segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Paróquia dedicada a Santa Dulce dos Pobres

 


Paróquia dedicada a Santa Dulce dos Pobres

 

será criada em Vitória da Conquista

 

 

Nossa Santa Dulce dos Pobres

 


 

 

          Quando Celebramos a simplicidade e passamos a viver com o que realmente importa, os amigos e a sociedade passam olhar para a gente de outra forma. Viver a simplicidade como voluntária para assumir nossa pobreza, tem um significa profundo e existencial, uma verdadeira opção. 

       


Estive com minhas filhas ontem à noite na Igreja de Santa Dulce para concelebrar com o Pe. Monginho, contemporâneo da minha caminhada do seminário de filosofia. Assim, fiquei sabendo que no dia 13 deste mês, será criado a Paróquia de Santa Dulce. Depois da missa, houve o lançamento do livro Além da Fé do jornalista Valber Machado em homenagem a nossa Santa, nascida na Bahia, e responsável por uma vida de dedicação exclusiva aos pobres. Estas lembranças de Irmã Dulce me fizeram retornar a uma Salvador do meu passado e assim, vou aproveitar pra falar também um pouco do que ouvir desde menino desta Santa. Vamos falar da menina Rita, sua vida, seus sonhos, seus medos e acima de tudo, sua   simplicidade. Nossa Irmãzinha se tornou um exemplo de amor aos pobres e a sua importância, está no exemplo que deixou cuja face misericórdia de Deus encontra-se na sua obra.  Como esse jeito de ser e viver nossa menina foi revelando esta face do Deus Mãe.

       Rita era pequenina de olhos negros e firmes, assustados, aparentava fraqueza, mas se mantinha sempre corajosa, agora confirmado pelo Vaticano, que reconheceu o dia 13 de outubro como a data da comemoração da Santa brasileira e da criação da Paróquia na nossa cidade.

          Estou falando de Irmã Dulce da minha infância, agora Santa Dulce dos Pobres, como chamou o Papa Francisco. Mas, para quem conheceu aquela vocação, era apenas Rita, Nome de batismo, depois Dulce ao receber as ordens no Convento, homenageou a santa com o nome.

          Hoje na minha oração pela manhã, meditava sobre a criação da Paróquia Santa Dulce dos Pobres e pelo seu futuro Pároco o Pe. Zenilton. Coloquei nas mãos de Deus e pedir a interseção da Santa que conheci na década de sessenta em Salvador para olhar por sua Igreja.  Para quem teve a honra de ter sido contemporâneo da Irmã Dulce, não foi surpresa, sobretudo porque vivenciou a sua bondade e santidade no amor aos pobres. Nosso Deus é misericordioso e nos manda através da Santa um recado neste momento de intenso materialismo, num culto exagerado ao corpo e onde a presença da Divina Providência é cada vez esquecida! Ou terá apenas acontecido devido à presença de um papa latino americano no Vaticano ou a ação  de outro Santo que ainda não canonizamos?


          Quem conheceu esta santa andando pelas ladeiras da antiga Salvador da metade do século passado, sabe que seus votos transcenderam  à pobreza e, mais que pobreza, foram os votos dedicados  aos miseráveis, com uma determinação que preocupava  suas irmãs de ordem devida sua saúde frágil. Mesmo assim não conhecia força capaz de afastá-la dos objetivos cristãos.
          Tive oportunidade de conhecer algumas freiras da sua congregação em Taizé e foi através destas irmãzinhas que fiquei sabendo que a Santa começou sua missão invadindo um galinheiro para ajudar idosos famintos. Fez canjas e, naquela noite, os miseráveis de Deus tiveram, enfim, o alimento que lhes faltava todos os dias. Foi repreendida pelas autoridades, mas voltou a agir em outras ocasiões, sempre considerada a mãe daqueles pobres que dormiam nas calçadas, sem ter sequer um lençol.

          Num dos seus milagres mais recente, conta-se que um rapaz perdeu a visão durante um tratamento e passou 14 anos cegos. Há pouco tempo deitou-se para dormir e pediu antes a cura a santa Dulce. Acordou curado.

   


Embora contrariadas, as autoridades atendiam aos seus chamados de solidariedade, de amor, nas campanhas por agasalhos, remédios, comidas. Não era incomum, ainda, invadir casas e prédios antigos para instalar enfermarias e hospitais improvisados, onde recebia seus pobres.

            Intercedei por nós Santa Dulce dos Pobres, para que na nossa pobreza possamos olhar e acolher o pobre como nosso irmão.

 

Padre Carlos


 

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