Não restou
alternativa ao Facebook e o Instagram a não ser bloquear na noite de domingo
a live feita pelo presidente Jair
Bolsonaro no dia 21 de outubro, transmissão ao vivo em que o
mandatário vinculou a imunização contra a covid-19 à Aids. Na noite desta
segunda-feira, foi à vez de o YouTube anunciar a remoção do conteúdo da live do
presidente por ter violado as diretrizes de desinformação médica sobre a
COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e
que causam outras doenças infecciosas.
Estas fake
news vindas de pessoas que deveriam dar o exemplo vão destruir a nossa
democracia um dia deste. E daí? Quem se importa? Que partidos políticos colocaram
nas agendas o combate a este crime? Afinal, quem está ganhando são aqueles que
clicam, partilha ou comenta uma notícia falsa?
As fake
news são como algum produto que compramos na feira do Paraguai. Às vezes nem se
percebe a diferença. E usamos os artigos sem hesitação, indiferentes se estamos
contribuindo ou não para um crime de contravenção.
Assim,
como estes produtos falsos das feiras, o crime só se combate com legislação e
ações de fiscalização, mesmo que isso signifique dar nome aos bois. É preciso
que o governo e a justiça não se acovardem e que façam algo antes que seja
tarde demais para todos nós.
Na ultima
eleição, assistimos um crime sendo cometido diante de toda nação e uma eleição
com fortes indícios de fraude eleitoral. Assim, durante a campanha para o
segundo turno das eleições presidenciais, vários empresários pagou pela
circulação de mensagens falsas contra o candidato Fernando Haddad. Facebook e
WhatsApp. Estas empresas só reagiram e bloquearam ou apagaram, quando o crime
se tornou público.
Mas não se
enganem. Enquanto as fake news forem um modo lucrativo para estas empresas, mas,
sobretudo para aqueles que distribuem, vão continuar existindo nas nossas redes
sociais. O modelo funciona para políticos, para empresários, para grupos econômicos.
Não acredito que haja de fato vontade política para combater esta praga.
O governo precisa criar um órgão que
possam fiscalizar estes conteúdos que são divulgadas nas mídias digitais,
buscando assim, a monitoramento de notícias falsas e não contribuir com a sua
disseminação.
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