quarta-feira, 30 de março de 2022

ARTIGO - “A santidade é o rosto mais bonito da Igreja” (Padre Carlos)

 

Adalgisa Souto Maia , exemplos de vida


 

Grandes ações nunca são reconhecidas no seu tempo, e muitas pessoas terminaram sendo influenciados com casos de santos, artistas e cientistas como: Joana D'Arc, Teresa de Calcutá ou Irmã Dulce, Monet, Van Gogh ou Galileu, que apenas tiveram o devido reconhecimento pelos seus feitos e obras após a morte, vivendo a sua vida em miséria ou pobreza.

Mas afinal, o que esta Mulher tem de extraordinária? Quando a conheci na segunda metade da década de setenta, me surpreendi com sua capacidade de atrair pessoas para perto dela de conquistá-las, de cativar todos ao seu redor! Sabe aquela pessoa que você gosta logo na primeira vez que vê? Aquela que encanta no primeiro encontro, que tem um algo a mais, anima, alegra, é fácil de conviver e torna o ambiente mais gostoso? Assim é Gisa! Seja através de um sorriso, um jeito de falar, forma de tratar o seu próximo, simpatia, empatia, enfim, tudo isso engloba a característica da sua forma de evangelizar os jovens e leva-lo a um compromisso com os mais pobres e sofredores, era isto que consistia o carisma desta dona de casa e Evangelizadora!

Em 2016, quando o Papa Francisco instituiu o Dia Mundial dos Pobres para ser celebrado no 33º Domingo do Tempo Comum – me lembrei de Gisa Maia e do MFraC, de tudo que vivi e aprendi com aqueles irmãos e Irmãs desta comunidade. Sabemos que a atenção especial aos mais necessitados não é uma realidade recente na vida da Igreja, embora admita que nos últimos anos tenham vistos poucas iniciativas destes gestos de fé.

Foi assim que conheci Gisa Maia, na paróquia de Nossa Senhora da Luz, em Salvador. Se D. Celso José foi um pai espiritual para mim, esta serva de Deus tem um papel maternal na minha conversão.  A irmãzinha sempre trabalhou ao lado do mais pobre. Oferecendo tudo, inclusive a sua inteligência deslumbrante. Nada tem guardado dos dons que recebeu. Com sua ação juntos aos jovens e aos mais pobres, a paróquia ficava cada vez menor pra tanto amor e seu envolvimento com a defesa dos mais necessitados levava a uma tomada de posição e ruptura com sua classe e a família. Foi neste momento que toma consciência da necessidade de tornar público aquele compromisso e desta decisão nasce o MFraC, O Movimento de Fraternidade Cristã. Sua ação evangelizadora chamou a atenção de parte da Igreja que via com bons olhos o trabalho desenvolvido por aquela mulher. Desta forma, o bispo da cidade de Ilhéus, D. Tape, passa a oferecer uma orientação espiritual a ela e aos jovens que a seguia.    Venho ao longo da minha vida, testemunhando o seu respeito, a lisura das suas observações, a inteligência invulgar da sua reflexão, aliado a uma cultura humanística profunda que sempre discretamente tem revelado, tanto no campo religioso como no profano.

 Tudo isso me deixou um indizível sentido de respeito e ternura por uma mulher inteiramente consagrada a Deus e aos outros.

         A consagração é um privilégio também de muitos leigos que se entregaram totalmente.  O começo da santidade é igual ao de todos os consagrados: o Batismo.

 

 

Padre Carlos

 


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