sexta-feira, 18 de agosto de 2023

ARTIGO - Aliados Abandonados: O Declínio da Lealdade Militar nas Reviravoltas Políticas. (Padre Carlos)

 


Um militar não deixa ninguém para trás


No cenário político atual, um acontecimento marcante chama a atenção para a trama complexa da lealdade e das alianças no âmbito militar. A trajetória de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, um militar de carreira, e seu pai, um general, vem à tona como um exemplo impactante de como a política muitas vezes ignora a lealdade em busca de objetivos próprios.

No cerne dessa narrativa está a figura do tenente-coronel da ativa do Exército Brasileiro, o homem de confiança do ex-presidente Jair Bolsonaro e amigo de seu pai na Academia Militar das Agulhas Negras. Envolto no escândalo da venda das joias e relógios de luxo, Cid aparentemente agiu não apenas por conta própria, mas possivelmente seguindo as diretrizes do ex-presidente. A alegação de que Cid entregou o dinheiro da venda dessas peças diretamente a Bolsonaro lança uma sombra sobre a confiança depositada no líder político.

No entanto, a resposta da defesa de Bolsonaro é assertiva e nega veementemente qualquer envolvimento do ex-presidente na transação. O advogado Paulo Cunha Bueno afirma que Bolsonaro "nunca recebeu nenhum valor em espécie do Cid referente à venda de nada". Esta negação pública ressalta a relação delicada entre aliados e rapidez com que a lealdade pode ser questionada e descartada nos meandros da política.

Aqui surge uma dicotomia intrigante: Bolsonaro, um militar reformado, parecia ter esquecido os princípios militares de não deixar um companheiro abatido sem socorro ou ser deixado para trás. Um verdadeiro líder militar preza por seus protegidos e os protegidos. No entanto, os eventos recentes levantam questões sobre se esses princípios foram relegados em favor de interesses políticos pessoais.

Enquanto a história continua a se fortalecer e a verdade é disputada nos tribunais e nos noticiários, o episódio Mauro Cid destaca a importância da lealdade mútua na política e, especificamente, no ambiente militar. A traição ou o abandono de um aliado pode ter ramificações duradouras não apenas nas relações pessoais, mas também na percepção pública de um líder e de sua integridade.

A mensagem clara que fica é que a lealdade é um atributo valioso e fundamental em qualquer esfera da vida, mas torna-se ainda mais crucial quando se trata de liderança política e militar. A confiança depositada em líderes é moldada pela maneira como eles tratam seus aliados e subordinados. A história de Bolsonaro e Mauro Cid serve como um lembrete de que, em meio às complexidades da política, a lealdade genuína não pode ser descartada sem consequências.

Um militar não deixa ninguém para trás

Um militar é treinado para ser leal e para proteger seus companheiros. Ele é ensinado a nunca abandonar um companheiro em apuros, não importa o que aconteça. Esta é uma das virtudes mais importantes de um militar, e é aquela que deve ser preservada a todo custo.

Infelizmente, os eventos recentes envolvendo Mauro Cid sugerem que alguns líderes políticos não estão comprometidos com este princípio. Bolsonaro, um militar reformado, parece ter abandonado seu ex-ajudante de ordens quando ele mais precisava dele. Esta é uma traição às virtudes militares e é um lembrete de que nem todos os líderes políticos são dignos de confiança.

A história de Mauro Cid é um lembrete de que a lealdade é um valor precioso. É algo que deve ser apreciado e cultivado, e nunca deve ser descartado. Quando os líderes políticos abandonam seus aliados, eles não apenas estão traindo a confiança daqueles que os seguem, mas também estão enfraquecendo as instituições que são responsáveis ​​por proteger nossa sociedade.


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