sábado, 4 de setembro de 2021

ARTIGO - Sua Santidade ou Sua Humanidade (Padre Carlos)

 

 

O Papa e sua humanidade



O Papa Francisco está se tornando, cada vez mais, o único líder global que se preocupa verdadeiramente com a globalidade dos problemas que afetam a humanidade.


Estava me lembrando do discurso que o Papa proferiu nas comemorações dos 75 anos da ONU. Nesta oportunidade, ele fez um diagnóstico completo da situação mundial nestes tempos de pandemia que a humanidade está vivendo. Identificou e nomeou os problemas centrais que afetam o planeta com tanta precisão que parecia um cirurgião experiente, com um bisturi nas mãos.  Denunciou a impunidade com que são violados os direitos fundamentais. "A lista destas violações é muito grande e faz-nos chegar à terrível imagem de uma humanidade violada, ferida, privada de dignidade, de liberdade e de possibilidade de desenvolvimento", diz o Papa.

O sonho do Papa era que a humanidade entendesse a pandemia, como uma oportunidade para a conversão, a transformação, para repensar o nosso modo de vida e os nossos sistemas econômicos e sociais. Como poderia também abrir caminho ao que Ele denominou um "recuo defensivo" com o fechamento em opções "individualistas e elitistas"

Neste contexto, existe dois caminhos, um que tem valores cristãos e outro que não representam valores humanos e tem como eixo central a cultura de morte. Assim, um conduz ao fortalecimento do multilateralismo, expressão de uma corresponsabilidade global renovada, de uma solidariedade baseada na justiça e na realização da paz e da unidade da família humana. Já o outro caminho, "dá preferência a atitudes de auto-suficiência, nacionalismo, protecionismo, individualismo e isolamento, deixando de fora os mais pobres, os mais vulneráveis, os habitantes das periferias existenciais". Apesar de sermos livres para escolher, é dever do Pastor orientar suas ovelhas para seguirem e optarem pelo projeto que representa os valores cristãos e pela defesa da vida. É obrigação do Pastor, propor que sua comunidade de fé escolha e trilhe o primeiro.

As lideranças mundiais comprometida com a paz e os verdadeiros estadistas terão um papel decisivo nesta escolha: Não podemos esquecer o contexto que foi criado a ONU e seu objetivo. Ela foi criada para unir as nações, para aproximá-las, segundo Francisco. E poderão contribuir decisivamente para "transformar o desafio que enfrentamos numa oportunidade de construirmos juntos, mais uma vez, o futuro que desejamos".


Quem quiser rapidamente conhecer os grandes dramas que afetam a humanidade, leia o discurso do Papa na ONU. Ele busca identificar as dores da humanidade, mas propõe um tratamento adequado para que possamos salvar o paciente. Nele aparecem, também, a suas propostas.

 Seria um milagre se os Chefes das Nações que compõe a ONU colocasse em prática estes ensinamentos.

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