As mulheres já podem receber os ministérios laicais de leitor
e de acólito
Quando
nos preparamos para receber os sacramentos da Ordem, isto é, para exercer o
ministério sacerdotal ou diaconal, recebemos primeiro os ministérios
laicais de leitor e de acólito. Apesar de estarmos acostumados principalmente aqui
no Brasil com a presença de algumas mulheres servindo de acolitas e leitoras nas
nossas celebrações, só agora Francisco reconheceu a presença feminina e pôs
assim fim a uma tradição que, podendo “ser reconhecida como válida, e durante
muito tempo estava negada as mulheres, como explica o próprio Francisco numa
carta dirigida a este propósito ao prefeito da Congregação para a Doutrina da
Fé”.
Apesar de Paulo VI ter aberto essa possibilidade - e
sendo certo que muitas pessoas leem nas celebrações e que crianças e jovens de
ambos os sexos garantem o serviço ao altar - raros foram os homens instituídos
para desempenharem esta missão.
O Papa Francisco reconhece na sua carta que
"tantas" são as mulheres "que cuidaram e continuam a cuidar do
serviço da Palavra e do Altar". Ou seja: muitas já o fazem informalmente,
sendo que agora - tal como os homens - poderão desempenhá-lo por instituição
dos seus bispos.
Infelizmente, como aconteceu com os homens, se os leigos e os párocos não criarem condições para que elas tenham acesso a estes ministérios, poucas virão a ser instituídas. Mas deixarão de ser legalmente discriminadas como hoje acontece. Este é mais um sinal do Papa para promoção da mulher no interior da Igreja, o qual implicou mesmo uma alteração do cânone 230 do Código de Direito Canónico, a legislação da Igreja Católica.
Segundo Francisco, compete agora às "Conferências Episcopais estabelecer critérios para o discernimento e preparação dos candidatos e das candidatas para os ministérios do leitor ou do acólito". Trata-se de uma oportunidade de ouro para dignificar o papel da mulher na Igreja, devendo distinguir-se o seu exercício (e o dos homens) com uma nova designação para quem, agora, desempenha a missão de leitor e de acólito na nossa Igreja.
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