A esquerda e o pós pandemia
Em 2003 chegamos ao governo e não ao poder
como algumas lideranças da sociedade e do movimento popular pensam, apesar de
saber que o poder não é um lugar específico, mas uma relação. Tivemos momentos
em que o poder estava nas nossas mãos, mas não soubemos aproveitar. Há momentos
em que o poder está com o povo, outros com o governo; e outros, com o capital
financeiro ou com algum outro setor da sociedade. São as correlações e força que
determina quem em determinado momento da história detém este poder. Diante de tais
fatos, chamamos a atenção das esquerdas brasileira para a nova realidade que
está se formando com o fim desta crise sanitária.
Ignorar as mudanças que estão em curso no mundo é querer tapar o sol com
a peneira. Não se tratar apenas de um esforço teórico para separar o joio do
trigo, mas sobretudo de restaurar a esperança dos pobres e de abrir um novo
horizonte libertário para quem mais precisa. A burguesia já admite o fracasso
completo da política financeira de Paulo Guedes e sem ter a quem recorrer,
podem acenar para um pacto social.
A esquerda precisa se abrir ao imperativo de uma nova mentalidade
humanista e oferecer nestes pós pandemia, umas mediações analítica e
instrumentos políticos necessário à construção de um projeto de nação que transcenda
o seu projeto classista é preciso alcançar quem não tem voz e que estão à
margem do sistema corporativista. Desta forma, não poderemos abrir mão da
importância das ciências política se quisermos compreender os mecanismos que excluem
milhares de pessoas dos direitos fundamentais a vida.
Este programa de unidade popular, se impõe como dever das esquerdas e de
todos que defendem um projeto progressista e possam ajudar na construção deste
novo Estado mais humano. Sabemos das nossas limitações no parlamento e nas
correlações de força na sociedade, mas não podemos esquecer que a divisão desta
não se dá entre o centro e as esquerdas e sim entre opressores e oprimidos, em
quem quer realmente construir um projeto de nação e quem só quer espoliar este
país.
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