O amigo Balbino
Fazer amizade sincera hoje em dia é muito difícil, vivemos no mundo
virtual que predomina o agora, não há mais tempo para conversas, para
encontros, não existe mais “calor humano” pois o tempo da vida é o tempo do
celular, tudo está conectado porém sem relação humana, o aperto de mão ou
abraço está restrito pelo bater na tecla de sofisticada aparelhagem eletrônica.
A amizade somente vale se trouxer alguma vantagem financeira ou política pois o
dinheiro é o deus supremo que escraviza a tudo e a todos, o ser humano é
avaliado em termos de “ter” e não de “ser”.
Shakespeare (O mestre maior das paixões humanas) escreveu que “quando
alguém morre, a sua bondade é também enterrada com ele”, o que não ocorre com Balbino
pois a sua bondade permaneceu desde que muitas vezes defendeu o seu semelhante
desinteressadamente, sem receber o vil metal, bondade através de sua humildade,
sua capacidade de fazer amigos, sua coragem como líder sindical transcendia toda
a zona rural. A sua risada muito característica durante as conversas era um
espelho de sua bondade, de sua ausência de maldade. A sua morte faz lembrar que
quando morre um amigo, nós também morremos um pouco e como disse o poeta inglês:
“a morte de alguém sempre me diminui pois faço parte da humanidade. Assim, não
perguntes porque os sinos tocam pois ele também dobra por ti” e por todas as
lideranças que passaram por este sindicato. A Divina Misericórdia recebeu Balbino de braços abertos no Paraíso, perdoando os seus pecados, pois todos nós somos pecadores, todos os dias o Papa Francisco pede que rezem por ele pois é um pecador. Amigo Balbino, muito obrigado por sua amizade e descanse em paz.
Padre
Carlos
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