segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

ARTIGO - Porque estão perseguindo a Campanha da Fraternidade? (Padre Carlos)

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Porque estão perseguindo a Campanha da Fraternidade?

 





Escrever sobre a Campanha da Fraternidade é antes de tudo, um testemunho e um gesto solidário, para que possa dar notoriedade a vidas a personagens que são excluídos pelo sistema e por parte da nossa Igreja. Estas pessoas e suas histórias são como o ouro misturado ao barro, ainda que não seja notado, nem apanhado ou devidamente reconhecido, nunca perde o seu valor. Dá uma existência àqueles que foram esquecidos pelo tempo, trazê-los de volta à vida com seus desejos, suas fraquezas... e sua coragem, sempre será um gesto profético. Assim, com o tema: "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor" a CFE 2021 terminou pisando no calo de uma ala conservadora, além de levantar dois tabus que impedem a Igreja entrar verdadeiramente na modernidade: o diálogo e a fraternidade.

 


Se os temas ecumênicos são tratados por setores da nossa Igreja como algo que escandaliza, o que me diz do dialogo interreligioso? Não podemos nos assustar com o barulho de um setor que nunca dialogou com o pobre e os excluídos da Igreja. Na verdade, Estamos longe de refletir a diversidade de experiências que precisamos conhecer. Seja no que diz respeito às vozes das mulheres, de pessoas LGBT ou de minorias étnico-raciais. Até porque são pessoas que tem muito mais a dizer, por existir na Igreja toda uma herança de silêncios sobre elas.

Há muitos anos que o famoso teólogo Hans Kong não se cansa de proclamar que "não haverá paz entre as nações sem paz entre as religiões" e não haverá paz entre as religiões sem conhecimento e reconhecimento mútuo e, consequentemente, diálogo.

Neste contexto de diálogo, Francisco insistiu na sua mensagem constante: "O missionário não é um mercenário da fé nem um gerador de prosélitos. A evangelização não consiste em somar o número de membros nem aparecer como poderosos, mas em abrir portas para viver e partilhar o abraço, misericordioso e que cura, de Deus Pai, que nos faz família." É isto que setores da Igreja não entendem.


Ninguém é esquecido pelo Pai, apesar de saber que um dia, todos nós seremos esquecidos, esta é a lei natural, mas o que dói dentro da comunidade cristã, não é ser esquecido, mas ser ignorado é como se estivessem apagando a existência destas pessoas dentro da Igreja.  De fato, temo que entenda que antes de ser católico apostólico romano, somos humanos, e ser humano significa ser racional, mas, no meu entender, a humanidade está cada vez mais irracional. A violência, a intolerância, a maldade, a mesquinhes cresce a cada dia. A inversão de valores é gritante a cultura de morte ganha cada vez mais adeptos e o mundo fica cada vez mais excludente para os pobres e as minorias dentro da Igreja.

 

  

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