A pandemia deixou claro que a Saúde é um dos pilares da Democracia
Com a crise pandêmica que ceifou mais de seiscentas
mil almas em nosso país, tem ficado cada vez mais claro que a Saúde é um pilar
de uma sociedade democrática. Por isso, não pode deixar de ser prioridade para qualquer
governo. Contudo, do discurso de bravata
de certos políticos à ação vai uma distância muito grande. E, se fica bem no
programa eleitoral ou de governo, também não ficava mal na vida real. Mas no
mundo da política é muito diferente.
Comecemos pela Saúde. Tão falada nos últimos meses
por causa da pandemia. Os profissionais de saúde que foram excessivamente; elogiados e
designados heróis pelo desempenho inexcedível no combate ao vírus, são os
mesmos que, hoje, não conseguem sequer receberem o salário nas cooperativas ou
nas empresas terceirizadas. Os nossos heróis, são explorados e não têm a quem
recorrer, é estes homens e mulheres que foram para linha de frente, que
gostariam de ver algumas das suas reivindicações atendidas. Um dos gargalos nesta piramide, são as relações de trabalho dos Tec. de Enfermagem e as Home Care em relação as baixas remunerações pelos pantões. Estes profissionais terminam assumindo uma carga de trabalho excessiva para ganhar mais que um salário. Porque será que o Concelho Regional de Enfermagem não levantou esta bandeira?
O retrato completa-se com uma completa falta de
pessoal, o aumento da dependência de horas extra e mais contratação de
trabalhadores contratados por cooperativas. O cenário que se vive nos hospitais
brasileiros é descrito como caótico, de escassez e à beira da ruptura.
Transversal a todo o país.
Precisamos ser mais justo para aprofundar uma
análise mais precisa e fazer as perguntas que importam. São conhecidos todos os
números associados à covid-19: os mortos, os novos casos, os recuperados, os
internamentos e a vacinação. Mas importa saber o que não é dito todos os dias:
Como decorreu a atividade de saúde relativa às restantes patologias? Como
evoluiu a mortalidade não Covid durante a pandemia? A vida não é só Covid e, no
Brasil, muitas pessoas foram vítimas indiretas. Foi evidente a quebra das
consultas presenciais de cuidados preventivos, durante a pandemia. Mais de um
terço da população declarou ter desistido de um exame médico ou tratamento
necessário durante os primeiros doze meses da pandemia.
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