segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Artigo - A Igreja precisa falar sobre formação sacerdotal (Padre Carlos)

 

 

Precisamos falar sobre a formação sacerdotal

 


Já faz algum tempo que gostaria de escrever sobre a importância de uma nova metodologia para a formação dos novos padres.  Não sou formador nem estudioso deste assunto, mas como cristão e ter convivido muitos anos neste espaço de formação, não poderia fechar os olhos para esta reflexão sobre essa instituição tridentina e entender a importância do salto que estamos para concretizar.  A formação atual dos diáconos e padres é a mais eficaz para o serviço em uma Igreja ministerial?  E, diante dos desafios do Novo Milênio, como encontrar um modelo melhor de formar os futuros sacerdotes dentro deste embate entre essas duas vertentes do clero católico?


 Este Pontificado já deu provas que tem como objetivo, resgatar os valores do Vaticano II e buscar de fato e de direito mudar a forma da Igreja de relacionar-se com o mundo e consigo mesma é por isso, que é necessário surgir e formar novos pastores com esta mentalidade. Não podemos esquecer que até hoje este grande acontecimento foi e é um evento que precisa de análise, pois está longe de se chegar a um consenso.

         Refletir sobre a formação ministrada nos seminários hoje é tocar o dedo na ferida e admitir que pecamos em determinados pontos, poderia ter feito muita diferença no novo clero se o mesmo estivesse inserido com o seu povo durante a sua caminhada. Como poderemos aceitar uma formação sacerdotal que retira os candidatos ao sacerdócio do meio do povo e forma-os num ambiente clericalizado que não está de acordo com os Evangelhos, nem com as perspectiva do Concílio Vaticano II, nem com uma Igreja "em saída", "sinodal, evangélica e evangelizadora", a Igreja "dos pobres e humildes".

É preciso ter coragem para enfrentar novos desafios! Assim, propor a estes seminaristas, apesar da necessidade de assisti-lo com uma orientação espiritual que façam antes da teologia ou do diaconato, novas experiências como, por exemplo, "apartamentos compartilhados com amigo - em ambientes universitários" que melhor contribuam para uma formação encarnada no Mundo é uma das opções.

Não será preciso ir tão longe. Mas porque não, antes de freqüentarem o curso de teologia, cursarem outro curso à sua escolha? Fazerem uma experiência fora do seminário, ou antes, de entrarem no seminário, no meio dos outros alunos e experimentarem as mesmas dificuldades e desafios deles: alojamento, alimentação, transportes....

Tendo em conta as virtudes que o programa Erasmus tem demonstrado, porque não todos os seminaristas fazerem uma experiência em Roma ou noutra qualquer boa faculdade de teologia? Isto proporcionar-lhes-ia uma experiência única da universalidade da Igreja.

Com relação os seminaristas diocesanos, porque não viverem numa paróquia nos últimos anos do curso em vez de estarem fechados no seminário? Poderiam ir aplicando o que aprendiam no curso e conheciam mais cedo e melhor a realidade fundamental que serão chamados a servir como padres.


        Estes e outros aspetos terão de ser refletidos. Só a reflexão garantirá que os seminaristas deixem de ser uma casta à parte e possam viver a sua vocação encarnados na sociedade e na Igreja.

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