Caros leitores, Nosso blog enfrenta dificuldades financeiras e risco de encerramento. Faça uma doação pelo pix 77988585850 ou compartilhe este conteúdo.
terça-feira, 28 de julho de 2020
ARTIGO - Dom Zanoni enaltece o Diálogo Inter-religioso (Padre Carlos)
Um dos grandes avanços na Igreja do Brasil nos últimos tempos, foi a
presença do arcebispo de Feira de Santana (BA),
e membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo
Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Zanoni
Demettino Castro. Este Pastor, sempre teve na sua caminhada a dimensão
religiosa como um componente fundamental
da identidade e da cultura dos povos. Assim, ele vem chamando a atenção das
Igrejas como as culturas marcam
profundamente muitas das comunidades que atualmente se cruzam entre nós. Esta
diversidade de crenças, valores e de afirmações que trazem identidade baseadas
na pertença religiosa constitui-se como um espaço privilegiado para o
aprofundamento de uma cultura plural e aberta ao diálogo.
As diferenças religiosas continuam demasiadas vezes a ser fonte de
tensão, conflito e discriminação. Sem uma prática de diálogo intercultural,
corremos o risco de nos fecharmos no receio do desconhecido, numa visão
estática das culturas, não aprendendo nada uns com os outros. Vivemos um tempo
de mudança, mas também de esperança.
Sempre
que se fala em religião/religiões me vem à mente as palavras do teólogo Hans
Küng: "Não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões. Não
haverá paz entre as religiões sem diálogo entre as religiões. Não haverá
sobrevivência do nosso planeta sem um ethos (atitude ética)
global, sem um ethos mundial."Condição essencial para a paz
entre as religiões e para que haja liberdade religiosa é a laicidade do Estado,
não podemos confundir com laicismo. O Estado e os governos não pode ser confessionais,
não pode ter nenhuma religião, precisamente para garantir a liberdade religiosa
de todos. Os governos populistas, quando começam a perder poder, passam a
apoiar setores mais conservadores. Este fato pode ser visto de forma clara no
Brasil e na Turquia.
De fato, como disse o turco
Ohran Pamuk, Nobel da Literatura, "esta reconversão é dizer ao resto do
mundo que, infelizmente, não somos um Estado laico". Deste modo, acabou
por dar um duro golpe no diálogo inter-religioso, que tem a sua prova de
verdade no combate comum pela paz, pela justiça, por aquele ethos que Hans Küng
refere e que está presente no documento histórico, "A Fraternidade
Humana", assinado em Abu Dhabi pelo Papa Francisco e pelo Grande Imã da
Universidade Al-Azhar, no Cairo. Não há dúvida de que, transformando Santa
Sofia em mesquita e aliando religião e nacionalismo, Erdogan "pode criar
um terreno fértil para a intolerância religiosa e a violência", alertou a
Conferência de Igrejas Europeias. Da mesma forma no Brasil as Igrejas Neopentecostais,
tem sido uma ferramenta para manter tencionado a política de ódio e intolerância
em relação as correntes de pensamentos que divergem da utra-direita.
Essencial é não considerar as nossas
convicções, religiosas ou outras, como únicas verdadeiras. A compreensão mútua,
a tolerância e a capacidade de interagir e cooperar constroem-se a partir do
conhecimento dos outros, incluindo a sua identidade
religiosa. Como disse Dom Zanoni: “O mundo em que
vivemos é eminentemente plural, diverso, rico de experiências e povos, plural
nos âmbitos sociocultural, eclesial e religioso. Esse pluralismo é uma
característica forte no mundo globalizado e une os povos, como se fosse uma
aldeia planetária, onde todos se encontram, mas, muitas vezes, também se
desencontram. As diferenças das culturas, dos credos enriquecem a história da
nossa humanidade, mas também apresentam o desafio da convivência humana. ”
Vivemos um tempo de mudança, mas também de esperança. Aceitar o
pluralismo não significa diluição ou negação dos nossos valores, é um dado da
vida em sociedade e um recurso que abre novos horizontes de sentido.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)
A geração que fez a diferença! Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...
-
A Resistência e a Poesia de Chico Buarque Minha geração viveu sob a tirania da ditadura militar no Brasil, mas não se calou diante d...
-
Ciro e a sede de poder Protagonista é a personagem principal de uma narrativa, assim, podemos definir que PT como força hegemonizad...
-
Padre João Cardoso assume a Arquidiocese de Natal Hoje, trago uma notícia que me enche de alegria e esperança. Tomei conhe...
Nenhum comentário:
Postar um comentário