quarta-feira, 30 de agosto de 2023

ARTIGO - Cristiano Zanin e a Controvérsia da Maconha: Uma Análise. (Padre Carlos)


 

O Papel de Zanin

 


 

Neste artigo, discutiremos o papel do recém-indicado ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, e sua recente votação no caso da descriminalização do porte de maconha. Esta votação gerou reações diversas na sociedade brasileira, especialmente entre os setores da esquerda.

Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e empossado há apenas três semanas, surpreendeu muitos ao abrir a divergência do relator, ministro Alexandre de Moraes, que defende a não punição criminal do usuário de maconha. Esta posição de Zanin foi elogiada por setores próximos ao bolsonarismo, que a viram como conservadora.

Por outro lado, houve críticas daqueles que esperavam uma postura mais progressista do indicado de Lula. Além disso, Zanin também irritou setores ligados às pautas identitárias ao votar contra a decisão que reconheceu que ofensas homofóbicas são equivalentes ao crime de injúria racial.

No entanto, é importante analisar com calma o voto de Zanin. Ele divergiu da descriminalização da maconha, mas concordou com a fixação de um critério objetivo que diferencia o traficante do usuário. Isso pode ser visto como uma posição mais assertiva do que a de outros ministros, que preferiram deixar essa decisão nas mãos do Legislativo, o que poderia atrasar a efetivação da medida.

Uma interpretação possível é que Zanin adotou essa estratégia para evitar uma narrativa negativa que o associaria à liberação das drogas. Ao divergir, ele escolheu uma repercussão menos prejudicial, evitando um desgaste considerável em seu início na Corte.

Em última análise, o papel de Zanin, assim como de qualquer ministro do Supremo, vai além de agradar a um grupo específico. A sociedade brasileira espera que ele zele pela Constituição com coerência, responsabilidade e ponderação, sem favorecer interesses partidários ou pautas governamentais. Afinal, os mandatos presidenciais são temporários, mas a permanência no Supremo é duradoura, e a responsabilidade de proteger a Constituição perdura muito além dos governos.

Portanto, a análise das ações de Zanin deve se basear em sua busca pela justiça e pelo cumprimento da lei, independentemente das pressões políticas momentâneas. Este é o verdadeiro papel de um ministro do Supremo Tribunal Federal.


terça-feira, 29 de agosto de 2023

ARTIGO - Silêncio Ensurdecedor: A Esquerda e os Direitos Humanos Diante das Tragédias na Bahia. Padre Carlos)

 

 

 

 


O Grito das Vítimas Esquecidas na Bahia

 


     Em um cenário que nos deveria trazer segurança e tranquilidade, a Bahia se destaca de forma desoladora no cenário nacional. Os números chocantes de 6.659 mortes violentas intencionais registradas em 2022, conforme apontado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançam uma sombra escura sobre nosso estado. Este é um tema que exige reflexão, ação e, acima de tudo, responsabilidade.

     O governador da Bahia, por sua vez, emitiu um comunicado que levanta diversas questões. A sua resposta, centrada nas operações da Polícia Militar que resultaram em 30 mortes, parece desviar o foco da preocupante estatística anual. “O nosso compromisso é na apuração de casos de eventual excesso por parte de qualquer servidor”, disse o governador. Mas o que fazemos em relação ao número crescente de mortes violentas em nossa terra?

     É decepcionante ver como a esquerda e os defensores dos direitos humanos permanecem em silêncio diante da realidade brutal que os mais desfavorecidos estão enfrentando. São os negros e os pobres que, em sua maioria, compõem as tristes estatísticas das vítimas. Não podemos dar ao luxo de ignorar essa dura verdade. Precisamos de uma ação eficaz para conter essa onda de violência que assola nossa população.

     A Bahia, tão rica em cultura e diversidade, não merece ser lembrada apenas por esses números externos. Precisamos nos unir como sociedade e pressionar nossas autoridades para tomar medidas efetivas. Não podemos permitir que a impunidade e a violência continuem a prosperar em nosso estado.

     É hora de cobrar responsabilidades, investigar o fundo das causas desse aumento alarmante de homicídios e implementar políticas públicas que realmente protejam a vida dos nossos cidadãos. O silêncio e a inércia não são opções quando se trata de salvar vidas e preservar a dignidade de nosso povo.

     A Bahia é terra de resistência e luta. É hora de canalizar essa energia para enfrentar esse desafio crucial. Nossa missão é clara: lutar por um estado mais seguro, justo e igualitário, onde todos os cidadãos, independentemente de sua cor ou condição social, possam viver sem medo e com esperança em um futuro melhor.

 

 

 


ARTIGO - Mauro Cid decide romper o silêncio: “agora, é a hora de proteger a família” (Padre Carlos)




A hora da verdade





     O Brasil acompanha com perplexidade e indignação as revelações sobre o suposto esquema de desvio e venda ilegal de joias recebidas pela Presidência da República durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a Polícia Federal, que investiga o caso, os itens de alto valor foram omitidos do acervo público e negociados nos Estados Unidos para enriquecer o ex-presidente e seus aliados.

     Um dos principais envolvidos no caso é o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um dos seus homens de confiança. Cid está preso desde maio, acusado de fraudar os cartões de vacinação de Bolsonaro e familiares para que pudessem entrar nos Estados Unidos.

     Após meses de silêncio, Cid decidiu confessar à Polícia Federal que vendeu as joias a mando de Bolsonaro e que entregou o dinheiro para o ex-presidente. A informação foi divulgada pela revista Veja e confirmada pelo advogado de Cid, Cezar Bitencourt. Segundo ele, Cid pretende prestar depoimento na próxima quinta-feira (29) e colaborar com as investigações.

     A decisão de Cid foi motivada pelo sentimento de abandono e traição por parte de Bolsonaro, que negou qualquer envolvimento no caso e tentou se desvincular do ex-ajudante. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Bolsonaro disse que Cid tinha “autonomia” para vender as joias e que ele não mandou ninguém fazer nada. Bolsonaro também afirmou que as joias eram “personalíssimas” e pertenciam ao presidente até 2021.

     Essas declarações contradizem a legislação vigente, que determina que os presentes recebidos por autoridades em razão do cargo devem ser incorporados ao patrimônio da União, salvo quando se tratar de objetos de uso pessoal ou consumo. No entanto, a lei estabelece critérios para definir o que é uso pessoal ou consumo, como valor estimado inferior a R$ 100,00 ou natureza perecível ou consumível.

     As joias recebidas por Bolsonaro não se enquadram nesses critérios. Entre elas, há um relógio da marca Rolex avaliado em US$ 60 mil, dado pela comitiva do Bahrein em visita ao Brasil em 2019. Segundo a Polícia Federal, esse relógio foi vendido por Cid em uma loja em Miami em janeiro deste ano. O dinheiro da venda foi depositado em uma conta bancária nos Estados Unidos controlada por Bolsonaro.

     Além do relógio, há outros itens suspeitos de terem sido desviados do acervo público, como colares, brincos, pulseiras e anéis dados por delegações da China, da Índia, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. A Polícia Federal apura se essas joias também foram vendidas por Cid ou por outros integrantes do entorno de Bolsonaro.

     O caso das joias é mais um escândalo que mancha a imagem de Bolsonaro, que já enfrenta outras denúncias graves, como a suspeita de participação em um esquema de rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual; a acusação de interferência política na Polícia Federal para proteger seus filhos; e as irregularidades na compra de vacinas contra a covid-19.

     Bolsonaro também está inelegível por oito anos após ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na campanha eleitoral de 2018.  Diante desse cenário, a confissão de Cid pode ser decisiva para esclarecer os fatos e responsabilizar os culpados pelo caso das joias. Cid disse aos interlocutores que é “agora, é a hora de proteger a família” 1. Mas, ao romper o silêncio, ele também pode estar contribuindo para proteger a democracia e a República, que foram ameaçadas e desrespeitadas por Bolsonaro e seus aliados durante o seu mandato.

 


ARTIGO - A difícil situação da prefeita Sheila Lemos. (Padre Carlos)



Um Desafio Político e Administrativo

 


 

Sheila Lemos, a atual prefeita de Vitória da Conquista, enfrenta um cenário político desafiador que testa sua capacidade de governar com independência ideológica. Após assumir o cargo em meio à triste partida de seu antecessor, Herzem Gusmão, ela se viu no epicentro de uma tempestade política.

À sua direita, antigos aliados do ex-prefeito esperam que ela siga uma linha conservadora e autoritária, uma postura que Sheila rejeita em prol de uma abordagem mais moderada e independente. Essa divergência ideológica tem gerado atritos e resistência de uma direita que busca recuperar o poder e o legado que consideram seu.

Por outro lado, à esquerda, partidos de centro-esquerda não reconhecem plenamente seu trabalho e legitimidade. Eles já planejam lançar candidatos fortes para a eleição municipal de 2024, tornando-a uma rival em potencial. Essa oposição interna adiciona pressão a um cenário político já tenso.

Além disso, no meio desse turbilhão político, surgem oportunistas que buscam se promover e tirar vantagem da situação, mesmo que isso signifique apenas um momento de destaque.

Diante desses desafios, Sheila Lemos enfrenta a tarefa hercúlea de governar com eficiência e independência, sem ceder às pressões de grupos políticos diversos. Ela demonstrou capacidade e coragem ao lidar com problemas como a pandemia, a crise econômica, a violência e a desigualdade social. Sheila busca o diálogo com todos os setores da sociedade, defendendo valores democráticos, éticos e a transparência na gestão pública.

Ela honra o legado de Herzem Gusmão, mas não se submete às suas antigas alianças, o que mostra sua determinação em seguir um caminho independente. Sheila Lemos merece o respeito e o apoio da população de Vitória da Conquista.

Não estamos tomando partido aqui e gostaríamos de deixar claro que este artigo não é para jogar confete na administração, mas por outro lado não podemos negar que esta é uma prefeita corajosa, liderar uma das maiores e mais importantes cidades do interior da Bahia e não se curvar para uma direita bolsonarista e uma esquerda empoeirada no poder não são pra qualquer um. A cidade de Vitória da Conquista está sob a liderança de alguém que busca governar com base em suas convicções, uma qualidade valiosa em um cenário político complexo como este. 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

ARTIGO - A esposa, luz do lar na tradição judaica. (Padre Carlos)


O significado da mulher para o lar judaico

 

Prezados leitores,

 

O lar tem um significado especial para cada cultura.  Assim, fala  o inglês: My Home, my castle. Isto é: meu lar meu castelo.  Para o povo judeu, a esposa representa mais que um castelo, ela representa  a luz e a essência do lar.

Nas tradições judaicas, a mulher tem um papel central nos rituais domésticos, como o Shabat, celebrado às sextas-feiras à noite. É a esposa que acende as velas neste momento sagrado, trazendo luz e vida para o lar.

Isso porque, na visão judaica, a mulher ilumina o lar com sua presença. Onde há uma esposa dedicada e uma mãe amorosa, a casa se enche de calor, alegria e propósito.

A beleza de um lar, para os judeus, não está nos móveis ou na decoração. Está na atmosfera criada pelo amor e cuidado da mulher. É ela quem cria um ambiente de paz, aceitação e significado para toda a família.

Portanto, para o povo judeu, a esposa não é apenas uma companheira ou parceira. Ela é a própria personificação do lar, responsável por preenchê-lo de luz. Sua presença faz com que a casa cresça e se desenvolva de forma saudável e harmoniosa.

Valorizar a esposa e reconhecer seu papel central no lar é uma lição que podemos aprender com a sabedoria judaica. A felicidade de um casamento depende do cuidado e da dedicação mútuos entre os cônjuges. Juntos, eles constroem um porto seguro em meio às tempestades da vida.

Que cada lar seja abençoado com uma esposa iluminada, fonte de amor, sabedoria e graça divina. Assim, nossas casas também se tornarão castelos cheios de significado e luz e possamos cheio amor dizer: My Home, my Lady.

 


ARTIGO - Quem Será a Vice na Chapa da Oposição que Enfrentará a Prefeita Sheila. (Padre Carlos)

 

 


 

A Escolha da Vice-Prefeita na Chapa de Oposição.

 


    Prezados leitores, é com grande interesse que abordo um tema que tem gerado muita especulação e debate nos círculos políticos de nossa querida Vitória da Conquista. Trata-se da incerteza em relação à escolha do candidato a vice-prefeito na chapa de oposição que enfrentará a atual prefeita Sheila. A recente declaração do Deputado Waldenor, negando a definição de Lúcia Rocha como sua vice, trouxe à tona uma série de questões cruciais para o cenário político local.

    Primeiramente, é importante reconhecer que a escolha do candidato a vice-prefeito não é apenas uma decisão estratégica, mas também um reflexo da força e liderança de determinados nomes na política conquistense. Lúcia Rocha, vereadora que tem se destacado em meio à oposição, é um exemplo notável. Não apenas por sua trajetória política, mas também pelos números das pesquisas, que a apontam como uma das principais figuras da oposição com alta pontuação.

    O Deputado Waldenor, por outro lado, enfrenta desafios em sua campanha, apesar de contar com a estrutura e apoio do governo estadual. A falta de definição em relação à vice-prefeitura parece refletir uma hesitação que pode custar caro. A vereadora Lúcia Rocha não apenas traria experiência política para a chapa, mas também uma base sólida de eleitores que a reconhecem como uma liderança capaz de impulsionar a oposição.

É importante mencionar que não se trata de desqualificar outras escolhas de vice-prefeitos feitas no passado, mas de reconhecer a relevância do momento atual. A população conquistense deseja lideranças fortes e unidas para enfrentar os desafios da cidade. Neste sentido, a indecisão em torno do nome de Lúcia Rocha como vice-prefeita parece desconsiderar a vontade popular.

    Portanto, diante dos fatos apresentados, é fundamental que a oposição reavalie sua estratégia e reconheça a importância de Lúcia Rocha como uma candidata que agrega não apenas votos, mas também a confiança da população. A unidade e a clareza de propósitos são essenciais para construir uma alternativa sólida e capaz de enfrentar os desafios que nossa cidade enfrenta.

    Nossa democracia se fortalece quando os eleitores têm opções claras e fortes para escolher. A definição do candidato a vice-prefeito na chapa de oposição é um passo crucial nesse caminho. Resta-nos aguardar os desdobramentos dessa decisão e esperar que a liderança da Vereadora Lúcia Rocha seja devidamente reconhecida e valorizada.

   

domingo, 27 de agosto de 2023

A Origem de Nossa Senhora das Candeias e a Celebração da Luz. (Padre Carlos)

 

 Candeias, da Luz, da Purificação ou da Candelária 





A história da apresentação do menino no templo está a origem de Nossa Senhora das Candeias e a Celebração da Luz

Nossa Senhora das Candeias, da Luz, da Purificação ou da Candelária - sob esses diversos títulos, veneramos a mesma figura de Maria, Mãe de Jesus. No dia 2 de fevereiro, a Igreja celebra a Festa Litúrgica da Apresentação do Senhor, e é também o momento em que registamos essa venerável figura, especialmente na Paróquia das Candeias, em Vitória da Conquista.

A história de Nossa Senhora das Candeias está intrinsecamente ligada à purificação de Maria e à apresentação do Menino Jesus no Templo, quarenta dias após o seu nascimento. Segundo a tradição mosaica, as mulheres que davam à luz eram consideradas impuras e, portanto, após o nascimento de seus filhos, deveriam comparecer ao Templo para se apresentarem ao Sumo Sacerdote e oferecerem sacrifícios. Maria e José seguiram essa tradição após o nascimento de Jesus, dando origem à Festa da Apresentação de Jesus no Templo e à Festa da Purificação de Nossa Senhora.

Essa celebração também tem outras origens. Há relatos que conectam Nossa Senhora das Candeias à lenda das Ilhas Canárias, assim como à devoção popular. A sua história é um entrelaçar de tradições e fé, que perdura ao longo dos séculos.

Hoje, parabenizamos a Paróquia das Candeias, em Vitória da Conquista, por manter viva essa tradição e por celebrar a luz que Maria trouxe ao mundo, assim como a pureza que ela simboliza. Nossa Senhora das Candeias é um farol de esperança, lembrando-nos da importância da purificação espiritual e da apresentação de nossos corações a Deus.

Que a luz dessa festa continue a brilhar em nossas vidas, guiando-nos nos caminhos da fé e da devoção. E que, assim como Maria e José cumpram seus preceitos religiosos no Templo, podemos também buscar a purificação interior e a entrega a Deus em nossa jornada de fé.

Nossa Senhora das Candeias, rogai por nós.

 

 

sábado, 26 de agosto de 2023

ARTIGO – Bahia e o PT: Uma Avaliação Necessária da Gestão e dos Valores. (Padre Carlos)

 


O PT em Uma Encruzilhada: Entre a Esperança e o Risco

 


O início do governo Lula tem demonstrado que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta um momento decisivo em sua história. Se deseja verdadeiramente representar as minorias e defender os valores progressistas, precisa repensar suas alianças e suas ações. Caso contrário, corre o risco de nos legar um tipo de fascismo jamais visto. A esperança que se acendeu naquela posse precisa ser preservada, mas para isso, é preciso uma profunda reflexão e mudanças significativas no partido.

Não consigo acreditar que o marco temporal e a exploração do solo da Amazônia estão sendo negociados por este governo. A luta pela preservação do meio ambiente, que deveria ser uma bandeira inegociável, parece ter cedido lugar a interesses políticos.

A hora de botar o dedo na ferida chegou, e para isso, é necessário falar o que a esquerda não quer ouvir e tocar no ponto nevrálgico. É essencial alertar sobre os riscos reais de termos no futuro não um fascismo explícito, mas um fascismo com verniz democrático. Nossos argumentos são consistentes, e essa discussão é urgente.

Não adianta dialogar apenas com aqueles políticos que foram picados pela mosca azul do poder. Temos que nos dirigir aos militantes simpatizantes e ao povo brasileiro, pois eles precisam se levantar diante dos rumos que o governo vem tomando. O diagnóstico feito por Milly Lacombe em seu artigo sobre o PT e os riscos que o partido representa apoiando o marco temporal, indicando ministros conservadores e mantendo alianças preocupantes, pode levar o PT a se tornar uma versão "light" do bolsonarismo, traindo suas origens e bases históricas.

E para completar, há quase duas décadas, a Bahia vive sob uma gestão petista que, ao invés de trazer melhorias, viu a polícia do estado se tornar a que mais mata no Brasil. Criticamos outros governantes, como Zema, Tarcísio, e Leite, mas, verdade seja dita, pelo menos eles são fiéis ao que pensam e não se escondem atrás de discursos falsamente belos. O atual governador da Bahia tem se destacado por declarações de forte conotação nazi-fascista, pedindo louvores à sua polícia assassina e sugerindo que "bandido bom é bandido morto".

Estamos em um momento crucial, onde o PT precisa rever suas ações e alianças. É hora de retomar o compromisso com a justiça social, a democracia, e a preservação do meio ambiente. A esperança que a posse de Lula trouxe não pode se perder nas negociações políticas. A verdade deve prevalecer, mesmo que doa. É o nosso dever, como cidadãos , apontar os riscos e lutar por um governo que esteja verdadeiramente comprometido com os ideais progressistas que o Brasil tanto precisa.


ARTIGO - Povo de Vitória da Conquista espera tratamento igual ao da montadora japonesa

 

Incentivos ao Polo Têxtil de Vitória da Conquista



Caros leitores,

A expectativa do povo de Vitória da Conquista é, sem dúvida, legítima. Em um momento em que o governo da Bahia oferece uma série de vantagens às empresas que se instalam no polo de Camaçari, incluindo incentivos fiscais, custos de produção competitivos e um mercado consumidor promissor, é justo questionarmos por que não aplicar o mesmo olhar atento ao nosso próprio polo têxtil aqui em Vitória da Conquista.

Recentemente, fomos informados sobre os esforços para atrair uma montadora japonesa para o polo de Camaçari. Trata-se de uma empresa de grande porte, cuja chegada certamente gerará empregos e renda para o estado. Não podemos deixar de considerar a importância dessa iniciativa para a Bahia. No entanto, é vital lembrar que o nosso próprio polo têxtil possui um potencial igualmente promissor.

O polo têxtil de Vitória da Conquista não é apenas uma oportunidade de geração de emprego e renda; ele é um veículo para o desenvolvimento desta região. Aqui, gostaríamos de destacar algumas razões pelas quais é imperativo que o governo da Bahia considere como demandas de nossa comunidade e ofereça incentivos ao nosso polo têxtil:

1. Geração de emprego e renda: O polo têxtil de Vitória da Conquista tem potencial de gerar milhares de empregos. Num momento em que o desemprego é uma preocupação constante, essa indústria pode ser a resposta que tantos procuram.

2. Desenvolvimento econômico: Ao promover o crescimento do nosso polo têxtil, podemos atrair novas empresas e investimentos para a cidade. Isso não apenas fortalecerá nossa economia local, mas também contribuirá para o crescimento do estado como um todo.

3. Crescimento sustentável: O setor têxtil já é um pilar importante da economia baiana. Ao investir no polo de Vitória da Conquista, podemos contribuir para um crescimento sustentável, aproveitando os recursos locais e criando uma sinergia que beneficiará toda a Bahia.

Portanto, é hora do governo da Bahia voltar seu olhar para nossa região e considerar seriamente o suficiente de incentivos ao polo têxtil de Vitória da Conquista. Estamos prontos para contribuir para o desenvolvimento econômico e social da nossa amada cidade.

Neste momento, o futuro está nas mãos das autoridades estaduais, mas também na nossa capacidade de unir vozes e mostrar que a Vitória da Conquista têxtil merece a mesma atenção e investimento que outras partes do estado. Vamos lutar por um futuro mais próspero e justo para todos as conquistas. A hora é agora.

Por: Padre Carlos

 

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

ARTIGO - José Sérgio Gabrielli e as Raízes da Esquerda Brasileira. (Padre Carlos)

 


 

Reencontro com um Companheiro de Lutas



 

Hoje, ao navegar pela vastidão da internet, deparei-me com uma imagem que me fez recuar no tempo, uma viagem à era do idealismo e das lutas estudantis na década de setenta. Essa imagem, caro leitor, era a foto de um velho amigo que há mais de trinta anos não cruzava o meu caminho: José Sérgio Gabrielli. Na juventude, nossos destinos se entrelaçaram no fervor do movimento estudantil, quando eu cursava o Ensino Médio e militava no movimento secundarista, Zé, junto com Zezéu, brilhavam como estrelas no movimento universitário. Foi  nesse cenário de efervescência política, que a esquerda forjou seus melhores quadros.

Nossa trajetória conjunta ganhou força na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980, um marco na história política do Brasil. Em 1982, não hesitei em apoiar a candidatura de Zé Sérgio Gabrielli a Deputado Federal, ao lado de figuras como Paulo Pontes e Zé Sérgio Dapievi, formando assim, o que carinhosamente chamávamos de "Cordão da Orla". Essa, caro leitor, é uma parte da minha história, da minha vida, e também da história do Brasil.

José Sérgio Gabrielli, para aqueles que não estão familiarizados com seu nome, é uma figura de destaque na esquerda brasileira. Sua trajetória política é marcada por um compromisso incansável com a justiça social, a democracia e a luta pelos direitos dos trabalhadores. Durante sua gestão como presidente da Petrobras, entre 2005 e 2012, ele desempenhou um papel fundamental na transformação da empresa em uma das maiores petroleiras do mundo.

Mas o que me leva a escrever sobre esse reencontro é mais do que uma mera celebração da nostalgia. É uma oportunidade de refletir sobre o poder duradouro das amizades e das lutas compartilhadas. É um lembrete de que, mesmo após décadas afastados, nossos ideais e compromissos políticos continuam a nos unir.

Nossa sociedade atravessa desafios complexos, e a política brasileira está mais polarizada do que nunca. No entanto, ao reencontrar José Sérgio Gabrielli, recordo-me de que a verdadeira mudança vem da ação conjunta, do diálogo e do compromisso comum de construir um país mais justo e igualitário.

Às vezes, nos perdemos nas vicissitudes da vida, mas nossas raízes políticas e ideológicas permanecem sólidas. O reencontro com Zé Sérgio Gabrielli é um lembrete de que, não importa o quão longe a vida nos leve, nossos princípios e valores perduram.

Em tempos de incerteza política e social, talvez todos nós devêssemos fazer um esforço para buscar nossos "Josés Sérgios Gabriellis" pessoais, aqueles amigos que compartilharam conosco sonhos de um mundo melhor. Pois é nessa união que encontramos a força para moldar o nosso futuro.

Assim, em meio às turbulências do presente, meu reencontro com Zé Sérgio Gabrielli me lembrou da importância de manter vivas as chamas das ideias progressistas e da amizade que nos impulsionaram nas décadas passadas. Que essa lição inspire a todos nós a continuar lutando por um Brasil mais justo e solidário, onde nossos ideais de juventude possam florescer novamente, como uma semente que, após anos de adormecimento, finalmente encontra solo fértil.


ARTIGO - O Lado Sombrio das Pesquisas Não Registradas. (Padre Carlos)

 


Manipulação e Falta de Transparência




    Na era da informação, onde os dados são a moeda mais valiosa, as pesquisas desempenham um papel fundamental em moldar nossas percepções e decisões. No entanto, existe um lado sombrio que muitas vezes passa despercebido: as pesquisas não registradas. Essas investigações, que fogem ao escrutínio público e à ética científica, são uma preocupação crescente.

   O primeiro problema que surge com as pesquisas não registradas é a falta de transparência. Sem um registro público, é impossível verificar a autenticidade e integridade dos dados coletados. Isso cria espaço para manipulações e viés, minando a confiança na pesquisa como um todo.

    Muitas vezes, essas pesquisas são usadas como ferramentas políticas, principalmente durante as eleições. É alarmante observar que candidatos "pré-candidatos" pontuam nas pesquisas, mesmo quando não têm histórico político ou projeção local. Isso levanta sérias questões sobre a legitimidade desses levantamentos e como eles podem influenciar o eleitorado.

 Outro aspecto sombrio é o desconhecimento dos métodos e formas de manipulação. As pessoas confiam nas pesquisas como uma fonte objetiva de informações, mas quando não há registro e supervisão adequados, isso se torna uma ilusão. Os métodos obscuros usados por algumas dessas pesquisas podem distorcer a realidade e influenciar as decisões dos eleitores de maneira prejudicial.

    Além disso, o impacto dessas pesquisas não registradas não se limita apenas ao cenário político. Elas afetam a sociedade como um todo, moldando a percepção das pessoas sobre diversos assuntos. Quando informações imprecisas são disseminadas, o debate público sofre, e a qualidade das decisões políticas e sociais é comprometida.

    Para combater esse lado sombrio, é crucial que haja uma regulamentação mais rigorosa em relação às pesquisas. Elas devem ser registradas, transparentes em seus métodos e sujeitas a escrutínio público. Os eleitores merecem informações confiáveis e imparciais para tomarem decisões informadas.

    Em resumo, as pesquisas não registradas representam um desafio significativo para nossa sociedade cada vez mais orientada por dados. Elas minam a confiança pública, distorcem a realidade e têm o potencial de influenciar decisões cruciais. É hora de jogar luz sobre esse lado sombrio e garantir que as pesquisas sejam conduzidas com integridade e transparência, para o bem de nossa democracia e sociedade como um todo.

 


ARTIGO - Raízes na Pituba: Minha História de Vida e Transformação



A vida tem cheiro de Jasmim






Por: Padre Carlos

 

    Nasci em um contexto de transição, entre o balneário onde as famílias da elíte soteropolitana vinha passar as férias  e o bairro de classe média, assim era a Pituba de meados do século passado. Nasci em casa, ou melhor, na casa do caseiro, pois meu pai tomava conta da casa de veraneio dos Machados, Esta linda propiedade,  ficava em frente à praça com a igreja ao lado.

    Tinha um pé de jasmim branco que dava uma sobra à tarde e o cheiro era agradável, minha mãe adorava aquela sombra, talvez por isso o cheiro desta flor me lembra dela.

   Minha infância foi simples, mas feliz. Brincava na rua com os amigos, andava de bicicleta, brincava no jardim da casa dos Machados e frequentava a Escola da Irmã Catarina (As Irmãs Mercedaria.).

   Quando fecho os olhos, ainda consigo sentir o cheiro do jasmim da minha infância. É um cheiro que me traz boas lembranças e me faz sentir feliz.

   O jasmim é uma flor que representa a pureza, a beleza e o amor. É uma flor que me lembra minha mãe, que foi uma mulher simples, mas muito amorosa.

     O jasmim também me lembra minha fé. É uma flor que me lembra que Deus está sempre presente em nossas vidas, mesmo nos momentos mais difíceis.

   O jasmim é uma flor que me lembra a minha família. É uma flor que me faz sentir amado e protegido.  O jasmim é uma flor que me lembra a minha vida.

É uma flor que me traz esperança e alegria.

 


ARTIGO - Ninguém Está Acima da Lei.

 


Um Desafio para as Forças Armada.

 


Por Padre Carlos

Num país democrático, a igualdade perante a lei é um princípio inegociável. Nenhum cidadão, independentemente da sua posição ou estatuto, deve estar acima das leis que regem a nação. Este é um pilar fundamental da justiça e da democracia. Recentemente, o Brasil viu essa questão ser postada à prova em meio às investigações que envolvem militares e atos golpistas.

Na última quarta-feira, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, fez uma série de visitas aos órgãos envolvidos nas investigações, buscando informações sobre militares investigados nos inquéritos da Polícia Federal, notadamente aquelas relacionadas às visitas do hacker Walter Delgatti ao Ministério da Defesa .

Nos bastidores, a preocupação é clara: evitar a convocação de generais envolvidos nos atos golpistas e nas negociações com hackers, a fim de preservar a revisão do sistema eletrônico de votação. Entretanto, essa preocupação deve ser equilibrada com a necessidade de transparência e justiça.

Os militares da ativa têm razões compreensíveis para se preocupar com o impacto dessas investigações na imagem do Exército. Contudo, é fundamental compreender que a convocação de alguns deles para depor não deve ser interpretada como uma tentativa de desmoralizar as Forças Armadas, mas sim como parte de um processo de esclarecimento e busca pela verdade.

A CPI e a Polícia Federal têm a responsabilidade de investigar o fundo de qualquer irregularidade que possa ter ocorrido, independentemente da situação dos envolvidos. No entanto, é crucial que essas investigações sejam conduzidas de maneira imparcial e justa, sem preconceitos políticos.

No topo das prioridades das investigações são figuras proeminentes, incluindo ex-ministros e generais de alto escalonamento. A transparência nessas investigações é crucial para restaurar a confiança da população nas instituições democráticas.

É claro que o clima está tenso, tanto entre os militares da ativa quanto na reserva. No entanto, é essencial lembrar que o Brasil é uma democracia e que a democracia se sustenta na aplicação igualitária da lei.

O general Tomás Paiva desempenha um papel fundamental neste momento, procurando manter a coesão e o profissionalismo dentro das fileiras das Forças Armadas. Sua missão não é fácil, mas é vital para garantir que o Exército continue sendo uma instituição respeitada em nossa nação.

Nesse contexto, é importante que uma “família militar” demonstre o devido cuidado com a imagem da Força e compreenda a necessidade de responsabilidade individual em qualquer ação.

As críticas e a insatisfação, seja na ativa ou na reserva, devem ser canalizadas de forma construtiva, mantendo o respeito às instituições democráticas. A democracia é um processo de aprendizado e aprimoramento contínuo, e todos os cidadãos, independentemente de sua profissão ou origem, têm um papel a desempenhar nesse processo.

Na última análise, ou como diria no jargão militar: ULTIMA FORMA, a mensagem que deve ser reforçada é que ninguém está acima da lei. Isso é essencial para a preservação da nossa democracia e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É um lembrete de que, em uma democracia, a justiça prevalecerá, independentemente da carga que alguém ocupe.

 

 


quinta-feira, 24 de agosto de 2023

ARTIGO - Lula nas Eleições Municipais: Um Debate Fora de Contexto?(Padre Carlos)

 


A Importância de Olhar para Casa


 

Caro Leitor,

Em meio ao fervor das eleições municipais, é notável que alguns candidatos buscaram trazer as pautas nacionais e, em especial, a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o centro de suas campanhas. Argumentam que esse movimento visa criar uma identidade as suas candidaturas, alegando que o carisma de Lula e suas políticas bem sucedidas podem ser um trunfo para as eleições locais. No entanto, é essencial questionarmos se isso realmente faz sentido numa eleição municipal.

Uma eleição para prefeitos e vereadores deve, por natureza, focar nas questões locais, nos problemas e nas demandas específicas daquela comunidade. Não se trata de negar a importância das políticas nacionais, mas sim de considerar que a realidade de cada município é única. Portanto, buscar importar o debate político nacional para esse contexto pode desviar a atenção do que realmente é importante para os cidadãos locais.

É claro que algumas lideranças políticas que replicaram o sucesso de Lula nas urnas, lembrando o que aconteceu em 2022, quando ele apoiou a candidatura de Jerônimo  ao governo do estado da Bahiaa. No entanto, é crucial lembrar que as situações eram diferentes naquela época. O Brasil vivia uma conjuntura política distinta, uma luta contra o fascismo e Lula não era o presidente de todos os brasileiros, mas sim um candidato em busca da presidência.

Hoje, o cenário é outro. Lula é o presidente do Brasil e, mesmo que seu carisma e influência política sejam inegáveis, ele é agora uma figura que transcende os limites partidários. Ele é, antes de tudo, o presidente de todos os brasileiros, não apenas aqueles que compartilham sua visão política. Portanto, é preciso cautela ao trazê-lo para a cerne das eleições municipais, onde a diversidade de opiniões é uma realidade que deve ser respeitada.

Mais do que nunca, precisamos de unidade e paz em Vitória da Conquista. Num momento em que o país enfrenta desafios monumentais, como a crise na saúde, os problemas no transporte público e as deficiências na educação, é imperativo que os candidatos se concentrem em soluções concretas para essas questões. Importar polarizações nacionais para o âmbito municipal pode, infelizmente, agravar ainda mais as divisões já existentes.

Portanto, conclamamos os candidatos e eleitores a manterem o foco nas questões locais durante esta campanha eleitoral. As demandas da população são urgentes e não podem ser subjugadas em prol de estratégias políticas de curto prazo. Precisamos de líderes comprometidos com o bem-estar de suas comunidades, buscando a trabalhar incansavelmente para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

Que esta eleição seja um momento de reflexão sobre nossas necessidades locais e um passo em direção à construção de cidades mais justas e prósperas. O Brasil é uma nação diversa, e nossos municípios refletem essa diversidade. É hora de priorizar o que realmente importa: a saúde, o transporte e a educação. Afinal, são essas questões que moldam o nosso dia a dia e o futuro de nossas cidades.

Portanto, ao invés de trazer Brasília para nossas eleições, foquemos nas questões essenciais. É assim que construímos um país mais forte e resiliente, começando pelas bases, pelas nossas cidades.

Que estas eleições sejam um verdadeiro exercício democrático de construção do nosso futuro local, e que, ao final do processo, todos possamos celebrar a vitória da paz, da cooperação e do progresso.

 


ARTIGO - União de Forças: Arcebispo e Prefeita Apresentam Projeto de Revitalização. (Padre Carlos)

 

 Parceria Inspiradora em Prol da Comunidade

 


    No cenário de uma Vitória da Conquista em constante transformação, o encontro marcado para o dia 23 de agosto de 2023 entre o Arcebispo Metropolitano, Dom Josafá Menezes da Silva, e a ilustre Prefeita Sheila Lemos Andrade, teve um significado que transcendeu as esferas religiosas e políticas . Nesse encontro, o que se viu foi uma união de forças em prol de um projeto que promete não apenas revitalizar um espaço físico, mas também fortalecer os laços entre a comunidade e a Igreja.

    A Praça Sá Barreto, situada no coração de Vitória da Conquista, é há muito tempo um ponto de encontro para os fiéis e também um espaço de relevância histórica para a cidade. É nesse cenário que se encontra o Centro Pastoral Dom Climério, local que desempenha um papel fundamental na vida religiosa e comunitária da região.

    O projeto de revitalização apresentado nesta reunião traz consigo a promessa de restaurar o Centro Pastoral, transformando-o em um espaço multifuncional, onde a espiritualidade, a cultura e a educação se encontrarão harmoniosamente. Isso representa um passo importante para o fortalecimento da presença da Igreja Católica na vida das conquistas.

    O Arcebispo Dom Josafá, conhecido por sua visão progressista e comprometimento com as questões sociais, destacou a importância de se adaptar aos tempos atuais, mantendo a fé viva e atuante na vida das pessoas. E é exatamente isso que esse projeto propõe.

    A Senhora Prefeita, por sua vez, demonstrou um comprometimento notável com a comunidade e com a preservação do patrimônio histórico da cidade. A parceria entre a prefeitura e a Arquidiocese é uma demonstração de que é possível unir esforços em benefício do bem comum.

    Nesse sentido, a revitalização do Centro Pastoral Dom Climério não será apenas uma reforma física, mas uma oportunidade de resgatar valores, promover a cultura e a educação, e acima de tudo, fortalecer os laços de solidariedade e fraternidade entre os cidadãos de Vitória da Conquista.

    Este é um exemplo notável de como as instituições podem transcender suas esferas de atuação e unir-se em prol de um objetivo maior. O projeto apresentado é um sopro de esperança, um convite para que a comunidade se engaje ativamente nesse processo de renovação.

Em tempos de desafios constantes, a parceria entre a Igreja e o poder público é um exemplo a ser seguido por outras regiões. É um testemunho de que, quando a fé se une à ação, grandes transformações podem acontecer. Portanto, aguardamos com grande expectativa a concretização desse projeto e os frutos que ele certamente progredirá para Vitória da Conquista.


 

 


quarta-feira, 23 de agosto de 2023

ARTIGO - Dois visionários miguelenses e uma ideia na cabeça. (Padre Carlos)


Resgatando a História para o Futuro




Ao longo dos tempos, há lugares que ganham vida própria. São Miguel das Matas, uma pérola escondida na Bahia, é um desses lugares. Este artigo de opinião é um tributo ao povo deste município, que carrega consigo a coragem, a fé e o espírito trabalhador que se presta pelo mundo.

São Miguel das Matas é o lar de uma população que se orgulha de suas origens rurais. Nas margens do rio, as histórias das gerações passadas ecoam como suspiros da terra. Os antigos contam sobre as histórias de um tempo distante, os caminhos de terra batida e as noites estreladas que fizeram a vida valer a pena.

Hoje, muitos filhos e filhas de São Miguel espalharam-se pelo Brasil e até além das fronteiras. Eles levam consigo um legado precioso: a ética do trabalho árduo e a honestidade que caracterizam esse povo. Em qualquer lugar do mundo em que estejam, são reconhecidos por seu comprometimento e integridade.

A fé em São Miguel das Matas é mais do que uma crença religiosa; é uma força que move montanhas. Os sinos da igreja ecoam nas manhãs de domingo, chamando os fiéis para a missa. Mas essa fé vai além das paredes da igreja. Ela permeia cada aspecto da vida, orientando ações e decisões.

E essa fé transcende as fronteiras. O povo de São Miguel, espalhado pelo mundo, mantém vivos os rituais e as tradições que aprenderam na infância. Eles celebram suas festas, acompanham suas histórias e, assim, mantêm viva a chama da devoção que os conecta à terra onde nasceram.

São Miguel das Matas, como muitos lugares, viu a vida rural do século passado dar lugar a uma era mais moderna. As máquinas substituíram a força braçal, e as tradições, por vezes, foram esquecidas. No entanto, este povo resiliente busca incansavelmente resgatar essas memórias e designadas-las com as novas gerações.

Museus, festas tradicionais e histórias de vida são ferramentas poderosas para transmitir o passado aos mais jovens. Eles aprendem sobre a dureza da vida na roça, a importância da família e da comunidade. Conhecem a história de luta e superação que moldou São Miguel das Matas e, por extensão, suas próprias raízes.

Há quase trinta anos em Vitória da Conquista, dois visionários miguelenses, Zorilda e Gedel, caminham pelas ruas convidando seus conterrâneos para se reunirem e resgatarem a memória desta cidade. Os “Encontros dos Miguelenses” foram uma iniciativa que brilhou como um farol, reunindo não apenas os dois fundadores, mas também abnegados contemporâneos que partilhavam o desejo de preservar e partilhar as suas raízes.

Este é um testemunho de que quando pessoas determinadas e unidas se unem, o resultado transcende as expectativas. "Um mais um é sempre mais que dois", como diz o ditado, e os Encontros dos Miguelenses são uma prova viva disso. O poder da comunidade e da união é a essência de São Miguel das Matas, e esse espírito continua forte, não importa onde esteja no mundo.

São Miguel das Matas é um lugar de coragem, fé e trabalho árduo. Seu povo é um exemplo de como as origens rurais podem forjar caráter e determinação. Espalhados pelo mundo, eles mantêm viva a chama da devoção à terra e às tradições que os moldaram.

Os Encontros dos Miguelenses são um exemplo inspirador de como a comunidade miguelense está determinada a preservar suas raízes e compartilhar suas memórias com as futuras gerações. São Miguel das Matas é, sem dúvida, um legado de coragem e trabalho que brilha em nosso mundo globalizado, e a história dos Encontros dos Miguelenses é um capítulo brilhante dessa narrativa.

ARTIGO - O padre não é um "dono" da comunidade, mas um servo que a acompanha em seu caminho de fé. (Padre Carlos)

 


A mudança de época e o ministério ordenado

 


A mudança de época que estamos vivenciando exige que a Igreja repense profundamente suas práticas e estruturas. O ministério ordenado, como parte integrante da Igreja, também é chamado a se redefinir de maneira descontínua em relação ao modelo tridentino secular, que traçou muitos e importantes caminhos de reforma no século XVI.

O padre do século XXI enfrenta novos desafios: a necessidade de uma presença significativa em um mundo predominantemente secularizado e indiferente, uma nova concepção da relação entre natureza e cultura, e um novo senso de pertencimento à comunidade cristã baseado em relacionamentos e não mais em critérios geográficos. Daqui surge o convite para adotar o paradigma missionário da Igreja em saída como referência para o nosso tempo.

Para responder a esses desafios, o ministério ordenado deve ser repensado a partir de uma perspectiva eclesiológica. A Igreja é o povo de Deus, e o ministério ordenado é um serviço ao povo de Deus. O padre não é um "dono" da comunidade, mas um servo que a acompanha em seu caminho de fé.

O ministério ordenado deve ser exercido de forma sinodal, em comunhão com o povo de Deus. O padre não é um indivíduo isolado, mas um membro da comunidade que, junto com os outros, participa da missão da Igreja.

O ministério ordenado deve ser inculturado, isto é, inserido na cultura do povo que serve. O padre não é um estrangeiro, mas um membro da comunidade que compartilha sua vida, sua cultura e sua fé.

O ministério ordenado deve ser missionário, isto é, voltado para a evangelização. O padre não é um espectador da vida, mas um agente de transformação que anuncia o Evangelho de Jesus Cristo.

A partir dessas diretrizes, podemos propor alguns novos estilos e novas formas de missão para o ministério ordenado no século XXI.

Um ministério ordenado mais próximo das pessoas: O padre deve sair do seu escritório e ir ao encontro das pessoas, onde elas estão. Ele deve estar presente na vida cotidiana das pessoas, partilhando sua fé e sua esperança.

Um ministério ordenado mais inclusivo: O padre deve ser aberto a todos, sem distinção de classe, raça, gênero ou condição social. Ele deve estar atento às necessidades dos pobres e marginalizados.

Um ministério ordenado mais transformador: O padre deve ser um agente de mudança social, promovendo a justiça e a paz. Ele deve estar comprometido com a construção de um mundo mais fraterno e solidário.

A mudança de época é uma oportunidade para a Igreja renovar o seu ministério ordenado. O padre do século XXI deve ser um servo do povo de Deus, um membro da comunidade, um inculturado e um missionário.

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ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...