sábado, 16 de novembro de 2019

ARTIGO - A responsabilidade de ser pai (Padre Carlos)





A responsabilidade de ser pai


Nos últimos anos, temos constatados cada vez mais um certo comportamento de alguns pais transferindo sua responsabilidade para terceiros, negligenciando desta forma a família e os filhos em benefício da vida profissional e da sua individualidade, chegando a confiar a educação dos filhos aos funcionários ou no professor e na escola como um todo, desligando-se da sua educação. Ser pai e mãe nos tempos de hoje não é nada fácil, sobretudo para quem não está disponível para dedicar tempo (sobretudo de qualidade) e fazer sacrifícios em prol da família e dos filhos. 
Segundo as ultimas pesquisas a respeito desta problemática, na última década  tem aumentados  os números de casos associados à violência nas escolas – estes casos, geralmente encontra na imprensa um forte apelo emocional. Violência entre alunos, violência entre jovens namorados(as), violência de professores contra alunos e até violência de alunos contra professores, são levantados de forma sensacionalista, sem levar em conta um estuda aprofundado dos verdadeiros motivos que vem desencadeando este comportamento. 
Este tipo de violência tem assumido tais proporções e criado em alguns setores da sociedade, a percepção de que a escolas se tornou um campo de batalha e o ato de ensinar, tornou-se uma profissão de alto periculosidade. Mesmo sendo um exagero afirmá-lo, é um problema que não podemos deixar de abordar e enfrentar, para encontrar suas causas e as suas verdadeiras consequências.
As famílias, as comunidades escolares, os poderes públicos, devem tratar este tema com a mesma seriedade que abordam as outras matérias - como a violência se tornou presente na sociedade contemporânea? Precisamos conhecer a influencia  que as redes sociais às televisões, aos filmes no cinema, aos jogos de computador, às playstation, estão exercendo sobre os nossos filhos e quais as consequências que tem causados estas  tecnologias no comportamento entre os nossos jovens
Soma-se a tudo isto a desestruturação cada vez maior das famílias na nossa sociedade. Não podemos esquecer que a família é a "célula mãe" das comunidades e apesar das crises e problemáticas atuais, é ainda esta formação familiar que agrega a maior parte dos cidadãos.  Não é difícil entender que se uma família é bem estruturada pode gerar indivíduos equilibrados e atuantes positivamente em uma comunidade. O contrário também é válido. Assim podemos afirmar, que famílias desestruturadas geram indivíduos desequilibrados e estes desequilíbrios estará presente em toda comunidade.

Vivemos tempos muito complexos, cheios de contradições ao ponto de achar que um pai ou uma mãe presente, dedicados e responsáveis sejam considerados como conservadores, ‘superprotetor’, etc., etc
Não podemos esquecer que a violência na escola podem  está associados a  outras variáveis, como a falta de condições para os professores desenvolverem um bom trabalho, das suas insatisfações com o descaso dos poderes públicos em razão de algumas das suas reivindicações e outro ponto fundamental, é a crise econômica e suas consequências no dia-a-dia de qualquer profissional na sala de aula. Sabemos e valorizamos a importância e o papel dos professores na formação destes novos cidadãos é nas escolas que se dar esta formação. Ao mesmo tempo, entendemos que a educação dos filhos, compete os pais. É na família que eles aprendem os valores éticos e morais e não podemos fugir desta responsabilidade nem terceirizar a paternidade. 
 Estamos proporcionando muita liberdade aos nossos filhos, para muita coisa, mas não estamos sabendo proporcionar responsabilidade que esta acarreta. É preciso saber dosar esta liberdade para que cresçam sabendo que existem limites na sociedade e que seus direitos terminam, onde começa o do outro.
Ninguém é obrigado a ter filhos ou adotar, mas somos obrigados a sumir nossas responsabilidades de ser pai ou mãe. Ninguém é obrigado a responsabilizar-se por filhos, crianças, adolescentes que não sejam responsáveis, mas somos chamados a exercer a paternidade por aqueles que são nossa obrigação protege-lo.  Aqueles que escolheram constituir família e ter filhos, podem dar a sua contribuição, dentro e fora de casa, para que eles tenham todas as condições, não só para ser felizes, mas para serem educados e ‘criados’ com equilíbrio, com responsabilidade, com carinho e com perspectivas de virem a ser cidadãos realizados e responsáveis. 
Por isto, não canso de falar do papel dos pais na educação dos seus filhos em família, em casa e na escola. Para isso, é necessário que os conheçam ‘verdadeiramente’, seja amigo, para cumprir assim esta rica tarefa  de ser pai. O papel destes, num quadro complexo, exigente e desafiante das sociedades contemporâneas, apela à observância de valores de vida e pilares estruturantes como o amor, a família, a liberdade, a responsabilidade, a segurança e a proximidade. Que devem ser estimulados.
Ser pai é um ministério é mais que vocação é uma missão. Não é uma relação biológica, não é apenas reprodução, ser pai é acima de tudo dar amor, carinho e proteção, ser amigo leal nas horas certas e severo quando for necessário. Para educar um filho ou uma filha, temos que ser guia e companheiros no caminho para Emaús, no caminho certo para que eles tenham vida.


Padre Carlos

Visite e ajude a divulgar nosso trabalho, partilhando em suas redes.




Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...