sábado, 5 de novembro de 2022

ARTIGO - Derrotamos Bolsonaro, mas não vai ser fácil derrotar o Bolsonarismo. (Padre Carlos)

 


O bolsonarismo segue mais vivo do que nunca!

 


A ilusão de que derrotando Jair Bolsonaro nas urnas estaríamos livres da influencia destas forças fascista, se provou uma ingenuidade e um amadorismo muito grande da classe política brasileira. Derrotamos Bolsonaro, mas não vai ser fácil derrotar o Bolsonarismo. Esta corrente política provou nestas eleições que a criatura é maior que o criador e pode viver sem o seu messias.

Não podemos negar que foi uma demonstração de força a eleição do núcleo duro bolsonaristas para o Senado Federal: Damares, Moro, Mourão, Salles, Frias, Pontes e etc. A extrema-direita se firmou como uma força política na sociedade brasileira, porque a sociedade assim o quer. Precisamos entender isso e temos que viver com isso. Nossa ingenuidade faz aniversário ao supormos que extirparíamos o bolsonarismo nazificado, de nosso corpo social e político, fazendo uma “festa da democracia” a cada quatro anos. Precisamos entender que a luta agora é pela consciência das pessoas e por isto, não podemos restringir esta batalha política aos processos eleitorais.

Quando chamo atenção para este fato, quero dizer que a derrota de Bolsonaro nas urnas não representa a derrota do Bolsonarismo. “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”, repetindo aqui um bordão que ficou célebre na boca do então ministro Walter Barelli, no governo Itamar Franco. O que eu quero dizer, é que a batalha não acaba com o resultado das eleições e para demostrar de forma clara a gravidade deste assunto, resgataremos as imagens da saudação nazista em Santa Catarina, elas são os exemplos de que precisaremos estar firmes e mobilizados para derrotar o bolsonarismo na sociedade brasileira.

Os erros grosseiros das pesquisas eleitorais que apontavam a chance de Lula vencer a eleição presidencial no primeiro turno e o tal seis milhões de voto que o petista tinha de frente na reta final fizeram os cientistas e os dirigentes políticos acharem que a fatura já estaria paga. Sei que estes institutos erraram, mas não posso aqui ser condescendente com o eleitor e achar que os equívocos eleitorais tenham sido apenas dos institutos de pesquisas.

Poderíamos usar o velho jargão do direito para justificar o resultado das pesquisas como causa excludente de responsabilidade civil, para ser mais claro, a culpa foi exclusiva da vitima. Assim, quero dizer que os resultados desta eleição são de total responsabilidade do povo brasileiro. Afinal, não foram às pesquisas que erraram, quem errou foi o eleitor que votou no candidato que negou a vacina e o balão de oxigênio ao seu parente que definhava pela COVID.

Após oito dias do pleito, podemos dizer que apesar de Jair Bolsonaro (PL) sair derrotado em sua tentativa de reeleição, foi vitorioso. Digo isto, porque recebeu mais de 58 milhões de votos, conseguiu eleger 15 governadores aliados a seu programa e mais de uma centena de parlamentares eleitos pelo PL para Câmara e Senado, mostrando assim, que o bolsonarismo deverá seguir vivo nos próximos anos como uma das principais forças políticas do país.

O que esperar daqui para frente? Como será a atuação da bancada bolsonaristas no Congresso sob o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)? E quantos deputados e senadores são realmente de utradireita? A direita terá capacidade de se manter coesa uma vez fora do Executivo? Conseguirá manter eventuais mobilizações nas ruas?

Já Bolsonaro, podemos dizer que permanecerá como principal líder do campo da direita, com aliados como Sergio Moro, Tarcísio de Freitas e Romeu Zema já sendo percebidos como possíveis sucessores do atual presidente e potenciais candidatos em 2026?

         Como disse ele: "Nosso sonho segue mais vivo do que nunca"!

 

 

 

 

 


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