Um dia fomos jovens
Outro dia estava conversando com minhas filhas que o tempo
passa e a gente nem vê. Quando nos damos conta, alguém está levantando no
coletivo para você sentar. A vida ensina que os amores são
passageiros. Mas os momentos com aquela pessoa são eternos. As amizades são únicas
e o verdadeiro amor é imortal. E a vida,
é uma só. Não perca tempo.
E aí ficaram as lembranças
de uma Pituba em transição de balneário para bairro de classe média. O sonho de
transformar o mundo e ser feliz. Daí a gente passa naquela rua outra vez, faz
questão de sentir um gosto de amêndoa ou o cheiro da maresia que nos remeta à infância,
conta e reconta as histórias para conhecidos em busca de matar a saudade, nem
que seja só um pouquinho.
Não há nada mais gostoso do
que relembrar os velhos tempos, “Você lembra, lembra, eu tinha estrelas
nos olhos, um jeito de herói, era mais forte e veloz, que qualquer mocinho de
cowboy”.
Depois de certa idade,
não existe nada mais prazeroso que sentar em uma roda de amigos e falar sobre
os momentos vividos. Falar sobre aquele amigo da filosofia ou da teologia que sumiu
os namoros, paqueras, medos e enrascadas que vivi antes de entrar no seminário.
É como se cada um formasse um pedaço da sua vida, como um quebra cabeça e
quando todos se juntam você se sente completo. E num instantes, tudo o que
passou retorna à sua mente como se tivesse acabado de acontecer.
A vida é uma eterna
nostalgia. Eu, por exemplo, estou sentindo uma saudade imensa dos tempos do
grupo de jovens, da CVX, dos anos de formação e da militância política. Meu
Deus, como era feliz naquele tempo e como parecia que os dias eram intermináveis.
Um dia fomos jovens, imaturos e cheios de sonhos para
dar.
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