quarta-feira, 15 de julho de 2020

ARTIGO - As Igrejas e a pós-pandemia (Padre Carlos)





As Igrejas e a pós-pandemia


Muita gente tem buscado artigos e analise sobre a pós pandemia e como o mundo vai absorver todas estas perdas. Estas pessoas esquecem que são os nossos comportamentos nesta quadra da história, que determinará o nosso futuro. Realmente este vírus tem obrigado o homem a parar e pensar sobre a sua vida e o futuro do planeta. Fez com que todas as pessoas refletissem sobre seus atos e da necessidade de uma mudança de valores e hábitos; não porque quisessem fazer estas mudanças mas, foram obrigados em razão do medo e por imposição das autoridades sanitária. Desta forma, comportamentos culturais, formas de ser e de viver, que as pessoas e a comunidade levariam décadas para alcançar estão sendo superados em meses. O certo e que muita gente não quer admitir é que o mundo jamais será o mesmo, as instituições, o estado, o modo de ver as coisas, vão com certeza mudar.

       
Quando olhamos a história da humanidade, percebemos que houve várias pandemias e que elas causaram um impacto profundo no imaginário do homem. A peste na Idade Média e na Renascença, a gripe espanhola e várias outras setoriais como o caso mais recente do ebola. Mesmo assim, não podemos deixar de mencionar as duas grandes guerras do século passado.


Pouco se estudou como a Gripe Espanhola impactou nas mudanças no Brasil, mas depois dela podemos constatar diversos acontecimentos na década pós gripe, que resultaram na revolução de trinta.

Mas, o que eu gostaria mesmo era de falar da necessidade que as Igrejas tiveram no pós guerra e nos pós pandemias que sucederam ao longo da história. A semelhança que podemos constatar das duas, remete a comunidade de fé para a responsabilidade de pastorear uma comunidade partida e cheia de dúvidas e conflitos espirituais. Existem entre os dois fenômenos muitas semelhanças, assim como no pós guerra as Igrejas tiveram este papel, os horrores que o mundo tem passado com esta crise sanitária, principalmente o povo brasileiro, diante do descaso com os mais pobres e a inercia dos poderes públicos leva a crer que o sofrimento e o fim de todo este pesadelo está longe de acabar.

O pós-pandemia dependerá do nosso comportamento e como estamos sendo tocados com todo este sofrimento. Se você ficar indiferente com tudo isto que tem acontecido, então nada vai mudar. Não existe maior tristeza que morrer sozinho e uma UTI, longe das pessoas que amamos. Visitem infectados pelo coronavírus, para que sintam a presença de Deus neste momento de calvário. Só um verdadeiro Pastor tem esta sensibilidade.

Precisamos buscar forças para seguir com as nossas vidas, o povo brasileiro mesmo sofrendo com estas perdas, precisa acreditar no Deus misericordioso e que é Pai e ama seus filhos.
Temos que ser solidário com os profissionais da saúde, rezar desta forma a Deus como fez o Santo Padre: "Sustentai aqueles que se gastam pelos necessitados: os voluntários, enfermeiros e médicos, os que estão na vanguarda do tratamento dos doentes, à custa da sua própria segurança",
A Igreja terá um papel fundamental de pacificar a alma dos seus fiéis e repactuar sua fé para que possamos tocar as nossas vidas. Não com fundamentalismo mas, com amor, e levando um Deus com a face misericordiosa.



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