quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

ARTIGO - Paulo Raimundo reacende a chama do Partido Comunista Português. (Padre Carlos)

 

É das injustiças que tiramos força para lutar

 


Quando Raimundo reafirmou esta semana que o Partido Comunista Português foi, é e continuará sendo o partido dos trabalhadores e acima de tudo, de protesto que não está parado no tempo, entendi naquele momento que sua fala transcendia as fronteiras portuguesas. O mais novo secretário-geral comunista não falava somente para os militantes portugueses, ele falava para os comunistas espalhados pelo mundo, principalmente de língua portuguesa.

Para ele a vocação do partido como voz dos trabalhadores, do povo e dos jovens, na luta e no protesto é o que define a nossa existência como partido e nos diferencia das outras agremiações. Temos que revolucionar os nossos sonhos e utopias, só assim poderemos assegurar que o partido não pare no tempo. “Fazer das injustiças força para lutar! – mais salários e pensões, saúde e habitação”. Aos “adversários”, que continuam querendo dar “lições de moral” ao partido sobre o que deve ou não falar e questionar, o novo secretário-geral do PCP frisou que continuará, como sempre, falando com trabalhadores, com o povo e a juventude.

“E quem mais falaria, se não o próprio partido dos trabalhadores?”, interrogou, acrescentando que continuará falando com o povo, porque o partido é “parte deste povo capaz de realizações extraordinárias, como a Revolução de Abril”, e da juventude, pelo seu direito à educação, à cultura, ao desporto, ao lazer, ao trabalho com direitos, à habitação, ao direito a constituir família. O PCP, acrescentou, continua “ao seu lado na luta contra a precariedade e os baixos salários”.

“Dizem que agora a luta voltou, como se alguma vez tivesse parado. Em que mundo andaram e vivem estes escribas? A luta parou? Que o digam os trabalhadores nas empresas e locais de trabalho”, disse, assegurando que “a luta não tirou férias”.

“Dizem que voltámos a ser um partido de protesto. Sim, é verdade, de nós não esperem outra coisa que não seja um firme e determinado combate à política de direita, à política de empobrecimento e de assalto à nossa soberania”, acrescentou, afirmando que o PCP trava um combate de “construção da alternativa e de soluções para o país”.

Paulo Raimundo assegurou que “o ambiente que se vive no partido é bom, de confiança, de grande vontade e de grande entrega”, e pediu que se olhasse para o PCP por aquilo que é e não por aquilo que dizem que é como “o elemento de esperança e de futuro que é”, como “instrumento de luta e de construção do direito a uma vida digna”.

         “Que dizer destas opções num momento em que os grupos económicos anunciam quatro mil milhões de euros de lucros nos primeiros nove meses do ano. Que crise tão estranha é esta? Isto não é crise, é injustiça. Tudo isto, e muito mais, foi rejeitado agora mesmo no Orçamento do Estado. Ficaram pior os trabalhadores e as populações, ficaram satisfeitos os grandes grupos económicos”, declarou.

O secretário-geral do PCP deixou ainda uma palavra às “lutas mais que justas” que se travam, em setores como a agricultura, a saúde, a ferrovia ou o ambiente.

 


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