sexta-feira, 6 de outubro de 2023

ARTIGO - A Importância da Perda na Vida (Padre Carlos)

Um Olhar Sobre a Vida




Nos últimos anos, tenho enfrentado a dor da perda de alguns amigos próximos. Cada partida deixou um vazio em minha alma e me fez refletir profundamente sobre o significado desse evento causado em nossas vidas. A morte, muitas vezes, nos pega de surpresa, levando indivíduos cheios de projetos e sonhos. Aceitar essa realidade é uma das tarefas mais árduas que enfrentamos, mas é também uma oportunidade para compreendermos a essência da existência humana.

O desconhecido do dia da nossa morte nos assombra, mas aquilo que temos com certeza é o dia de hoje. Cada momento, cada respiração é uma dádiva, uma oportunidade única de viver, amar e criar memórias significativas. Quando entendemos que ao chegarmos ao final do dia não perdemos um dia, mas ganhamos mais um capítulo precioso em nossas vidas, talvez possamos abandonar as guerras que não nos pertencem e as amarguras que apenas nos consomem.

A perda de entes queridos nos lembra da transitoriedade da vida. Somos como pássaros temporariamente empoleirados neste mundo vasto e misterioso. Apega-se a mágoas e ressentimentos parece, diante da vastidão do universo, uma ocupação trivial e inútil. Em vez disso, convidamos a voltar para o que é essencial: o amor, a compaixão, a amizade e a gratidão.

A verdadeira riqueza da vida não está nas posses de materiais, mas nas relações que construímos, nos momentos compartilhados com aqueles que amamos e nos sorrisos trocados. Cada amizade que perdemos nos lembra de valorizar o que ainda temos, de nutri-las com carinho e sinceridade. As amizades são tesouros que enriquecem nossa jornada e nos sustentam nos momentos de alegria e tristeza.

Ao perder alguns amigos ao longo do caminho, aprendi que a morte não é o fim, mas uma transformação. As memórias que compartilhamos com aqueles que partiram continuam vivas em nossos corações. Eles se fazem parte do tecido da nossa existência, moldando quem somos e influenciando as escolhas que fazemos.

Então, diante da perda, escolho celebrar a vida. Escolho honrar a memória daqueles que foram vivendo plenamente, amando profundamente e sendo grato por cada novo dia. Afinal, a morte pode levar corpos, mas nunca pode extinguir o amor e as lembranças que deixam para trás.

Que possamos, juntos, abraçar a efemeridade da vida e encontrar significado na jornada, mesmo nas perdas mais dolorosas. Que possamos aprender com a finitude e viver de maneira autêntica, conectada com o que é realmente importante. Pois, no final, o que realmente importa não é quanto tempo temos, mas como escolhemos viver o tempo que nos é dado.

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