sábado, 25 de setembro de 2021

ARTIGO - O Centrão diante da crise política (Padre Carlos)

 


O Centrão não é o centro!

 


Outro dia, estava assistindo um deputado falando, sobre a forma como o Centrão vem ocupando a estrutura de poder no governo Bolsonaro. Quero dizer que concordo com aquele dep. em gêneronúmero e grau. Este grupo de parlamentares sempre se utilizou de uma absoluta falta de escrúpulos para sacramentar uma política do toma lá, dá cá, mantendo todos os governos deste período que conhecemos como redemocratização, refém e subordinado aos seus interesses.


Sim, prezado leitor, aí começa minha discordância com o proeminente deputado! Sua Excelência se esqueceu de dizer no seu discurso da tribuna daquela casa, que o "centrão" aderiu também os governos de Fernando Henrique, de Lula e Dilma, até ela perder popularidade. Podemos falar tudo de ruim deste bloco parlamentar, menos que eles não foram obediente e votou contra a agenda dos conservadores, e agora, aí reside o perigo, adere a Bolsonaro da mesma forma que o pântano político italiano dos anos 20 aderiu e sustentou ainda mais do que os fascistas, Benito Mussolini.

         Afinal, é possível denunciar a barbárie e continuar celebrando a vida com os bárbaros? Gostaria de lembrar ao nobre parlamentar, que a opção de Dilma e do PT para acalmar o PMDB e o Centrão diante da crise política enfrentada em seu mandato, foi oferecer dois ministérios à bancada do partido na Câmara e dois aos parlamentares do Senado. Um quinto ministro seria indicado pelos peemedebistas das duas Casas. Michel Temer, sabendo que o governo agonizava e que aquela reforma nada mais era do que uma compra de votos, disse em tom de deboche: provavelmente" o PMDB ficaria com seis ministérios, um a mais do que o planejado inicialmente. O tiro saiu pela culatra  e o governo petista saiu ainda mais fraco deste processo.

O modus operandi deste bloco parlamentar é o mesmo, primeiro enfraquece o seu aliado para depois espoliar todo seu governo. Desta forma, quando Ciro Nogueira, presidente do PP e líder informal do "centrão", o conjunto de deputados que se move apenas por cargos e verbas, tornou-se ministro da Casa Civil, tinha como objetivo uma única coisa, tornar Bolsonaro refém do "centrão" para fazer do governo e da política um verdadeiro balcão de negócios.


Diante disso, gostaria de dizer para aquele deputado que discursava na Câmara, que como já vivi um pouquinho mais, tive a oportunidade de ver outras forças políticas utilizando o dinheiro público para se manter no poder. Assim, gostaria de afirmar, que Bolsonaro perdeu toda a legitimidade e deve sangrar até o fim e como em qualquer governo que está caindo, o Centrão "provavelmente" ficará com bem mais do que os seis ministérios, que foram oferecidos pelo governo passado.

 

 

 

 

 


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