O covid-19 está varrendo a direita
Como professor e pesquisador da filosofia política, não posso
deixar de chamar a atenção do campo progressista para as mudanças de
mentalidades provocada pelo Covid-19. Este fenômeno vem se dando em todo o
planeta, mas no Brasil tem tudo para se precipitar e agravar devido as
condições de uma crise social e econômica que já estava em curso. A burguesia
está confusa e dividida diante de um problema que ela não pode suportar, mas
também não consegue resolver. Este fato não se tornou público e ganhou as ruas
ainda, devido a quarentena nos grandes centros urbano
Assim, como a crise de 2008, foi a grande responsável
pelo fortalecimento de partidos de extrema direita, podemos dizer que que esta
pandemia teve um efeito contrário. Em
uma crise sanitária é fundamental um estado forte, que possa cuidar dos seus
cidadãos. Assim, diante da falta de assistência e do “colapso do sistema de saúde, ” vem ficando cada vez mais
evidente que o projeto de direito não apresentou respostas para a crise que o
mundo vem enfrentando, pelo contrário, suas medias, terminaram agravando em ampla
escala a crise política e social.
Na
Europa, uma das regiões mais ricas do planeta, a diminuição escandalosa dos
leitos hospitalares (incluindo os de UTIs) nas últimas décadas é, claramente,
uma consequência direta das políticas de austeridade impostas para jogar os
custos dessa crise nas costas da classe trabalhadora.
O
primeiro indicativo desta mudança vem sendo confirmados através das eleições no
velho continente, com vitórias do campo progressistas e a virada de intenção de
votos nas pesquisas dos candidatos nos Estados Unidos. Na França os Ecologistas
e o campo de esquerda de um modo geral, venceram as eleições municipais,
marcadas por abstenção recorde. Em Portugal o sucesso da geringonça, isto é, da aliança do bloco de
esquerda tem se confirmado diante das medidas tomadas por este governo.
No Brasil não será diferente e diante desta onda de
esquerda que poderá varrer o Bolsonarismo, e os partidos de direita, a imprensa
brasileira não tem dado espaço para as lideranças deste campo e não sabem mais
o que fazer. Por outro lado, precisamos ter consciência que o eleitor apesar de
ter uma tendência progressista, está se sentindo como ovelhas sem pastor devido
a criminalização que fizeram com o Partido dos Trabalhadores. É urgente a necessidade
de os petistas ocuparem este espaço e apresentarem um projeto nacional, para
justificar sua hegemonia.
Movimentos de esquerda, com Boulos, e torcedores em SP só
confirmam que é necessária intervenção da Executiva Nacional na escolha de um
candidato para prefeitura de São Paulo que possa empolgar a nossa militância e
o eleitorado. É a partir de vitórias em
prefeituras importantes como a maior cidade do país, e não apenas vitórias
eleitorais, que formaremos o caminho para a retomada de um Estado democrático
de direito, de um Brasil que volte a crescer na economia, a se desenvolver, a
gerar políticas públicas que possam combater a miséria e a pobreza. Isso tudo
passa pelas eleições municipais, num ambiente desafiador, de um governo de
extrema direita no Brasil. Mas o PT, já governou três vezes esta cidade e sabe
que não pode se furtar num momento tão importante da vida política do país.
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