O centro é de fato um pendulo nesta arena?
Quando
percebemos cada vez mais a dificuldade que os partidos de centro têm encontrado
para construir uma terceira via, passamos a entender que ela está relacionada ao
afastamento das massas com este seguimento político e o distanciamento das suas
idéias originais. Como disse David Hume, a relação de causalidade ou a relação
entre causa e efeito são inevitáveis, assim, entendemos que este é o resultado das
escolhas que os partidos da social-democracia que nos dirigiram nestas três
décadas fizeram.
Se o
centro é de fato um pendulo nesta arena, ele se esqueceu de sintonizar com o
“espírito do tempo”, perdendo assim o vigor transformador. Enquanto a realidade
se transformava, nossos atores continuavam com as idéias do passado.
Para
criar uma frente e formar um pacto político, precisamos entender que hoje a
divisão entre presente e futuro é mais importante que entre capitalistas e
trabalhadores. Quando o centro faz Opção pela disputa entre corporações, de
capitalistas ou de trabalhadores, deixa de fazer seu papel moderador e passa a
governar ou engrossar o bloco da oposição sem buscar coesão social e rumo
histórico.
Os
partidos de centro precisam atingir seus objetivos iniciais muito rapidamente
se quiserem entrar no jogo e com o uso de poucos recursos, geralmente
atribui-se esse sucesso todo a uma “sacada”, aquela ação ou idéia “genial” que
mudou o rumo da política como um todo. A isso, damos o nome de “bala de prata”
ou voltar as suas origens, ser de fato o centro político.
Não
podemos substituí propostas de um mundo melhor para as futuras gerações, por
promessas de maior consumo no presente; criamos consumidores sem consciência
política, não cidadãos. Não podemos ceder à tentação de cair no oportunismo
eleitoral, temos responsabilidade como agente político e precisamos ter coragem
de dizer para a nação que a justiça social vem da aplicação correta e
responsável dos resultados de uma economia eficiente; que no mundo global não
há mais futuro para economias movidas por nacionalismos isolados.
Não
podemos esquecer que educar está muito além de apenas levar informação e
construir conhecimento, porque essa ação reflete em vários sentidos na vida de
uma pessoa. Desta forma, a educação para todos é fundamental para sairmos desta
situação de subdesenvolvimento. A democratização do saber passa pelos filhos de
pobres e de ricos em escolas com a mesma qualidade é condição sem a qual não
conseguiremos atingir nossos objetivos. Precisamos acreditar que a igualdade
educacional com qualidade é a única forma de acabar com a Casa Grande.
Precisamos
neste momento de uma bússola e uns prumos para encontrar nosso rumo e não esquecer jamais, que não existe pacto se o povo não for convidado a sentar a mesa para
participar desta festa democrática.
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