sexta-feira, 17 de julho de 2020

ARTIGO - Uma Igreja de portas abertas (Padre Carlos)




Uma Igreja de portas abertas



Estes dias, semanas e meses de confinamento, trouxeram um vazio na nossa alma, a ponto de chamar a atenção dos próprios místicos. Este vem acompanhado de um medo que não conhecíamos e que parece agora um inquilino da nossa alma. O vazio dos espaços confinados. O vazio da vida, como disse bem Dom Tolentino.
Foi penando neste vazio e do medo que está povoando nosso coração, que me coloco a serviço da Igreja. Neste momento de pandemia, o Papa Francisco nos convoca para sermos missionário de uma Igreja de portas abertas. A nossa pertença ao Corpo de Cristo na história dos homens e mulheres deste tempo passa, necessariamente, pelas escolhas efetivas vindouras do nosso Batismo. Abrir as portas da Igreja significa abrir nossa existência a Deus e aos nossos irmãos, significa ainda propor a misericórdia de Deus nas nossas relações fraternas.
O Evangelho da Misericórdia de Jesus a todo tempo coloca-nos diante dos dramas e alegrias da humanidade. Não podemos ser indiferentes aos sofrimentos das pessoas, principalmente com os infectados com o vírus e com os milhares de famílias que perderam seus entes queridos. Cabe à Igreja colocar-se a serviço, pôr-se como a via do coração de Deus que alcança o coração da humanidade. O serviço da Igreja passa por ações misericordiosas que devem impactar a sociedade. Não podemos contentar-nos ao lugar da religião como realidade privada. Não! A missão da Boa Nova de Jesus deve chegar a todos os confins da terra; e somos convictos disso porque não apresentamos ideias ou pensamentos interessantes, mas oferecemos a Pessoa de Jesus Cristo. Somente e a partir dEle a Igreja tem credibilidade de ir ao encontro de todos os homens e mulheres, e não podemos justificar nossa indiferença porque o mundo passa por uma crise sanitária. Deus, que não é uma experiência privada, sacia a sede de todos os homens.
Como superar os desafios que, constantemente, buscam colocar Deus para fora das nossas vidas? O que a Igreja quer oferecer as suas gerações futuras? Esse questionamento tem permanecidos ao longo desta quarentena, e são questiona mentos importantes e que devem ser respondidos a partir do chão histórico da Comunidade de Fé. O testemunho dos discípulos e missionários, quando vivido com compromisso, vai colocando Deus novamente para o centro das decisões. Tal testemunho fala da Pessoa de Jesus e nos convoca a alargar o coração para o acolhimento de todos, principalmente dos mais sofredores. Queremos, como Igreja de Jesus Cristo presente neste mundo, dar de graça o que de graça recebemos, e recebemos Jesus Cristo. Queremos oferecer às gerações futuras uma Igreja Missionária e Misericordiosa, uma Igreja que não negocia com a cultura de morte. Eis o que efetivamente desejamos ser: uma Igreja de portas abertas porque muito foi amada por Deus!


Nenhum comentário:

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...