Desde a eclosão da crise pandémica, que vem nos afetando, os profissionais de saúde têm desempenhado uma missão fundamental na linha de frente do combate a um inimigo invisível e traiçoeiro que nos ataca, avançando em todas as direções sem distinção de classe social raça ou credo. Neste momento os profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, auxiliares e demais pessoal de apoio hospitalar, têm mantido uma postura, altruísta, empenhada e de inabalável dedicação. Na Europa, a população de vários países presta homenagem a esta classe de trabalhadores. Os esquadrões aéreos dos EUA, Thunderbirds e Blue Angels, sobrevoaram Nova Iorque, Nova Jérsia e Filadélfia em homenagem aos profissionais de saúde que atuam na linha da frente contra o novo coronavírus.
Neste contexto e em sinal de reconhecimento, o mundo inteiro homenageia seus profissionais desta área, lembrando o quanto esta ação tem salvado vidas e agradecendo a estes anjos que colocam suas vidas e dos seus familiares em uma situação de risco, que escrevo estes texto, para que possamos não só agradecer seus esforços, mas para pedir desculpas por termos deixado o país chegar a este ponto.
Causou-me uma profunda tristeza ao assistir através dos noticiários os profissionais de saúde sendo agredidos (as) pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Os enfermeiros carregavam cruzes em homenagem a colegas que morreram na linha de frente do combate à Covid-19 e faziam protesto silencioso quando um grupo de bolsonaristas se aproximou e começou a gritar com eles. “Vocês querem passagem para Venezuela e para Cuba? (…) Quando a gente sente o cheiro da pessoa, não passa um perfume, a gente entende o que você é”, gritou uma militante pró-Bolsonaro.
Sem uma escala de valores que oriente a nossa vida e o nosso procedimento moral, não podemos ser felizes e não podemos criar um mundo feliz. Não podemos, por exemplo, tratar os nossos superiores como “Mito", e os nossos subordinados com desprezo. Quando Bolsonaro afirmou que não tem nenhuma ligação com a milícia do Rio de Janeiro e ao mesmo tempo condecora o miliciano Adriano da Nóbrega com a medalha Tiradentes, ele busca criar a figura do herói sem caráter.
Neste momento pensei como estamos em descompasso com a civilização, será que Mário de Andrade tinha razão? Somos verdadeiramente um país de Macunaímas (o herói sem caráter, lembram?), pois ao aceitarmos passivamente esse estado de coisas erradas que aqui acontecem somos, pelo menos, coniventes.
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