terça-feira, 7 de abril de 2020

ARTIGO - Saúde ou Economia? Eis a Questão! (Padre Carlos)


Saúde ou Economia? Eis a Questão! 







As medidas de distanciamento social não são só essenciais para impedirmos os contágios e a mortalidade, mas também para permitir a necessária retomada da económica.  

       Como sabemos, estamos passando por tempos muito difíceis e desafiadores. Os epidemiologistas e demais especialistas do setor da Saúde têm argumentado de forma convicta que o distanciamento social (mais a realização de testes abrangentes das populações) é a maneira mais eficaz para garantirmos não só que os nossos sistemas de saúde não fiquem lotados, mas também para diminuirmos o número de infetados e a mortalidade. 
Ora, se não restam dúvidas que as medidas de confinamento são essenciais para a Saúde, também é evidente que o impacto económico da pandemia será enorme. Os números preliminares referentes ao desemprego são sintomáticos: podemos constatar que na Europa e nos USA, já atingiram níveis mais alto que tivemos notícias desde a Segunda Guerra Mundial. O mesmo está acontecendo em outros continentes e em muitos outros países a um ritmo ainda mais avassalador do que durante a crise financeira de 2008. Estima-se ainda que o impacto sobre a economia também será gigantesco e sem precedentes desde a Grande Depressão. Segundo os economistas, os setores mais afetados serão o comércio varejista, o turismo e a construção civil 
Mesmo se assumirmos que a economia irá recuperar rapidamente após o fim das medidas de distanciamento social, os profissionais desta área  estima que cada mês de isolamento levará a uma queda de 2% do PIB. Assim, não é de se estranhar que muitos estimem que a recessão da pandemia poderá levar a uma contração do PIB entre 5% e 10% em muitas economias. 
Isto quer dizer que estamos sacrificando a economia em prol da nossa saúde? Não, pelo menos não necessariamente. Há estudos que mostram que durante a grande pandemia de 1918, que durou até 1920 e matou mais de 50 milhões de pessoas, as cidades e países que adotaram mais rapidamente medidas de isolamento e de distanciamento social não só registaram menores taxas de mortalidade, mas também as suas economias recuperaram mais depressa e mais fortes. 
Por outras lado, não podemos negar, que  as medidas de distanciamento social não são só essenciais para diminuirmos os contágios e a mortalidade, mas também para permitir a necessária retoma económica.
 Por isso, fiquemos em casa enquanto for preciso e comecemos a preparar o melhor possível as medidas que permitirão uma recuperação mais rápida da economia e a criação de emprego. 
  
  

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