Por que a escola tradicional não funciona mais?
Quando escrevemos sobre um assunto tão delicado
como o da militarização de escolas
públicas, terminamos suscitando muita duvida e criando um espaço de discussão
para estas questões. Com este artigo dou por hora
encerrada este tema sobre as escolas – cívico militar. Não estou dizendo que
esgotamos todo o assunto, apesar de ter colocado o nosso ponto de vista.
Um dos grandes problemas dos educadores
neste início de século é o complexo de avestruz, O baixo nível de aprendizado dos alunos, as grandes
desigualdades e a trajetória escolar irregular estão entre as questões mais
preocupantes em relação à educação pública. O
pior disto tudo é não admitir que a escola tradicional não funciona mais tão
bem como era em meados do século passado e, quando agirmos assim, abrimos as
portas dos nossos colégios para este modelo pedagógico cívico-militares e terminamos abrindo mão dos (cuidando da
administração e da disciplina).
Para entender estas mudanças de
paradigmas, temos que admitir que o
grande motivo é que as pessoas simplesmente não são mais as mesmas. E como o
grande capital de um ensino de qualidade é o humano, torna-se impossível manter
uma metodologia estática em uma realidade em que o incentivo é totalmente
voltado para disputa e concorrência, tanto no mercado de trabalho, como na
vida. Esta visão de constante tensão fortalece na classe média uma sensação de
disputa com as camadas mais baixa.
A sociedade requer um ensino voltado
para a carreira escolar. E quando falo isto me refiro à população que vive na
periferia e que começa cobrar qualidade do ensino publico e não encontra resposta
nem dos poderes públicos nem dos profissionais de educação. Em geral, não
interessa para estes pais, se a educação torna nossos filhos melhores homens e
mulheres, indivíduos mais conscientes sobre a realidade social, sobre os
dilemas que a vida impõe. Não. Quer-se simplesmente que a escola prepare para
ter sucesso no vestibular. Estas disputas têm muito haver com o que esta
acontecendo no nosso país. Não me refiro polarização política, mas uma luta
silenciosa por espaço entre a classe média e as camadas populares elas querem simplesmente
preparar seus filhos e passam a ter o mesmo raciocínio mediano, Isto é, vale muito
mais conquistar uma vaga no ensino superior. Pouco importa o mundo ao seu
redor, desde que não atrapalhe os planos individualistas de ganhar mais
dinheiro e ter uma carreira de sucesso. Por isto, que quando chegam à
universidade, eles são formados indivíduos cada vez mais descomprometidos
social e politicamente com a comunidade, a sociedade e o mundo em que vivem.
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