sábado, 21 de setembro de 2019

ARTIGO - Futuro nascido das cinzas (Padre Carlos)





Futuro nascido das cinzas



            Este é o momento de reunir todos: esquerda, democratas e liberais com o objetivo de juntar forças e com coragem e esperança olhar para o futuro com um só proposito: reconstruir a nação pós Bolsonaro. Nada será como antes! Das chamas da Amazônia a nossas riquezas que foram vendidas, ficaram as cinzas, rasto de memórias de um projeto de Nação. Estas perdas que tem levado o país a uma das piores recessões da sua história, não aconteceram em decorrência de um crise, foram provocada pela ação política e judiciária levando assim a uma série de crimes de Lesa Pária jamais visto na história do Brasil.
    
        Como disse o Ministro Marco Aurélio: vivemos tempos difíceis. No momento que ouvimos certos envolvimentos de alguns membros do poder com os esquadrões da morte, de milícias atuando em todo o país e de promiscuidade entre o crime e as autoridades repressivas, não podemos contar com o Ministério Público devido aos supostos casos de corrupção e seu projeto de poder, retirando assim sua iniciativa para constituir todas essas ações como crime de lesa-pátria.  Perdemos em três anos o que levamos com várias gerações para construir. Sim, uma vida inteira de trabalho, dedicação e empenho, ficando desta forma, o silêncio na impotência de exprimir o que realmente sentimos.  Se formos procurar o fundo do poço, vamos ter de olhar para cima. Ainda podemos salvar algumas empresas incluídas no pacote de privatização, além dos Correios e da estatal que imprime o dinheiro brasileiro, estão a Telebrás, que tem a missão de fornecer bens e serviços de tecnologias de informação e comunicação no país, Eletrobrás, líder em geração e transmissão de energia elétrica no Brasil. Temos também o dever de buscar alternativas para barrar privatização das Empresas de Correios e Telégrafos e uma saída seria transformar os Correios em uma empresa de logística do Governo federal. Este é um dos desígnios que o país tem pela frente nos próximos anos: a nacionalização dos nossos recursos e das nossas empresas e a reconstrução, urgente, de tudo que se perdeu.
            É preciso virar a página da triste era Bolsonaro e entrar no tempo de reconstruir e de construir. O caminho terá que ser fruto de um pacto e a estratégia definida por uma frente nacionalista. Este é o tempo de avançar nestas certezas.
            Gostaria de lembrar aos leitores, que a venda das nossas riquezas é um projeto das elites. Assim, no “Diário da Presidência, 1995-1996”, mesmo sendo algo totalmente imoral e patrimonialista, FHC diz com naturalidade que conversava e aconselhava vários grandes empresários sobre como comprar a Vale. Fez isso com Antônio Ermírio e outros empresários.
   
         Com o país ainda incrédulo com a tragédia de Brumadinha, não podemos esquecer estes atos. Sei que este é um momento de respeito por quem ainda chora e não para explorar a tragédia para proveito político próprio. Infelizmente é a elite que temos. O que os brasileiros esperam dos políticos é capacidade para construir e para isto temos que formar uma grande frente com O PT, com Lula e com todos aqueles que querem um Brasil independente. Não podemos esperar mais. Há muito para fazer e todos juntos faremos melhor para que das cinzas nasça um futuro!

Padre Carlos


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