plural, de base liberal, mas com uma inclinação para o social. Tendo sempre presente que nem todos tiveram as mesmas oportunidades e que por essa razão o estado tem como obrigação cuidar dos seus, sobretudo de todos os que se encontram em situações de vulnerabilidade.

Só assim, a direita seria capaz de apresentar uma alternativa clara, bem definida nos seus limites e séria nas suas intenções. Uma alternativa à polarização.

 

 

 

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...