quarta-feira, 9 de novembro de 2022

ARTIGO - TSE Já admitiu que as urnas são seguras antes de relatório das Forças Armadas (Padre Carlos)

 


Na democracia, são os votos que asseguram as armas ou são estas que dão sustentação aqueles?

 

 



Será entregue nesta quarta-feira (9) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o relatório das Forças Armadas sobre as eleições 2022. Este documento não tem base legal para justificar as declarações do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que  afirmou em nota que  iria aguardar o relatório para dizer que se reconheceria ou não o resultado das urnas.  Seja qual for o resultado desta “investigação”, o TSE já declarou a vitória ao candidato do Partido dos Trabalhadores. Estes fatos só servem para comprovar  que estamos distantes de sermos uma democracia consolidada e  devem inquietar-nos. Questionemos, p. ex., a presença das Forças Armadas como órgão fiscalizador ao ponto de definir a legalidade do processo, tem base legal? Estamos realmente em uma democracia sólida, são os votos que asseguram as armas ou são estas que dão sustentação aqueles?

Por isto me lembrei de um fato histórico que ocorreu na Grécia antiga. Segundo o historiador, Pirro, general grego, disse ao ganhar a Batalha de Ásculo que outra vitória desta e ele estaria perdido. Referia-se ao alto número de homens que perdera e a não ter mais onde recrutar soldados. A batalha que Lula e a Frente Democrática, travaram contra o fascismo e a vitória apertada, lembra que a democracia brasileira venceu a disputa contra o fascismo, mas o bolsonarismo esta mais vivo do que nunca.  Observando a realidade, constato o quanto esta Frente se alargou ao ponto de tucanos e petistas darem as mãos para termos hoje uma democracia.

Mesmo com todos os defeitos e imperfeições, gostaria de deixar claro que a mais deficiente das democracias é sempre melhor do que a mais eficiente das ditaduras. No entanto, atento para a fragilidade de nossa democracia.  Temos, neste momento, ameaças de um revés autoritário e isto se dá devido à falta de consolidação do estado democrático de direito. Mas, isso é tudo? Nossa democracia tem seríssimas deficiências que esta eleição e a pós-eleição fez aflorar.

Temos eleições a cada dois anos, mas elas são aguardadas e tratadas como se fosse um presente uma concessão que a direita e as forças conservadoras oferecem ao povo.

Durante muitos anos ouvimos dizer que a democracia brasileira estava consolidada. Afirmava-se que as eleições era uma festa da democracia. Na verdade, o que a sociedade brasileira tem que entender que a eleição nada mais é que o processo pelo qual escolhemos os nossos representantes. Simples assim. Por que, depois de tanta luta , as instituições certificaram ,validaram e confirmaram a plena validade e legitimidade das eleições brasileira, qualquer interferência das Forças Armadas neste processo seria um golpe para democracia e a vontade das urnas.

 


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