Pequena análise de conjuntura
Sempre alguém me pergunta se estamos vivendo em um Estado
Fascista e se existe a possibilidade de isto vir acontecer. Assim, resolvi
escrever sobre o assunto e como avalio a atual conjuntura. No Brasil de hoje é improvável um Estado
fascista, mesmo que generais de extrema-direita estejam ao redor do presidente,
porque a formação ideológica restrita da maioria da sociedade civil, não
respalda essa possibilidade. Os contextos externos e internos também não são desfavoráveis
a aventuras como esta. Podemos dizer que estamos caminhando a passos largos, para
um Estado fora da lei, ou poderia ser, um Estado policialesco, ou quem sabe, um
Estado miliciano. Mas, uma coisa eu tenho certeza, qualquer que seja o Estado,
será sempre aquele que sirva aos interesses de uma família, de um grupo, de uma
ideia de “limpeza” social que se concilie com a ocultação dos malfeitos do
governo.
Temos cada vez mais a
certeza, que este projeto tem a pretensão de criar um Estado que atropele a
Constituição, algeme as instituições e tente silenciar a oposição. Por isto,
presenciamos a direita “democrática” querendo formar uma frente para tirar
Bolsonaro e não uma aliança em cima de um projeto de Nação. Este Governo de
extrema-direita já destruiu mais direitos do povo do que a ditadura nos vinte
anos que esteve no poder. Mesmo assim, acredito que antes de sair, este grupo
vai promover estrago tanto financeiro como político, que levaremos muitos anos
para recuperar estas perdas.
Bolsonaro entregou de mão beijada a maior QUADRILHA
DE BANDIDOS CORRUPTOS a estrutura financeira do governo. Foi para as “crianças”
inocente DO CENTRÃO que ele entregou o nosso orçamento que ultrapassa a casa
dos 80 bilhões de reais. Sexta-feira, Bolsonaro entregou o Banco do Nordeste a
um discípulo do réu confesso, preso mais de uma vez por corrupção, Valdemar da
Costa Neto, um dos arquitetos do Centrão. Sim meus senhores, a raposa vai
cuidar do cofre do BNB. Falar dos demais bandidos como Roberto Jefferson, Artur
Lira, Ciro Nogueira, até o padrinho de Herzem, Geddel, o das malas
de R$ 51 milhões, emplacou um ex-assessor no Iphan.
O receio que existe de
enfrentar estas pessoas por parte das forças democráticas não tem sentido e as
esquerdas e os movimentos populares, tem que sair da quarentena política e não
se amedrontar com as frequentes ameaças destes extremistas. Atacar a imprensa e
jornalistas, macular adversários e apontar conspiração inimiga nas instituições
que limitam as ações ilegais parecem parte da estratégia de poder. Ameaçar
descumprir ordens do STF seria, porém, o gesto mais irracional de Bolsonaro.
Não seriam as milícias digitais ou as armadas que dariam segurança a um Estado
fora da lei. Muito menos os generais leais iriam querer ser confundidos. O jogo
de Bolsonaro e seus radicais correria o risco de não suportar uma aposta alta.
Desta forma, sem que
o Brasil se dê conta disso, a noite que cai sobre Brasília está em vias de
obscurecer todo o país. Se não fizermos nada e se, passado o sinal de alerta,
voltarmos às nossas vidas como se saíssemos de uma quarentena, então seremos
todos vencidos. Se vocês que se dizem democráticos não fizerem nada nesse momento
e cruzarem os braços como fizeram na eleição passada, então seremos todos derrotados.
Se não pretendem fazer nada pelo povo, ao menos façam alguma coisa por vocês
mesmo e pelo futuro dos seus filhos.
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