O celibato obrigatório é uma violência
Quem dedicou boa parte da vida para a Igreja, sabe que ela avança muito lentamente e às vezes parece que dá um passo em frente, dois passos atrás. O Papa Francisco tem inimigos poderosos, por isto as mudanças só virão se todos os cristãos lutarem e rezarem para que este milagre aconteça. E, portanto, fica a dúvida quando as mudanças demoram de chegar e frustra a gente que esta esperando esta primavera ou aggiornamento há mais de cinqüenta anos.
A forma como a sociedade pós-moderna vem mudando os costumes e a cultura
de tudo que está a sua volta, fica claro que é uma simples questão de tempo o
fim do celibato. Com que fundamento a Igreja insiste em pleno séc. XXI, em permanecer
neste erro? Não faz muito tempo que citei o trabalho do sociólogo, o padre Javier
Elzo SJ. O religioso afirma que 80% ou mais do clero, padres e bispos, na África
tem uma vida sexual ativa.
Será que o Papa tem medo de criar
uma ruptura dentro da Instituição, um cisma?
Francisco na última missa do ano de 2019, a
tradicional Missa do Galo, disse para os fiéis: “Nós mudamos, a Igreja muda, a história muda, quando começamos a
querer mudar — não os outros, mas a nós mesmos, fazendo da nossa vida um dom”. Estas
palavras do Papa me acalentam e me dão esperança de ver ainda neste pontificado as mudanças na Igreja que tanto
precisamos. Mas para falar em mudanças, precisamos falar na formação deste
presbitério e por isto, tenho consciência que ser padre é uma responsabilidade
gigantesca, um padre lida com a vida das pessoas e, no limite, até com a
intimidade das pessoas, na confissão. Por isto, os candidatos a padres devem
passar por uma avaliação psicológica e devem ser formados fora dos seminários. É preciso estar atento aos candidatos a
padres, concretamente num tempo em que a oferta e a procura estão relacionadas à
falta de perspectivas e a uma forma de projeção social. Precisamos rever a
formação e entender como inseri-los no mundo. O seminário tem que ser um lugar
onde se reúnem para alguma formação mais direcionada, comunitária, se quiser. O
tipo de seminário que nós temos que é o seminário tridentino prestou o seu
serviço, mas hoje acredito que não serve mais neste novo milênio por isto, deve
ser repensado.
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