quinta-feira, 23 de setembro de 2021

ARTIGO - Quais as condições para existência de uma terceira via. (Padre Carlos)

 

Vivemos uma crise ética, política e de liderança no centro democrático. 

 


 

         Vamos entrar no ano eleitoral  com a esquerda  liderando todas as pesquisas de opinião, enquanto isto, os partidos da direita democrática buscam de todas as formas uma alternativa para continuar na disputa e como não poderia ser de outra forma,  buscam entre os pré-candidatos um bom portfólio, para poder se manter no jogo.  Como observador, poderia dizer que o grande objetivo neste momento deveria ser buscar entre seus quadros técnicos, alguém com capacidade de rascunhar um discurso propositivo que viesse polarizar com a esquerda e a utra-direita para conquistar o voto de opinião desta parcela tão importante da sociedade que é a classe média. Existem momentos em que precisamos perder, para dar-mos conta de quão estáva-mos errados.  Quero dizer que as instituições da República como o MPF e os meios de comunicação, não poderão agir como agentes políticos, como fizeram recentemente, eles ocuparam este espaço, porque os partidos de direita e do centro, que deveriam fazer isso, não estavam conseguindo atuar de forma eficiente em se constituírem como opção de poder pelo voto. Não é desta forma que conseguirão reverter esta vantagem do seu oponente. Tudo isto, somado a incompetência, a arrogância e o desespero de alguns quadros, poderão levar mais uma vez a polarização do processo eleitoral e frustrar a construção de uma frente democrática capaz de repactuar a nação.


Porém, não aparece no atual quadro da política brasileira, Uma liderança do centro ou a direita que reúna as qualidades de estadista e tenha densidade eleitoral para empreender este projeto. Não basta ter respeitabilidade moral para exercer o governo da república é preciso acima de tudo, ter força política para representar os diversos setores da sociedade. E quando falo isto, me refiro da urgência de encontrar este nome devido ao agravamento da situação política e econômica bem como à desmoralização que atinge o governo atual em todos os setores.

Alguns temem que a aparente indiferença do povo brasileiro, diante das revelações sobre a corrupção moral e política do governo Bolsonaro e do próprio presidente seja uma prova, de que a corrupção, já se expandiu por toda parte.  Gostaria aqui de lembrar ao leitor das palavras de Maquiavel: se a corrupção se estendeu até o público, de modo que o povo não se sente ultrajado pela corrupção moral e política de seus líderes; se, em vez de exigir leis e líderes que defendam a virtude e promovam o bem comum, o povo passar a imitar seus lideres justificando todo tipo de corrupção então chegou ao fim do poço. Quando ficar claro este estágio, estaremos no caminho que nos levará a tirania. •

      

 Falta também discutir coletivamente de forma racional as causas e conseqüências desta crise ética, política e de liderança que o centro democrático vem enfrentando. Podemos dizer que ela é decorrente da perseguição que o MPF o Judiciário e setores da imprensa criaram ao demonizar a classe política. Não que alguns políticos não mereçam ser afastado por desvio ético. Mas o que estamos falando aqui é de uma campanha midiática, que teve como fim deliberado  desmoralizar toda a classe política.


É preciso que esta direita liberal-democrata entenda de uma vez, que só conseguirá entrar no jogo se mudar sua mentalidade e quando falo isto não me refiro à retórica. A direita democrática tem que entender que a dimensão do social não se separa do econômico e é tida como mais-valia para este, e onde o direito é respeitado em todos os seus campos, principalmente no do trabalho. O discurso tem que ser um compromisso político, para que se possa construir e viabilizar principalmente aos atores: econômicos, o setor privado público e social a criarem as condições para existência de uma terceira via.

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