segunda-feira, 27 de setembro de 2021

ARTIGO - Fé, Política e Cidadania (Padre Carlos)

 


O homem não pode se separar de Deus, nem da fé e da política.

 


O papel da política é materializar o bem comum, de modo a construir uma sociedade moralmente sã, onde reina a paz, com oportunidades para todos e justiça social. Este ensinamento nos foi dado por São Tomas More, patrono dos políticos. Desta forma quando doou a sua vida por esta causa, ele queria ensinar que não devemos abrir mão dos valores católicos, pois é na formação da consciência política individual que construímos o Reino de Deus. São justamente estes valores que levamos para o mundo da política, por isto eles não servem apenas aos católicos, mas por sua construção moral e ética, servem a todas as pessoas que passamos a conviver neste métier.


Faltando um ano para as eleições e entrando de fato neste período eleitoral, de forma objetiva e com sobriedade, é importante para o cristão criar uma consciência política madura, sólida, de modo a enxergar quais candidatos comungam dos valores cristãos, não apenas com palavras, mas com gestos e testemunho de vida. Neste período é comum a demagogia de muitos e os discursos oportunistas, no entanto, é importante ver o passado, investigar sem paixões, mas com responsabilidade, o histórico dos candidatos, os seus posicionamentos ou a ausência deles, as suas incoerências, enfim, o seu testemunho autêntico de competência e coerência na vida pública, a fim de formar um juízo de valor que colabore na tomada de decisão do voto.

Gostaria de lembrar aos leitores as palavras do Papa emérito Bento XVI, que afirma de forma clara que “é papel da Igreja emitir juízo moral em questões políticas quando isso for importante para defender os direitos fundamentais da pessoa”. O Papa Francisco nos recorda que “a atuação política por parte dos leigos é uma das mais altas formas de caridade”, portanto, o cristão leigo não pode ignorar a ação política e a fé precisa caminhar junta, para que a obra seja repleta de fé. O que eu gostaria de dizer, é que o verdadeiro cristão, não pode cultivar indiferença à política, pois ela é o instrumento para melhorar a qualidade de vida da nossa gente, para garantir os direitos individuais e coletivos, para promover a paz e a justiça social.

É preciso que fique claro que estamos de acordo com as palavras do nosso Papa Francisco: “é papel do leigo esse envolvimento, o engajamento na ação política; o leigo deve ser comprometido com o seu voto e com a formação de uma consciência política permeada pelos valores cristãos que nos levam em direção ao próximo”.


Num país como o nosso onde o estado é laico, mas o povo é predominantemente cristão, se faz necessário a formação de uma nação cada vez mais consciente de que “O homem não pode se separar de Deus nem a política da moral”, para que alcancemos o nosso objetivo maior, que é ter uma sociedade moralmente sã, que possua o amor, a paz e a justiça social como pilares de sua existência.

 

 


Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...