Numa eleição de tubarão baleia é arraia miúda
Nenhum ditado popular explica tão bem o
resultado das eleições na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, como este:
"Em terra de cego quem tem um
olho é rei". Ele mostra a movimentação das grandes oligarquias e
revela que existe um realinhamento das elites com a ultradireita, devido à
formação de uma conjuntura polarizada entre a esquerda e a direita na próxima eleição.
Temos que entender que desta vez será
diferente. Para compreender a conjuntura para a eleição de 2022, temos
que somar à pandemia e à crise económica e social, o resultado disso é a
tempestade perfeita. Acrescentando a estas duas crises o risco da
ingovernabilidade política e a forma como o governo Bolsonaro vai ser refém destes
grupos.
O problema mais
sério ainda é que o governo por não ter uma base sólida, se tornou refém do que
existe de pior no mundo da política e diante destas escolhas, a situação só
tende a piorar, gerando graves crises política e ética para seu núcleo duro
digerir. A ameaça de ingovernabilidade pode favorecer o campo da esquerda e
tornar inviável o projeto da direita liberal com seus expoentes. Na política não há soluções milagrosas. Ou há uma maioria estável e coerente e consegue-se
um governo forte, ou não há e os governos vão se enfraquecendo levando consigo
tudo que o representa. Por isto, o preço que o centrão cobrar para manter de pé
Bolsonaro e seu governo vai ser alto. É o que sucede no presente.
É o que se pode agravar no futuro.
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