A elite brasileira é fruto da estrutura
colonial escravista
O comportamento da elite brasileira ou parte
dela revela que ainda não foi possível fazer a transição da estrutura colonial
escravista para a sociedade cidadã em que vigora os princípios da democracia.
Podemos constatar na atitude arrogante e preconceituosa
de parte desta gente, a presença de aporofobia: o preconceito e a aversão e o
ódio contra o pobre. Nossa elite tem como regra não aceitar a pobreza, identificada
com a negritude , os nordestinos e os indígenas. Não existe a aceitação que os
pobres são parte integrante da nação. Foi criado um sentimento dentro da elite
brasileira, que ela é superior às outras classes e que a nação é composta só
por ela.
Isto fica claro quando nos conflitos entre
funcionários públicos vindo das camadas populares, precisam interpelar alguns
membros desta elite quando porventura cometem alguma infração ou se acham no
direito de não acatar certas leis.
Esta visão que está acima do bem e do mal,
exige das pessoas que não fazem parte do seu círculo, um comportamento que consente
em servir de maneira humilhante; esta visão e comportamento de parte destas
pessoas são sempre orientados por uma percepção de que a lei serve para os outros,
mas não para si mesmas.
Pedir a um membro desta casta, para que
cumpra a lei, é uma ofensa e pode resultar em represaria por parte dos seus
pares que fazem parte da estrutura do Estado. A igualdade perante a lei, que
funda a ideia de cidadania é tida como uma agressão e não podemos deixar de frisar
que a noção de privilégio além de cultural tem como raiz a desigualdade.
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