sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

ARTIGO - O memorial ao Padre Benedito Soares (Padre Carlos)

 


O ministério do Padre Bené foi voltado para o futuro da Igreja

 

 


Na década de 70, freiras, padres e agentes de pastoral da Igreja Católica iniciaram experiências de pastoral com a juventude dentro das orientações do Concílio, assumindo de certa forma um grande desafio de promover a renovação nas formas de relacionamento com uma geração que buscava liberdade e amor. Dentro desta mística, podemos contar neste percurso com vários pastores que deram os melhores anos do seu ministério, para que pudéssemos crescer como Igreja e fizéssemos as escolhas certas. O Padre Zezinho com suas canções, o Padre Confa com os jovens operários, Dom Bernardo no Mosteiro de São bento e tantos outros pelo Brasil a fora. Precisamos resgatar a memória destes homens de Deus que trabalharam com esta juventude e que foram moldados estes jovens com seu amor e carinho de pastor para que a semente pudesse brotar. Como diz o poeta: “ E há que se cuidar do broto Pra que a vida nos dê flor e fruto”.

 

Assim, gostaríamos hoje de lembra ao leitor que Memorial é resgatar a memória é lembrar um determinado dia é fazer com que nós não esqueçamos jamais desta data ou desta pessoa. Um aniversário de nascimento, de casamento a própria Missa é um memorial ela representa a Paixão Morte e Ressureição do nosso Senhor Jesus Cristo. No mundo marcado pela violência é fundamental a criação deste memorial para que os católicos de nossa cidade se lembrem deste pastor que hoje vamos resgatar a memória: Padre Benedito. Como “diz o poeta: E há que se cuidar do broto Pra que a vida nos dê flor e fruto”.

Seu ministério foi voltado para o futuro da Igreja e só um homem de visão poderia entender como era necessário aquele trabalho.

A juventude é o momento das grandes decisões na vida do ser humano. É a etapa das escolhas sobre estudos, carreiras, valores a serem seguidos, projeto de vida, vocação, etc. A fase da puberdade e da adolescência é tempo de descoberta de si mesmo e do próprio mundo interior; é o tempo dos planos generosos, dos ideais; o tempo do desejo de estar junto com os outros; o tempo de uma alegria particularmente intensa, ligada à inebriante descoberta da vida. Entretanto é, simultaneamente, a idade das interrogações mais profundas; das indagações angustiadas, de certa desconfiança em relação aos outros, acompanhada do desejo de debruçar-se sobre si mesmo, do autoconhecimento; é a idade, por vezes, dos primeiros fracassos e das primeiras amarguras. Trata-se da fase da vida humana em que a personalidade pode ser moldada com mais facilidade para a tendência ao bem ou ao mal.

O futuro de qualquer instituição depende de sua capacidade de atrair e envolver os jovens para dar continuidade aos seus objetivos. O desafio do padre Benedito de procurar uma pedagogia para evangelizar os

jovem na nossa cidade foi decisivo para o futuro da Igreja de Vitória da Conquista e para o crescimento dos próprios jovens e da nossa Igreja Local.

A evangelização da juventude empreendida por este pastor nas décadas de setenta até meados da década de oitenta foi um dos grandes desafios para a Igreja neste final de século. Para formular propostas pastorais para este grupo era preciso entender a mudança de mentalidade em relação às décadas anteriores. Podemos dizer que houve uma mudança de paradigmas, sobretudo na área cultural: na década de 1970 se caracterizou pela centralidade da cultura moderna.

Para desenvolver um processo de educação na fé, que também educasse para a cidadania e para a formação da consciência crítica, visando a um despertar para o compromisso com a sociedade, foi imprescindível aquele pastor compreender o contexto cultural em que os jovens estavam inseridos. O contexto cultural influenciou diretamente a maneira de ver, pensar e agir.

 

Por isto, chamo a atenção dos políticos e de toda comunidade católica para não deixarem destruir o local onde Benedito tombou, ela lembra que o cruzeiro é o memorial da morte do Padre Bené.

À crise que vivemos na Igreja e na sociedade, está também relacionada à falta de memória coletiva e o difícil acesso à informação das novas gerações. É uma mentalidade de quem tudo quer menos a fé. Estejamos atentos.

 

 

Padre Carlos







 


Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...