O silêncio da Câmara de Vereadores é ensurdecedor
Quando lemos o
poema A Verdade Dividida, de Carlos Drummond de Andrade, percebemos
como o poeta discorre sobre a impossibilidade de se chegar à verdade, já que
esta possui muitos lados que não são coincidentes. Assim como na poesia, na Filosofia,
o Direito também questiona a busca da verdade. Por isto, decidi escrever este
breve artigo impulsionado pelo sentimento da urgência de entendermos os motivos
que levaram um vereador da nossa cidade declarar em viva voz no plenário
daquela casa que entre eles existe três
vereadores corruptos, em vez de apontar na sua fala quem na verdade daquele parlamento
seriam os corruptos, o parlamentar passou a fazer outras acusações, dirigidas
ao Executivo Municipal e ao Ministério Público.
O que se esperava
desta casa é que obrigasse o vereador a fazer uma denúncia de forma clara e
apontasse os parlamentares que ele tem insistido em mais de uma seção, que estariam
envolvidos com corrupções. Com isto, este
político procura atassalhar a honra de homens e mulheres de bem, de
parlamentares pai e mãe de família honrado (a), como os membros deste
legislativo. A atitude do vereador é fruto de consciência perversa e omitindo
quem seria entre seus pares os verdadeiros corruptos, coloca em suspeita toda
aquela casa.
E em parte é isto que está acontecendo com a Câmara
de Vereadores de Vitória da Conquista. Gostaria
de chamar a atenção da Mesa Diretora e das lideranças das bancadas para a
gravidade destes fatos. Uma das
principais armas dos covardes é a calúnia. A calúnia toma proporções
incomensuráveis. Destrói carreira política, amizades, uma família. Dói mais do
que um tapa no rosto. Porque a calúnia machuca por dentro, é mais humilhante do
que uma cuspida na cara, porque a calúnia é falsa, é leviana. O cuspe a gente
limpa, o tapa, as feridas e marcas saem com o tempo, mas as feridas da calúnia,
ahh, essa faz tanto mal como uma ferida na alma.
O que chama nossa
atenção é o silêncio do parlamento para estas agressões. Acreditamos que os
representantes do povo não tenham tomado consciência dos perigos que a omissão
ou corporativismo pode causar a toda classe política, principalmente em um ano
de eleição. Como os eleitores poderão votar livremente sabendo que pode existir
ou não, alguns corruptos naquela casa?
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