Pedro & Inês uma História de Amor
Quando me propus a escrever artigos no meu
blog, fui percebendo que não se transmite verdade, cada um a alcança ou não, por
si só, ela se parece com a morte, é uma viagem que só você pode fazer. O
entendimento dos fatos é visto por nós de forma diferente, de acordo com a
ótica de cada um, mas a realidade será sempre uma só. A verdade não depende da
opinião de cada ser que, com frequência, enxerga apenas uma face dela.
Assim é a
história, principalmente quando se refere o amor de forma dramática. É com este
espírito e certeza que gostaria de apresentar a trágica história de amor de
Pedro e Inês de Castro.
Este com certeza estão entre os mais belos contos da
Idade Média, entre aqueles que Shakespeare nenhum pode botar defeito. Eu me
lembro de ter ouvido sobre Pedro e Inês de Castro pela primeira vez quando os
cravos de 25 de abril me fizeram entender que a Lusofonia iria além da língua.
A expressão “Agora Inês é morta” é bastante conhecida. Mas foi estudando mais a
cultura portuguesa e conhecendo este país que aprendi detalhes e, o melhor, vi
através de filmes e fotos alguns dos cenários que fizeram parte da trama
medieval.
Todo drama e toda tragédia amorosa tem um
histórico de complacência, seja espontânea ou imposta. Na Idade Média, como era
de praxe nas famílias, casamento era uma questão de posse ou política, não
romântica. Assim, Pedro o futuro rei de
Portugal, filho de D. Afonso IV, foi obrigado a se casar com
Constança Emanuel, uma nobre castelhana. Porém entre
as damas de companhia de Constança estava Inês de Castro, uma mulher lindíssima, filha de um poderoso fidalgo galego.
O príncipe se apaixonou pela aia e ela correspondeu o sentimento. Assim, os
dois iniciaram um romance nada discreto que chocou toda a corte. Se hoje em dia adultério é motivo de escândalo,
imagina em 1339.
A corte
considerava uma afronta aquele relacionamento pelos problemas morais e
religiosos que causava, bem como, pelo perigo que a influência da família dos
Castros (Galicia – Espanha) poderia trazer à coroa portuguesa. No entanto, as
intrigas que chegavam ao Rei D. Afonso IV, obrigaram o monarca a tomar uma
atitude. Diante disso, o Rei despacha D. Inês para o exílio próximo à fronteira
Espanhola, onde fica até Dona Constança falecer. Não aceitando a decisão de seu
pai e estando agora viúvo, Pedro traz Inês de volta e passa a viver com ela.
Esta atitude criou grande tumulto na
corte e deu um enorme desgosto a D. Afonso tendo a relação entre os dois se
esvaziado. Para piorar a situação, fizeram D. Afonso acreditar que
os Castros queriam matar Fernando, filho de Pedro e Constança, para que o filho
resultante da união com Inês assumisse o trono. Na verdade o que levou a morte
de Inês foi uma trama de caráter político e escondido com a falsa moral de
alguns elementos da corte. Todo este
enredo político/social levou D. Afonso a tomar por influência de seus
conselheiros a decisão de executar Inês.
Diz a
lenda, não documentalmente provada e aparentemente obra de poetas da época, que
D. Pedro fez coroar rainha a Dona Inês, obrigando a nobreza, que tanto os
tinham desprezado, a beijar-lhe a mão, depois de morta.
Cumprida
a sua vingança, D. Pedro I ordenou a translação do corpo de Inês, da campa
modesta no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde se encontrava, para um
túmulo delicadamente lavrado, qual renda de pedra, que mandou colocar no Mosteiro
de Alcobaça. Mais
tarde, D. Pedro I mandou esculpir outro túmulo semelhante ao da sua amada,
colocando-o em frente ao da sua Inês, para, após a sua morte, permanecer ao
lado do seu grande amor.
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