segunda-feira, 22 de novembro de 2021

ARTIGO - Qual o papel dos leigos na Igreja? (Padre Carlos)

 

Qual o papel dos leigos na Igreja?



 

O Concílio Vaticano II recuperou o papel dos leigos na Igreja. Como dizia Frater Henrique: “deixaram de ser a massa amorfa dos cristãos que se submetiam às ordens da hierarquia e passaram a ser considerados co-responsáveis na tarefa da evangelização”.


Pela sua presença em certos contextos - como o social, o educativo, o operário, a política ou a cultura - reconheceu-se que o seu apostolado poderá ser muito mais eficaz do que o dos padres ou o dos religiosos.

Desde o Concílio têm surgido novos movimentos, associações de fiéis e novas comunidades que procuram dar resposta aos desafios suscitados pelos meios que os leigos freqüentam. Geralmente seguem o carisma de um fundador ou fundadora, promovendo novas formas de estar e de atuar na Igreja e no Mundo.

No mês de setembro, em Roma, o Papa Francisco reuniu-se com responsáveis destes novos movimentos. Eles são para o Papa "um sinal claro da vitalidade da Igreja", bem como "uma força missionária e uma presença profética" que garante "esperança para o futuro". O Papa agradeceu-lhes a contribuição que têm dado pela sua presença no Mundo, sobretudo nestes últimos anos marcados pela pandemia, nos quais muitos movimentos estiveram na linha da frente do apoio às vítimas e aos mais pobres.

O Papa aproveitou a ocasião para não deixar dúvidas sobre um decreto do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, publicado a 11 de junho deste ano. O decreto procura regular a forma como essas associações são governadas. Ele busca impedir que, com exceção dos fundadores, os dirigentes se eternizem nos cargos, podendo apenas cumprir dois mandatos consecutivos de cinco anos.

O Papa não esqueceu algumas novas comunidades eclesiais que se afastaram do seu carisma de fundação, que se afastaram do seu carisma e que, por isso, tiveram de ser encerradas. O Papa identificou o "abuso do poder" como a gênese dessas distorções.


Da mesma forma que a sociedade civil foi se afastando das suas propostas e projetos, afastando-se do povo e se desvirtuando dos seus mandatos, também a Igreja está abrindo agora para essa realidade. São cada vez menos os cargos vitalícios. Para salvaguardar o bem da Igreja, até o Papa pode renunciar, como fez Bento XVI.

 

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