quarta-feira, 12 de agosto de 2020

ARTIGO - A esquerda e o pós pandemia (Padre Carlos)

 

A esquerda e o pós pandemia

 

Em 2003 chegamos ao governo e não ao poder como algumas lideranças da sociedade e do movimento popular pensam, apesar de saber que o poder não é um lugar específico, mas uma relação. Tivemos momentos em que o poder estava nas nossas mãos, mas não soubemos aproveitar. Há momentos em que o poder está com o povo, outros com o governo; e outros, com o capital financeiro ou com algum outro setor da sociedade. São as correlações e força que determina quem em determinado momento da história detém este poder. Diante de tais fatos, chamamos a atenção das esquerdas brasileira para a nova realidade que está se formando com o fim desta crise sanitária.

Hoje podemos dizer, que a conjuntura formada por esta pandemia obrigou a direita a rever algumas das suas políticas e assim, busca na América Latina, encaminhar o mais rápido possível sua política de privatização com a anuência do Congresso e do Supremo. Quero aqui chamar a atenção das pessoas de bom senso, que os crimes de Lesa-pátria, cometidos pela família Bolsonaro e por um grupo que se instalou no Planalto, precisarão ser apurados para que o povo brasileiro possa resgatar sua dignidade e as suas riquezas que estão sendo vendidas a preço de banana. Não podemos deixar que a omissão que se abateu sobre a esquerda com o caso da Vale do Rio Doce, volte a se repetir. Nenhum pacto de governabilidade pode ser colocado tendo as nossas riquezas como requisitos.

Ignorar as mudanças que estão em curso no mundo é querer tapar o sol com a peneira. Não se tratar apenas de um esforço teórico para separar o joio do trigo, mas sobretudo de restaurar a esperança dos pobres e de abrir um novo horizonte libertário para quem mais precisa. A burguesia já admite o fracasso completo da política financeira de Paulo Guedes e sem ter a quem recorrer, podem acenar para um pacto social.

A esquerda precisa se abrir ao imperativo de uma nova mentalidade humanista e oferecer nestes pós pandemia, umas mediações analítica e instrumentos políticos necessário à construção de um projeto de nação que transcenda o seu projeto classista é preciso alcançar quem não tem voz e que estão à margem do sistema corporativista. Desta forma, não poderemos abrir mão da importância das ciências política se quisermos compreender os mecanismos que excluem milhares de pessoas dos direitos fundamentais a vida.

Este programa de unidade popular, se impõe como dever das esquerdas e de todos que defendem um projeto progressista e possam ajudar na construção deste novo Estado mais humano. Sabemos das nossas limitações no parlamento e nas correlações de força na sociedade, mas não podemos esquecer que a divisão desta não se dá entre o centro e as esquerdas e sim entre opressores e oprimidos, em quem quer realmente construir um projeto de nação e quem só quer espoliar este país.

Uma série de acontecimentos tem mudado o perfil da economia mundial e sabemos que não será diferente com o Brasil. Uma nova mentalidade está surgindo e com esta, uma necessidade de uma política que seja capaz de corrigir os desequilíbrios estruturais do nosso país. E que, ao fazê-lo, imponha uma economia justa onde até hoje só existiu desigualdade.  É com um estado forte que se protege seus cidadãos e se constrói uma nação para todos os brasileiros.

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