Um ano se Charles
Aznavour
Não
podemos negar que o inconsciente de uma geração se lê e se escreve através dos
olhos do poeta.
Profundamente francês, visceralmente ligado às suas raízes arménias, reconhecido em todo o mundo, Charles Aznavour teve a oportunidade de acompanhar as alegrias e as tristezas de três gerações. As suas obras-primas, o seu timbre, o seu brilho único sobreviverão por muito tempo,A França deve muito a Aznavour, um dos seus grandes poetas, sempre na vanguarda, uma verdadeira lenda que atravessou fronteiras e épocas. Naquele primeiro de outubro de 2018, sentimos que as ruas de Paris estavam mais tríste do que de costume. O povo francês sabia que aquela perda era incalculável, seu poeta que soube como ninguém traduzir no pós-guerra à França de uma Belle Époque, estava partindo. Estamos falando das vielas e cafés de uma época boêmia, mas também de toda uma geração de toda uma cultura que brotou entre o final da década de quarenta ao final da década de sessenta. Sartre, Simone e Camus.
Estamos falando de Montmartre, conhecido como o
“bairro dos pintores”, as ruas
estreitas e empinadas que formam uma rede que inclui desde os
antigos cabarés até os arredores da Basílica de Sacré Coeur, repletas de restaurantes e um ambiente boêmio e artístico onde nasceu tantas inspirações,
berço dos existencialistas. Naquele dia Montmartre se despedia de seu mais
ilustre poeta e a boemia perdia o seu charme.
Padre Carlos
Padre Carlos
Nenhum comentário:
Postar um comentário