O Jesus da filosofia a
teologia
Uma das Frases
emblemáticas do início do século XX, que mais animaram o
debate teológico, foi sem dúvida nenhuma: “Jesus anunciou a vinda do Reino de
Deus, mas o que veio foi a Igreja”. “Seja como for, não há figura histórica
mais estudada (outro dia o especialista em cristianismo primitivo, que é
agnóstico, Antônio Piñero lembrava que continua sendo publicadas
anualmente centenas de livros sobre este assunto)”.
O
filosofo português Eduardo Lourenço, recentemente falecido, disse: "Não há
nada superior a Jesus." Até Nietzsche reconheceu, no
seu O Anticristo, que no fundo só houve um cristão, mas esse morreu na
cruz, e acrescentou: "Só uma vida como a daquele que morreu na cruz é
cristã.”.
Foi morto como subversivo, como um ativista político. Todos os seres humanos têm a igualdade e dignidade como forma inviolável, porque o cristianismo levou este conceito de cidadão do infinito, não só para o ocidente, mas como conceito universal: já não há judeu, nem grego, nem Homem, nem mulher, nem branco, nem negro, nem adulto, nem criança, nem livre, nem escravo, nem religioso, nem ateu. Rebelde e livre, Jesus não prestou culto nem a César nem ao Dinheiro, e o Deus a quem chamou de Pai com ternura, terminou escandalizando o antigo mundo (também pode ser tratado por Mãe, devido sua face amorosa) pelo fato de não quer sacrifícios, mas misericórdia, e não se adora nem em Jerusalém nem em Guerizim, mas em espírito e verdade. A sua Boa Nova é o Reino de Deus, um Reino de irmãos e companheiros.
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