“Os cães e os gatos ocupam o lugar dos filhos. Esta
negação da paternidade tira a humanidade”.
Já faz algum tempo que quero
escrever sobre este assunto, mas o que motivou a colocar no papel meu ponto de
vista foi à mensagem do Papa Francisco aos católicos sobre este fenômeno. Perante dezenas de pessoas
reunidas na Sala Paulo VI do Vaticano durante a audiência geral, o Papa refletiu
sobre a figura de São José e a paternidade. Para o Pontífice, os cães e os gatos
estão de certa forma, ocupando o lugar que deveriam ser ocupados pelos filhos. “Esta
negação da paternidade tira a nossa humanidade”, disse Francisco.
Quando levanto estas questões é para lembrar que os bichinhos de
estimação nunca foram tão acolhidos, mimados, enfeitados, bem cuidados e desejados
no Brasil quanto agora. Não faz muito tempo que o IBGE divulgou uma pesquisa revelando que, no
Brasil, o número de famílias que criam cachorros e gatos já é maior do que o de
famílias que têm crianças. As causas demográficas e econômicas mostram que este
fenômeno, similar ao de países ricos, vai se acentuando também nos países em
desenvolvimento e terminam ocupando um espaço deixado pela falta de filhos e
companheiro.
O Papa Francisco aproveitou a oportunidade para pedir aos casais mais
filhos e às autoridades que facilitem procedimentos para adopção. O Papa Francisco
pediu ainda às autoridades que simplifiquem os procedimentos e exortou os
casais a terem mais filhos, numa mensagem durante uma audiência geral no
Vaticano. “Desejo que as instituições estejam sempre dispostas a ajudar,
observando com seriedade, mas também simplificando os procedimentos necessários
para que se realize o sonho de tantas crianças que precisam de uma família e de
tantos casais que querem dar amor”.
O Papa disse também que “ter um filho é sempre um risco, mas não o ter é
ainda mais”, sublinhado que a civilização hoje “é um pouco órfã”. Francisco
colocou para os presentes que a adopção “não é uma relação sem importância” e
que esta escolha (adoção) “está entre as formas mais elevadas de amor e
paternidade”. “Não se deve ter medo de escolher o caminho da adopção, de
assumir o ‘risco’ do acolhimento. Espero que as instituições estejam sempre
dispostas a ajudar nesse sentido, monitorizando seriamente, mas também
simplificando o procedimento necessário para que seja feito. Realizar o sonho
de tantas crianças que precisam de uma família”, disse.
Os cães e os gatos não podem ocupar o lugar
dos nossos filhos. Esta negação da paternidade tira um pouco a nossa humanidade
e nos afasta de um compromisso maior com os irmãos.
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