A responsabilidade de ser pai
Nos últimos anos, temos
constatados cada vez mais um certo comportamento de alguns pais transferindo
sua responsabilidade para terceiros, negligenciando desta forma a família e os
filhos em benefício da vida profissional e da sua individualidade, chegando a confiar
a educação dos filhos aos funcionários ou no professor e na escola como um todo,
desligando-se da sua educação. Ser pai e mãe nos tempos de hoje não é nada
fácil, sobretudo para quem não está disponível para dedicar tempo (sobretudo de
qualidade) e fazer sacrifícios em prol da família e dos filhos.
Segundo as ultimas pesquisas a respeito desta problemática, na última década tem aumentados os
números de casos associados à violência nas escolas – estes casos,
geralmente encontra na imprensa um forte apelo emocional. Violência entre
alunos, violência entre jovens namorados(as), violência de professores contra
alunos e até violência de alunos contra professores, são levantados de forma sensacionalista,
sem levar em conta um estuda aprofundado dos verdadeiros motivos que vem desencadeando
este comportamento.
Este tipo de
violência tem assumido tais proporções e criado em alguns setores da sociedade,
a percepção de que a escolas se tornou um campo de batalha e o ato de ensinar,
tornou-se uma profissão de alto periculosidade. Mesmo sendo um exagero
afirmá-lo, é um problema que não podemos deixar de abordar e enfrentar, para
encontrar suas causas e as suas verdadeiras consequências.
As famílias, as
comunidades escolares, os poderes públicos, devem tratar este tema com a mesma
seriedade que abordam as outras matérias - como a violência se tornou presente
na sociedade contemporânea? Precisamos conhecer a influencia que as redes sociais às televisões, aos filmes no
cinema, aos jogos de computador, às playstation, estão exercendo sobre os nossos filhos e quais as consequências que tem causados estas tecnologias no comportamento entre os nossos
jovens
Soma-se a tudo
isto a desestruturação cada vez maior das famílias na nossa sociedade. Não
podemos esquecer que a família é a "célula
mãe" das comunidades e apesar das crises e problemáticas atuais, é ainda
esta formação familiar que agrega a maior parte dos cidadãos. Não é difícil entender que se uma família é bem estruturada
pode gerar indivíduos equilibrados e atuantes positivamente em uma comunidade.
O contrário também é válido. Assim podemos
afirmar, que famílias desestruturadas geram indivíduos desequilibrados
e estes desequilíbrios estará presente em toda comunidade.
Vivemos tempos
muito complexos, cheios de contradições ao ponto de achar que um pai ou uma mãe
presente, dedicados e responsáveis sejam considerados como conservadores, ‘superprotetor’,
etc., etc
Não podemos esquecer que a violência na escola podem está associados a outras variáveis, como a falta de condições para os professores desenvolverem um bom
trabalho, das suas insatisfações com o descaso dos poderes públicos em razão de
algumas das suas reivindicações e outro ponto fundamental, é a crise econômica e suas consequências no dia-a-dia de qualquer profissional na sala de aula. Sabemos e valorizamos a importância e o papel dos professores na formação destes
novos cidadãos é nas escolas que se dar esta formação. Ao mesmo tempo, entendemos que a educação dos filhos, compete os pais. É na família que eles aprendem os valores éticos e morais e não podemos fugir desta responsabilidade nem terceirizar a paternidade.
Estamos proporcionando muita liberdade aos
nossos filhos, para muita coisa, mas não estamos sabendo proporcionar
responsabilidade que esta acarreta. É preciso saber dosar esta liberdade para que cresçam sabendo que existem limites na sociedade e que seus direitos terminam, onde começa o do outro.
Ninguém é obrigado
a ter filhos ou adotar, mas somos obrigados a sumir nossas responsabilidades de ser
pai ou mãe. Ninguém é obrigado a responsabilizar-se por filhos, crianças,
adolescentes que não sejam responsáveis, mas somos chamados a exercer a paternidade por aqueles que são nossa obrigação protege-lo. Aqueles
que escolheram constituir família e ter filhos, podem dar a sua contribuição,
dentro e fora de casa, para que eles tenham todas as condições, não só para ser
felizes, mas para serem educados e ‘criados’ com equilíbrio, com
responsabilidade, com carinho e com perspectivas de virem a ser cidadãos
realizados e responsáveis.
Por isto, não
canso de falar do papel dos pais na educação dos seus filhos em família, em
casa e na escola. Para isso, é necessário que os conheçam ‘verdadeiramente’, seja
amigo, para cumprir assim esta rica tarefa de ser pai. O papel destes,
num quadro complexo, exigente e desafiante das sociedades contemporâneas, apela
à observância de valores de vida e pilares estruturantes como o amor, a
família, a liberdade, a responsabilidade, a segurança e a proximidade. Que
devem ser estimulados.
Ser pai é um ministério é mais que vocação é uma missão. Não
é uma relação biológica, não é apenas reprodução, ser pai é acima de tudo
dar amor, carinho e proteção, ser amigo leal nas horas certas e severo
quando for necessário. Para educar um filho ou uma filha, temos que ser guia e
companheiros no caminho para Emaús, no caminho certo para que eles
tenham vida.
Padre Carlos
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