quarta-feira, 21 de outubro de 2020

ARTIGO - O acolhimento de gays na Igreja ( Padre Carlos )

 


O acolhimento de gays na Igreja

 


Quando lemos alguns jornais no Brasil a respeito dos documentos da Igreja e da preocupação que o Papa vem demostrando em relação à família, percebemos a falta de conhecimento de alguns profissionais da imprensa a respeito dos assuntos relacionados à este Papado e o Vaticano. Para quem vem acompanhando de perto este pontificado, sabe que já havia uma grande expectativa de que o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse abordado durante o sínodo da família, em 2015, mas não houve desenvolvimentos. Na altura, o Vaticano vivia uma “guerra surda” entre as alas conservadora e progressista, onde Francisco se insere. Nessa altura, o Papa afirmou que “não deve haver nenhuma confusão entre a família desejada por Deus e outros tipos de união”.


Penso que é um grande passo que estamos dando para integrar todo o povo de Deus. No passado, até as uniões civis eram olhadas de lado em vários quadrantes da igreja. Ele está colocando toda a sua autoridade e o peso do seu pontificado em favor do reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo.

Não podemos esquecer, que quando era arcebispo de Buenos Aires, Francisco opôs-se aos planos do Governo de aprovar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas mostrou-se favorável a outro tipo de reconhecimento legal. No livro On Heaven and Earth, publicado em 2013, o Papa não rejeitava a possibilidade de reconhecimento de uniões civis, defendia  leis que pudessem proteger e reconhecer de forma legal este casal, como a  uniões estável de homossexuais, para que fossem integrado na sociedade.

As declarações de Francisco podem não marcar uma alteração imediata da doutrina da Igreja Católica em relação ao acolhimento de homossexuais, mas representam uma abertura e uma mudança de mentalidades. O seu antecessor, Bento XVI, descrevia a homossexualidade como um “intrínseco mal moral”.


A posição do Papa foi revelada durante o documentário Francesco, que estreou esta quarta-feira no Festival de Cinema de Roma. O filme incide sobre a forma como o Papa, escolhido em 2013 aborda questões sociais, sobretudo entre aqueles que vivem “nas periferias existenciais”, explica a Catholic News Agency.

“Os homossexuais têm o direito de fazer parte de uma família. Ninguém deve ser deixado de fora ou sentir-se arrasado por causa disso”, afirmou Francisco.

 

 

 

 


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