As eleições presidenciais de 2022 vão ser um teste à democracia
Quando militamos
politicamente por várias décadas, passamos há enxergar um pouco mais que os
eleitores apaixonados. Assim, uma das constatações que a cada dia se confirmam são
a perda de legitimidade da extrema-direita e deste governo e a convicção que
Bolsonaro está estruturalmente derrotado. Mesmo agonizando, ele continua tentando
resistir à perda de apoio de vários setores do empresariado, do mercado
financeiro e das elites em geral, e ainda tem condições de disputar o segundo
turno e invibializar o surgimento de uma terceira via.
As chances da direita e da centro direita
apoiar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 são pequenas, apesar de
setores conservadores acharem que agora é tarde para se desvincular, o pior é
que já são quase 600 mil corpos empilhados. Mesmo assim, um setor importantente
ainda acha que não é hora de mudar de lado. O grande dilema que estas
lideranças vão enfrentar no futuro é que teve durante a pandemia o lado de quem
defendeu a vida e de quem se omitiu. Este é um dos grandes problemas éticos que
as elites vão ter que responder a seu eleitorado e para futuras gerações.
O desgaste político de vincular sua imagem a
este governo tem levado setores a pensar em um novo projeto, mas os tempos de
construir caçadores de marajás ficaram no século passado. Por isto, fica cada
vez mais difícil viabilizar uma candidatura de terceira via que desloque a
extrema direita do páreo.
Assim, o dilema dos partidos que conspiraram
contra Dilma e a democracia, isto é, o PSDB, DEM, PV, MDB, SD, Cidadania e
Podemos, é encontrar uma solução para o problema que eles mesmos criaram. Acreditam
que uma candidatura de centro para a eleição presidencial de 2022, a chamada
terceira via resolveria este problema. Mas, não existe hoje uma liderança da
direita capaz de romper a polarização e o que é pior, não tem voto nem
legitimidade para impor um novo projeto. No final, não haverá consenso: as
legendas vão terminar apoiando uma candidatura ou outra, para presidente, isto
é, alguns marcharão com Jair Bolsonaro e outros com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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