A distribuição de cargos “de confiança” como moeda de troca política.
Para exercer um cargo político seja no
parlamento ou no executivo, deveríamos exigir alguns critérios e pré-requisitos
que definisse a vocação e qualificação do afilhado ou membro deste ou daquele
partido da base do governo. Não podemos esquecer que o exercício dos cargos
políticos e administrativos implica uma elevada responsabilidade e confiança na
integridade moral da gestão pública, na mediação dos interesses das comunidades
e na reciprocidade e interdependência da relação entre quem governa e quem
elege. As três coisas que não se deve abrir mão quando se nomeia um quadro
político ou um amigo são: a responsabilidade, a tolerância as diferenças de opinião,
e na elevada capacidade de decidir em prol dos outros, em detrimento de agendas
pessoais.
Os
cargos, seja de primeiro ou segundo escalão, requer responsabilidades em
qualquer gestão saudável e necessita de uma cidadania ativa para que possa reconhecer
as idéias dos adversários e ajudar a administração a fazer uma gestão
democrática e justa. Não é à toa que a perda de confiança dos cidadãos no
sistema político e nos seus representantes tem aumentado a cada pleito. São estes
desvios que estão presentes nos governos da esquerda e da direita, que
encontramos as explicações da ausência de sentido de Estado por parte dos
eleitos e, sobretudo, na inaceitável tendência para os sectarismos, responsáveis
por remeterem para segundo plano a principal missão: defender o povo.
Podemos dizer que este mal é fruto do
corporativismo da classe política e da falta de normas que possam balizar estas
nomeações. Quando presenciamos um ministro de Estado ser acusado pela
Polícia Federal, por organização
criminosa, advocacia administrativa e obstrução de fiscalização, significa que
chegamos à fronteira entre a civilização e a barbárie.
Se nos governos de Fernando Henrique e
nos petistas presenciamos a farra dos cargos públicos e os critérios nada
republicanos para lotear o estado, no governo de Bolsonaro esta pratica se
aprofundou em um escândalo de grande proporção. Isto vem acontecendo, devido a
ausência de representação e a falta de tolerância do povo com este governo. Desta
forma, o fosso entre os eleitos e os eleitores tenderá a aumentar, prejudicando
a essência da democracia e a nobreza de caráter exigível a quem governa. Porque
a causa comum compete a todos, sem exceção.
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