A mentira na política
“Jamais faltarão a
um príncipe argumentos para desculpar o incumprimento das suas promessas”
Maquiavel.
Nossa história foi construída entre a realidade e as diferentes versões da mesma. Assim, estas narrativas vão sendo consolidadas através da força, das lutas do povo ou do capital. E entre estas estará sempre a mais perigosa, a do diabo. Isto é, a mentira.
Estas verdades nunca foram tão evidentes como temos presenciados nos últimos tempos. Política e mentira tem surgidos normalmente associadas, as vezes com maior ou menor intensidade, fazendo a gente acreditar que são sinônimos, ou são dois lados da mesma moeda. E, de fato, os políticos tem dado ultimamente inúmeras razões para que pudéssemos pensar desta forma.
Sabemos que
associar a política à mentira é tão antiga quanto a própria política. O
que queremos abordar aqui é a intensidade que esta relação vem tendo e a sua
aplicação como algo que faz parte da sua ação.
“Sempre consideramos as mentiras como ferramentas necessárias e justificáveis ao ofício
não só do político ou do demagogo, como também do estadista”, escreveu Hannah
Arendt.
Da busca da
verdade, perseguida incessantemente pelos pais gregos da filosofia, considerada
“o fim de tudo” por Platão, estamos hoje, 25 séculos depois, disfarçando a
mentira e escondendo suas consequências e chamando esta praga de pós-verdade,
para justificar nossa canalhice. Este é
o grande problema que as democracias vem enfrentando e que deveremos encarar de
frente e não jogar para debaixo do tapete toda esta sujeira. O grande escândalo
ou tema do momento nos meio de comunicações e nas redes sociais, com certeza
será as “Face News, Face News” para que a democracia possa continuar existindo.
A pós-verdade é a
confirmação da razão de Goebbels: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se
verdade”. E porque não acreditar em Hitler quando afirmou que “as massas
acreditam mais facilmente numa grande mentira do que numa pequena”?
Aliás, não é por
acaso que a religião cristã elegeu o diabo como o anjo mau, o espírito da
mentira. A origem latina da palavra, diabolôs, significa caluniador, o que
profere falsas acusações.
A verdade, para um
político, é quase sempre condicionada pelo seu ponto de vista partidário. Isto
é, ele vê um aspecto da verdade, filtrado pela sua ideologia. Até aqui, tudo
normal. O que ultrapassa todos os códigos morais e éticos é deliberadamente
usar a mentira como base do seu discurso, apoiado muitas vezes por poderosos
meios de comunicação, hoje fáceis de usar, uma vez que estão disponíveis para
todos os cidadãos, permitindo o contato direto, sem intermediários: as redes
sociais.
Em Vitória da
Conquista, o último caso que tem chamado a atenção da comunidade política da
nossa cidade é a forma nada ética e sensacionalista de certo vereador. As
mentiras e agressões as seus pares e aquela casa não pode contar com a omissão
ou corporativismo dos verdadeiros representantes desta terra.
Um caso que Santo
Agostinho perdoaria porque, na sua ótica, “dizer uma coisa falsa não é mentira
se alguém a crê verdadeira ou se tem opinião formada de que é verdadeiro aquilo
que diz”. Não se aplica a este vereador, por se tratar de um operador do
direito e assim, acreditamos que todas as ações políticas, são devidamente
planejada.
Viveremos
eternamente entre a realidade e as diferentes versões da mesma.
E entre estas
estará sempre a do diabo. Isto é, a mentira.
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