Ler novamente um bom livro é como um reencontro de amigos, você fica muito feliz. Em tempos de quarentena e isolamento social, por causa da PANDEMIA, a leitura tem sido uma companheira de viagem. São estas releituras que nos permitem descobrir que há livros que podem ser lidos de várias formas, permitindo diversos níveis de interpretação - sem nunca perderem o fascínio que exercem sobre o leitor. É o caso deste romance de Albert Camus sobre uma cidade no norte da África - Orão, na então Argélia francesa - sitiada devido à peste.
A cidade de Oran, uma possessão francesa na costa da Argélia, norte da África, é atingida pela peste bubônica. De repente, ratos começam a morrer aos montes. Rapidamente, a população da cidade é atingida. Camus fala como é viver numa cidade sitiada pela peste.
O grande romance de Albert Camus - publicado em 1947 - libertava-se do seu significado literário aos meus olhos de leitor, surgindo como uma assombrosa metáfora de um tempo de trevas e de um espaço submetido ao bacilo mortal do totalitarismo. Camus, ele próprio membro da resistência e jornalista envolvido no combate quotidiano às forças ocupantes, nunca teve dúvidas sobre a missão que deve caber aos intelectuais nas encruzilhadas do mundo contemporâneo: a defesa intransigente da liberdade, sabendo que esta é inseparável da justiça. Nenhum sistema ideológico está autorizado a capturar a liberdade em nome de causas que a sufoquem nem neutralizar a justiça a pretexto de bandeiras que a violentem.
O grande romance de Albert Camus - publicado em 1947 - libertava-se do seu significado literário aos meus olhos de leitor, surgindo como uma assombrosa metáfora de um tempo de trevas e de um espaço submetido ao bacilo mortal do totalitarismo. Camus, ele próprio membro da resistência e jornalista envolvido no combate quotidiano às forças ocupantes, nunca teve dúvidas sobre a missão que deve caber aos intelectuais nas encruzilhadas do mundo contemporâneo: a defesa intransigente da liberdade, sabendo que esta é inseparável da justiça. Nenhum sistema ideológico está autorizado a capturar a liberdade em nome de causas que a sufoquem nem neutralizar a justiça a pretexto de bandeiras que a violentem.
A vida imita a ficção, como tantas vezes sucede. Dando ainda mais relevância à lucidez das palavras finais d' A Peste. Se o novo vírus se assemelha em muito à peste bubónica europeia de 1343-53, que matou cerca de 200 milhões de pessoas, creio ser importante tirar proveito do que temos hoje para fazer a diferença no combate a este inimigo.
Com relação ao outro vírus, Camus sabia que "o bacilo não morre nem desaparece nunca" e que "viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a ‘peste’ acordaria os seus ratos estão vivos, sobreviveram ao pós-guerra e seu discurso é que a morte está presente numa cidade feliz". Oran, conflagrada pela peste, com o mundo em que vivemos sitiado pelos dois vírus mais perigosos dos dias de hoje: o coronavirus e a ignorância deste governo e seus seguidores.
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