Pós-pandemia e a Igreja
Apesar
de ainda estarmos longe de vencer esta pandemia, é hora de começar a refletir
sobre que mundo queremos e qual mundo sairá desta crise sanitária. O Papa
Francisco tem pedido aos fiéis que reflitam sobre este tema e traga esta discussão para
sua comunidade de fé para que todos posam contribuir com este novo projeto. Assim, uma das grandes preocupações
do Santo Padre, nos últimos tempos, tem sido a falta de utopia e esperança, ele
levanta estas questões e chama a atenção das autoridades e dos fies para
repensar um mundo mais solidário.
A construção de
utopias para sonharmos com um Mundo melhor, poderá partir dos místicos e dos
filósofos, da Igreja e da Academia das ruas e da sabedoria do servo sofredor. Estes
profissionais do saber e da esperança, terão como elementos o sofrimento e a perplexidade
da humanidade com tudo que está passando, para semear a esperança de um futuro
para humanidade.
Esta pandemia exige
repensar o atual modo de produção industrial, a semiescravidão do trabalho
informal, demonstrando assim, que não se pode deixar de pensar em um Estado que cuida do seu povo e de investir nos sistemas de saúde
pública como um direito a vida. Estes são, temas que precisam ser colocados na agenda política.
Quando passar esta
crise, não podemos voltar a ter os mesmos comportamentos nem pensar da mesma forma,
o mundo não é mais o mesmo. Temos que combater a "globalização da
indiferença" e o "vírus do egoísmo" com os "anticorpos da
justiça, da caridade e da solidariedade" como disse o Papa. Temos que
combater as outras pandemias que não chegam ao nosso quintal, como são a fome,
a guerra, a pobreza e a devastação do meio ambiente.
Já antes da
pandemia era claro o rumo que Bergoglio traçou para Igreja. Ele sonha e luta
por uma "Igreja conciliadora que não se esgota no rito, mas - juntamente
com as celebrações - promove a sinodalidade e a formação não clerical do
laicado, acolhe todos, socorre os débeis, denuncia as injustiças e a corrupção,
procura humanizar a economia, colabora na criação de um Mundo melhor,
principalmente na promoção dos últimos e no respeito pelo ambiente".
Este
sacerdote sem ministério sublinha que este rumo da Barca de Pedro tem suscitado
oposições dentro da Igreja, estranhando que entre os que buscam desqualificar o
bispo de Roma se encontrem os que antes, "com outros papas, se
consideravam fidelíssimos ao Sumo Pontífice e agora parecem ter perdido a tão
exaltada fidelidade e obediência".
Neste contexto de
pós-pandemia, a Igreja Católica é chamada a apoiar o Sucessor de Pedro na
denúncia das injustiças e da corrupção, na condenação da guerra e na luta
contra a pobreza, na defesa do meio ambiente e na humanização da economia.
Todos os que remarem em sentido contrário arriscam-se a perder o bonde da
história de uma Igreja em movimento. Não podem continuar fechados nas
sacristias em discussões estéreis que só eles próprios valorizam.
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