terça-feira, 2 de junho de 2020

ARTIGO - Pequena análise de conjuntura (Padre Carlos)




Pequena análise de conjuntura



Sempre alguém me pergunta se estamos vivendo em um Estado Fascista e se existe a possibilidade de isto vir acontecer. Assim, resolvi escrever sobre o assunto e como avalio a atual conjuntura.  No Brasil de hoje é improvável um Estado fascista, mesmo que generais de extrema-direita estejam ao redor do presidente, porque a formação ideológica restrita da maioria da sociedade civil, não respalda essa possibilidade. Os contextos externos e internos também não são desfavoráveis a aventuras como esta. Podemos dizer que estamos caminhando a passos largos, para um Estado fora da lei, ou poderia ser, um Estado policialesco, ou quem sabe, um Estado miliciano. Mas, uma coisa eu tenho certeza, qualquer que seja o Estado, será sempre aquele que sirva aos interesses de uma família, de um grupo, de uma ideia de “limpeza” social que se concilie com a ocultação dos malfeitos do governo.
Temos cada vez mais a certeza, que este projeto tem a pretensão de criar um Estado que atropele a Constituição, algeme as instituições e tente silenciar a oposição. Por isto, presenciamos a direita “democrática” querendo formar uma frente para tirar Bolsonaro e não uma aliança em cima de um projeto de Nação. Este Governo de extrema-direita já destruiu mais direitos do povo do que a ditadura nos vinte anos que esteve no poder. Mesmo assim, acredito que antes de sair, este grupo vai promover estrago tanto financeiro como político, que levaremos muitos anos para recuperar estas perdas.
 Bolsonaro entregou de mão beijada a maior QUADRILHA DE BANDIDOS CORRUPTOS a estrutura financeira do governo. Foi para as “crianças” inocente DO CENTRÃO que ele entregou o nosso orçamento que ultrapassa a casa dos 80 bilhões de reais. Sexta-feira, Bolsonaro entregou o Banco do Nordeste a um discípulo do réu confesso, preso mais de uma vez por corrupção, Valdemar da Costa Neto, um dos arquitetos do Centrão. Sim meus senhores, a raposa vai cuidar do cofre do BNB. Falar dos demais bandidos como Roberto Jefferson, Artur Lira, Ciro Nogueira, até o padrinho de Herzem, Geddel, o das malas de R$ 51 milhões, emplacou um ex-assessor no Iphan.
O receio que existe de enfrentar estas pessoas por parte das forças democráticas não tem sentido e as esquerdas e os movimentos populares, tem que sair da quarentena política e não se amedrontar com as frequentes ameaças destes extremistas. Atacar a imprensa e jornalistas, macular adversários e apontar conspiração inimiga nas instituições que limitam as ações ilegais parecem parte da estratégia de poder. Ameaçar descumprir ordens do STF seria, porém, o gesto mais irracional de Bolsonaro. Não seriam as milícias digitais ou as armadas que dariam segurança a um Estado fora da lei. Muito menos os generais leais iriam querer ser confundidos. O jogo de Bolsonaro e seus radicais correria o risco de não suportar uma aposta alta.
Desta forma, sem que o Brasil se dê conta disso, a noite que cai sobre Brasília está em vias de obscurecer todo o país. Se não fizermos nada e se, passado o sinal de alerta, voltarmos às nossas vidas como se saíssemos de uma quarentena, então seremos todos vencidos. Se vocês que se dizem democráticos não fizerem nada nesse momento e cruzarem os braços como fizeram na eleição passada, então seremos todos derrotados. Se não pretendem fazer nada pelo povo, ao menos façam alguma coisa por vocês mesmo e pelo futuro dos seus filhos.



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