domingo, 6 de outubro de 2019

ARTIGO - O amigo Balbino (Padre Carlos)




O amigo Balbino


       Fazer amizade sincera hoje em dia é muito difícil, vivemos no mundo virtual que predomina o agora, não há mais tempo para conversas, para encontros, não existe mais “calor humano” pois o tempo da vida é o tempo do celular, tudo está conectado porém sem relação humana, o aperto de mão ou abraço está restrito pelo bater na tecla de sofisticada aparelhagem eletrônica. A amizade somente vale se trouxer alguma vantagem financeira ou política pois o dinheiro é o deus supremo que escraviza a tudo e a todos, o ser humano é avaliado em termos de “ter” e não de “ser”.
     
Shakespeare (O mestre maior das paixões humanas) escreveu que “quando alguém morre, a sua bondade é também enterrada com ele”, o que não ocorre com Balbino pois a sua bondade permaneceu desde que muitas vezes defendeu o seu semelhante desinteressadamente, sem receber o vil metal, bondade através de sua humildade, sua capacidade de fazer amigos, sua coragem como líder sindical transcendia toda a zona rural. A sua risada muito característica durante as conversas era um espelho de sua bondade, de sua ausência de maldade. A sua morte faz lembrar que quando morre um amigo, nós também morremos um pouco e como disse o poeta inglês: “a morte de alguém sempre me diminui pois faço parte da humanidade. Assim, não perguntes porque os sinos tocam pois ele também dobra por ti” e por todas as lideranças que passaram por este sindicato.
       A Divina Misericórdia recebeu Balbino de braços abertos no Paraíso, perdoando os seus pecados, pois todos nós somos pecadores, todos os dias o Papa Francisco pede que rezem por ele pois é um pecador. Amigo Balbino, muito obrigado por sua amizade e descanse em paz.


Padre Carlos

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