sábado, 6 de novembro de 2021

ARTIGO - Deltan Dallagnol muda de Partido (Padre Carlos)

 

 

Deltan Dallagnol pede demissão depois de 18 anos de carreira no MPF,

 


Uma das notícias que chamaram minha atenção nestes últimos dias tem sido entender os verdadeiros motivos que levaram Deltan Dallagnol pedir demissão depois de 18 anos de carreira no MPF, este gesto deixa claras as verdadeiras intenções que levaram a antiga força tarefa da Lava Jato a agirem ao arrepio da lei.


Mas o que levou parte do nosso Ministério Público a aderirem o Lava-Jatismo? Após a redemocratização e a Constituição de 1988, os Constituintes buscaram dar ao Ministério Público (MP) uma "nova legitimidade judicial", dando um poder que poderiam fortalecer a sociedade civil, mas infelizmente a classe dos procuradores caiu num "jogo de espelhos com os juízes" que o afastou dos cidadãos. Por isto, precisamos de uma reforma na Instituição com o objetivo de colocar em prática o sonho da Assembléia Nacional Constituinte. Agora é hora de corrigir a trajetória, com "uma nova cultura de cidadania dos magistrados.

Atualmente, temos um MP formal e afastado dos cidadãos. Eu defendo um MP em contato direto com o povo, numa posição de interface entre o sistema judicial e a sociedade. Estou falando de uma nova cultura de cidadania, de reinventar o perfil identitário dos magistrados do MP. Os erros começam quando estes Magistrados passam a se apoiar no princípio do paralelismo das magistraturas, procurando ser valorizado num jogo de espelhos com os juízes. E afastando-se dos cidadãos, ficando mais fixado no interior do poder judicial, numa posição mais próxima do juiz, que levam ao conluio de um órgão acusador com outro julgador e isto é ilegal, não é ético e ferie os princípios da imparcialidade, alem é claro de comprometer e contaminar todo o processo, tornando nulo.

Temos uma parcela de magistrados que se identifica mais com um perfil judicial e muito menos com um perfil social. Felizmente, existe uma percentagem maior que se identificam num perfil mais abrangente, onde o reconhecimento social é importante.

Quando falo numa reforma do Ministério Público, me refiro a casos como o de Deltan Dallagnol, isso porque, com a saída do Ministério Público Federal, todos os processos que estão abertos contra este procurador serão arquivados. Até esta semana, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato já tinha respondido a 52 processos no Conselho Nacional do MP a reclamações disciplinares, sindicâncias e a processos administrativos disciplinares.


Estas manobras para escapar da justiça deixam de serem teorias para constatação de um fato. O Conselho do MP deixou de ser um foro seguro com seu corporativismo e desta forma, para fugir de tudo que fizeram no verão passado, acreditamos que ele está de olho nas eleições para ter direito a um novo foro especial.

 

 

 

 

 

 

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